A vacinação de idosos em Mato Grosso do Sul contra a Covid-19 já pode ter início a partir desta semana. É o que espera o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende.
Segundo ele, está previsto para chegar na quarta-feira mais doses ao Estado do imunizante da Coronavac e essas vacinas devem ser destinadas a esse público.
“Espero que essa próxima leva, que está apontando chegar na quarta-feira, da Coronavac, nós possamos iniciar, aí, sim, um grupo prioritário que abarca os idosos, acima de 85 ou acima de 90 anos, vamos verificar esse quantitativo e qual a nossa necessidade para que nessa terceira remessa nós já possamos iniciar a vacinação dos idosos”, declarou o secretário ontem.
Doses da vacina da Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca chegaram ontem em Campo Grande, no Aeroporto Internacional. Os imunizantes, que totalizam 22 mil doses, serão destinados para os trabalhadores da saúde de Mato Grosso do Sul.
Segundo Resende, com esse quantitativo, além do que já foi repassado na semana passada, será possível vacinar 65% dos profissionais que atuam na linha de frente contra a Covid-19 em todo o Estado.
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“Será distribuída [a vacina] para imunizar os profissionais da saúde. A princípio, nós aventamos a possibilidade de incluirmos os idosos, mas, como a maioria dos estados na discussão interna do Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde], nós entendemos que era preciso avançar para a imunização dos profissionais de saúde. Com esse quantitativo, vai dar para vacinar cerca de 28% dos trabalhadores na área da saúde, com os 37% da vez anterior, dá 65% do quantitativo de todos que estão na linha de frente do combate à Covid-19”, explicou o secretário.
Apesar de estarem no primeiro grupo das prioridades para receberem a vacina contra o novo coronavírus, os idosos acima de 75 anos ainda não receberam o imunizante porque não há doses suficientes para todos.
Por causa disso, o governo federal definiu que, entre os constantes no primeiro grupo de vacinação, os profissionais da linha de frente contra a doença, a população indígena moradora de aldeias e os idosos moradores de asilos ou internados em hospitais deveriam ser os primeiros a receber a vacina.
ESTRATÉGIA
Para Campo Grande, a estratégia para vacinação dos idosos e de outros grupos prioritários maiores é a implantação de um polo de vacinação e um drive-thru, além do auxílio de 55 postos de saúde em toda a cidade.
O polo de vacinação funcionará no ginásio poliesportivo Avelino dos Reis, o Guanandizão, e deverá imunizar até 2,5 mil pessoas por dia, segundo estimativa a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
Já o drive-thru será feito no Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho. Mas ainda não há informações sobre quantidade de pessoas a serem atendidas no local.
VACINA DE OXFORD
Conforme o secretário, o imunizante recebido ontem seria distribuído aos municípios do Estado a partir das 5h de hoje, já que as forças policiais estavam com o foco na segurança da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Mato Grosso do Sul tem esquema montado de distribuição das doses, que conta com o apoio da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
Para essa vacina, Resende afirmou que a orientação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) é para que a aplicação seja feita de forma prioritária nos servidores da saúde que são idosos.
“Alertamos aos municípios que possam fazer [a aplicação] nos profissionais da saúde mais idosos, ou seja, aqueles que correm maior risco, se acaso forem contaminados pela Covid-19”, disse.
A lista com a quantidade de doses encaminhada para cada cidade deverá ser publicada em edição do Diário Oficial do Estado.
Ao contrário da Coronavac, a vacina de Oxford tem uma janela imunológica maior e a segunda dose pode ser aplicada até três meses depois da primeira. Estudos do imunizante demonstraram que já na primeira aplicação há uma eficácia de 70% do medicamento.
Por causa desse tempo maior entre as doses, o governo afirmou que as vacinas que chegaram ontem serão usadas para aplicar em 22 mil pessoas, ou seja, a prioridade será imunizar o maior número de pessoas possível.
“Nós deveremos dar o tempo máximo que esse imunizante possa ofertar, então vamos fazer a vacinação em 22 mil trabalhadores na área da saúde e aguardando que nesse intervalo de tempo possamos ter a segunda dose, que no caso da vacina da AstraZeneca poderá nos dar esse intervalo de 90 até 120 dias”, contou o secretário.