O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), disse que recomenda o fechamento de atividades não essenciais em municípios classificados com a cor preta (grau extremo) pelo Programa Prosseguir, entre eles, Campo Grande.
Segundo Azambuja, se essas atividades não forem “freadas”, o número de casos da Covid-19 no Estado vai continuar crescendo exponencialmente, “como nós temos acompanhado”, relatou.
“O Prosseguir orienta as cidades que estão na bandeira preta, mas o Governo do Estado tem respeitado muito a questão da autonomia municipal”, ressaltou.
De acordo com o último relatório do Programa Prosseguir, apresentado no dia 31 de julho, o Estado tem três municípios com a classificação de risco extremo para a doença: Campo Grande, Aquidauana e Miranda.
Nesses casos, a recomendação do Governo Estadual é que funcione somente atividades essenciais, o chamado lockdown.
O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), declarou no fim do mês passado que não fecharia o comércio na cidade.
"Não haverá lockdown, nesse momento de tempo está descartado", disse Trad. Segundo o prefeito, o aumento de confirmações se deve, em partes, ao desrespeito aos decretos municipais.
Trad avaliou que estas medidas são suficientes por enquanto, não sendo necessário o fechamento total das atividades não essenciais.
No entanto, ele afirma que toda a situação é monitorada e não descarta que a medida mais rígida possa a vir necessário em algum momento futuro, "se as pessoas abusarem".
A prefeitura de Aquidauana decretou o lockdown no mesmo dia que o relatório foi divulgado (31) e suspendeu atividades não essenciais, incluindo templos, igrejas e academias. Além disso, o toque de recolher na cidade é válido das 18h às 05h, até sexta-feira (07).
“A doença em Mato Grosso do Sul cresceu muito nos últimos meses, principalmente em julho. Tanto o número de pessoas infectadas, quanto os de óbitos, e isso é preocupante. Mas se nós tivermos uma consciência coletiva e uma orientação técnica, que o Prosseguir dá, nós vamos ultrapassar esse momento mais delicado e aguardar a vacina, que, com certeza, virá”, afirmou Azambuja.
Leitos
“A gente ressalta a parceria do Ministério da Saúde, que tem disponibilizado leitos e respiradores. Isso vai para as unidades para ampliar leitos, mas se você tem muitos contaminados ao mesmo tempo que necessitem de leitos, essa é a grande preocupação”, declarou Azambuja.
Quando questionado se o governador defende o lockdown na Capital do Estado, Azambuja disse que vai da consciência de cada representante municipal e que o governo defende a autonomia dos municípios.
“Quando a gente pede o isolamento e pede a suspensão das atividades não essenciais, para evitar proliferação, é justamente para que a gente evite o número de contágio ao mesmo tempo de muitas pessoas, que pode levar a falta de leitos”, concluiu Reinaldo.