Criminoso morreu em confronto com o Batalhão de Choque e comandante diz que ele era "maluco"; exceto o padre, demais vítimas sobreviveram
Mayckon Costa Crispim, 33 anos, que morreu em confronto com o Batalhão de Choque da Policia Militar, tinha cinco passagens por violência doméstica contra outras vítimas, além de ter matado um padre em Santa Catarina. O comportamento dele foi descrito como agressivo e violento.
A informação foi repassada pelo comandante do Choque, tenente-coronel Rigoberto Rocha, em coletiva na tarde desta quarta-feira (18).
"É um perfil bastante violento, tem cinco vítimas e o que chama a atenção é o uso da faca em algumas vítimas chama a atenção, violência doméstica nessas cinco vítimas e um latrocício, que estava em livramento condicional, de um latrocínio que tinha cometido contra um padre no estado de Santa Catarina.
Segundo o comandante, com exceção do padre, todas as vítimas sobreviveram, incluindo a ex-namorada que foi esfaqueada na noite desta terça-feira (17), em Campo Grande. O estado de saúde dela, no entanto, era considerado grave no momento do socorro, mas não há atualizações até a publicação desta reportagem.
Ainda segundo o tenente-coronel Rocha, com relação a esta vítima, ambos moraram em Canoas, onde houve um desentendimento e terminaram o relacionamento.
A mulher foi para Balneário Camboriú e, depois, para Campo Grande, sendo seguida por Mayckon.
"Ele chega até Campo Grande, tenta reatar o relacionamento, não consegue, e de uma forma bastante covarde, fala que vai embora e ela acompanha ele até a rodoviária. Quando ela está voltando para casa, é surpreendida nas proximidades de sua casa, de uma forma bastante violenta, com o autor desferindo mais de 20 facadas", explicou o comandante.
O criminoso fugiu após a tentativa de femicídio e foi localizado no estacionamento de um posto de combustíveis às margens da BR-163.
Segundo o Choque, durante a abordagem, o suspeito desobedeceu às ordens dos policiais e fez um movimento repentino em direção à cintura, de onde tirou uma faca. Policiais revidaram a tiros e o homem morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Universitário, para onde havia sido socorrido.
Conforme o tenente-coronel Rocha, o criminoso era "maluco".
"Chama a atenção a agressividade e a violência. No momento da abordagem, além de ter essa agressividade, ele é maluco. Tenta sacar e lançar uma faca e um dos policiais, não tendo nenhuma alternativa a utilizar o que ele tinha de letal", disse.
"É o que eu sempre falo: agressividade letal, resposta letal. O policial jamais vai deixar de agir e morrer com a pistola na mão. Então, ele vai utilizar o que ele tem para cessar aquela agressão letal, e foi necessário um único disparo", acrescentou o comandante.
Tentativa de feminicídio
O homem morava em Navegantes, cidade de Santa Catarina.
Na noite de terça-feira (17), ele abordou a ex, uma mulher de 40 anos, na saída de um supermercado e desferiu 20 golpes de faca contra ela, na rua 13 de maio, no bairro São Francisco.
A mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada em estado gravíssimo para o Hospital Santa Casa. Até a publicação desta reportagem, não havia atualizações sobre o estado de saúde.
O caso foi registrado como tentativa de feminicídio na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Latrocínio
O homem é suspeito de ter matado o padre Alvino Broering, em 14 de dezembro de 2009, no Vale do Itajaí (SC).
De acordo com portais de notícias catarinenses, o padre, de 46 anos, foi assassinado a facadas após roubarem o seu carro, há 15 anos, na BR-101, em Itajaí, litoral de Santa Catarina.
Ele levou sete golpes de faca na cabeça. O crime foi configurado como latrocínio, roubo seguido de morte e causou grande comoção na cidade, pois o padre era muito influente.