O governo israelense libertou hoje 26 prisioneiros palestinos como gesto de boa vontade em relação às negociações de paz, conforme determinado antes de as conversas entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina serem retomadas em julho. Os libertos haviam sido condenados antes da assinatura dos Acordos de Oslo, em 1993, pelo que são considerados como veteranos entre os prisioneiros palestinos. Eles deixaram a prisão de Ofer, na Cisjordânia, em ônibus escoltados por agentes israelenses. Os prisioneiros foram recebidos pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, em Ramallah. "Prometemos que essa não seja a última vez e que mais grupos de heróis voltem para nosso território com mais frequência no futuro próximo, com a vontade de Deus".
Dos presos liberados, três se dirigiram à faixa de Gaza, governada pelo Hamas, que rejeita qualquer diálogo com Israel, e também foram recebidos com festa. As comemorações geraram críticas do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu: "Assassinos não são heróis. Essa não é a forma de fazer a paz".
Nova rodada
Foi o terceiro grupo de presos soltos nesse contexto, e deve haver uma quarta rodada em abril. A soltura tem significado político, por ser uma reivindicação tradicional da liderança palestina. A quarta etapa deve ser ainda mais importante, já que irá incluir cidadãos israelenses e também prisioneiros condenados por terem realizado grandes atentados. A previsão é que, ao todo, sejam soltos 104 palestinos no fim das rodadas de liberação.
Entre os cidadãos israelenses, a expectativa maior é em relação a Karim e Maher Yunis, presos há três décadas. Eles foram condenados pela morte do soldado Avraham Brumberg nos anos 1980.
Como nas rodadas anteriores de soltura, houve manifestações de repúdio organizadas pelas famílias de vítimas desses detentos. Os protestos foram apelidados de "marcha dos guarda-chuvas", devido ao clima chuvoso no país. Manifestantes pintaram as mãos de vermelho, imitando sangue. Em acordo com a Polícia, a marcha entre a residência do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e o Muro das Lamentações foi mantida. Mas apenas 15 dos manifestantes puderam concluir o trajeto, diante da casa de um dos prisioneiros dentro das muralhas antigas de Jerusalém.