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Governo deve bloquear cartões do Mais Social usados fora de Mato Grosso do Sul

Há registro de que o cartão do programa, que deve ser utilizado apenas no Estado, foi passado em capital do nordeste brasileiro

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A Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead) identificou, durante o recadastramento dos mais de 70 mil inscritos no programa Mais Social, o uso indevido do cartão e diversas fraudes, entre elas, a utilização do benefício fora de Mato Grosso do Sul. 

De acordo com a titular da Pasta, Patrícia Cozzolino, nos primeiros dias de sua administração ela teve de pedir ao governador Eduardo Riedel (PSDB) mudanças no sistema de cadastramento do programa, após descobrir algumas irregularidades. 

“Me assustei quando recebi informes dos programas sociais documentados à mão, sem nenhum tipo de controle. Acionei o governador e expliquei que isso não é correto e imediatamente pedi autorização para que pudesse modernizar todos os processos via sistema”, explicou.

Com a autorização do governador, a secretária passou o ano de 2023 realizando um processo de recadastramento no programa. Em virtude de o processo ter sido produzido de forma manual inicialmente, Patrícia explicou ao Correio do Estado que isso causou a demora. 

“Para que pudesse entregar algo seguro, precisava desenhar como seria automatizar todos os processos. No ano passado, sofremos diversas cobranças pela demora, porque soubemos que tinha muita gente aguardando a inclusão no programa, mas eu precisava entregar um diagnóstico ao governador de como seria esse sistema de automação e recadastramento. O que fizemos foi um cruzamento de dados”, explicou. 

USO INDEVIDO 

Patrícia descobriu que aproximadamente 15% dos 70 mil cartões estavam sendo usados de forma irregular.

Segundo a secretária, durante o processo de cruzamento de dados, houve mais surpresas quanto ao uso indevido do programa Mais Social.

Descobriu-se que o cartão era usado por agiotas e por pessoas para a aquisição de passeios e até mesmo pagamento de motel com o dinheiro do programa Mais Social. 

“Como as pessoas recebem um cartão de débito, elas usavam no dia a dia de forma totalmente irregular. Acabamos descobrindo até crianças cadastradas no programa e familiares usando o dinheiro de forma indevida”, disse. 

“Durante o processo de cruzamento de dados, descobrimos pessoas que nem moram mais em Mato Grosso do Sul passando o cartão de débito em supermercado em Maceió. Descobrimos agiota e até pessoas pagando motel com o cartão. Fiquei assustada como as pessoas usam mal o dinheiro que foi destinado para ela mesma sair da pobreza”, explanou. 

“Se a pessoa melhorou financeiramente, ela não precisa mais do programa. Vamos refletir, o programa serve para quê? Distribuir bônus para a população? Não. É para retirar pessoas da linha da extrema pobreza e dar mobilidade social”, afirmou.

RECADASTRAMENTO

Durante a entrevista, a secretária explicou que o novo recadastramento será feito de forma digital no início do mês que vem.

Ela citou que a partir de agora deve-se colocar regras como o uso da nota fiscal na hora de efetuar a compra, para que a própria Pasta tenha mais controle sobre os custos. A nova plataforma que será usada para os programas sociais já foi criada e está em fase de testes.  

“Quero implementar o processo de cruzamento de dados com todos os órgãos públicos nacionais, para que eu possa ter mais controle. Preciso colocar como obrigatoriedade o pedido de nota fiscal ao efetuar a compra. Muitos devem me questionar porque estou controlando a pessoa. Não é isso. É dessa forma que posso ter controle total de onde a pessoa usou o cartão do Mais Social. Isso é para evitar o desvio de dinheiro público”, esclareceu. 

O novo recadastramento precisa ser feito diretamente com servidores nas 79 secretarias municipais de Assistência Social espalhadas por Mato Grosso do Sul.

A pessoa interessada precisa ter uma renda per capita no máximo de meio salário mínimo (R$ 606,00) e estar automaticamente cadastrada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

O novo sistema será de forma nacional e terá acesso a todos os órgãos públicos, para que o governo possa ter mais controle do programa.

“No local, a pessoa passará por uma entrevista, em que os servidores realizarão a inscrição. Após esse processo, faremos uma varredura com todos os órgãos públicos. Se ela tiver bens materiais em seu nome, perde o benefício”, finalizou.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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