Cidades

COVID-19

Governo do Estado vai ao Supremo para vacinar toda a população até julho

Intenção de Mato Grosso do Sul é conseguir comprar cerca de 1 milhão de doses do imunizante russo Sputnik V

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Possível compra do imunizante russo Sputnik V pelo governo de Mato Grosso do Sul pode acelerar plano de vacinação contra a Covid-19 e ter toda a população de MS imunizada até julho de 2020. 

Para isso, o Estado apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição para compra da vacina e pretende adquirir de 500 mil a 1 milhão de doses.  

Pensando na insuficiência das doses disponibilizadas pelo governo federal, que adquiriu a vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e a vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a farmacêutica Astrazeneca e a Universidade de Oxford, o Estado tomou a iniciativa de negociar as doses com outras sete unidades da federação.  

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, Mato Grosso do Sul possui R$ 100 milhões para a compra de imunizantes e só precisa da aprovação do STF. 

“Vamos nos informar do valor e da quantidade que eles podem nos fornecer, 500 mil doses, 1 milhão, e vamos fazer nosso melhor caso a negociação seja autorizada”, garante.

Resende explica que a compra das vacinas pode acelerar o plano de vacinação estadual, já que, se contar apenas com as doses do Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, o previsto é que a campanha seja concluída só no segundo semestre de 2022.  

“Se continuarmos apenas com as doses recebidas pelo governo federal, vamos conseguir imunizar toda a nossa população só daqui um ano, mas, se conseguirmos fazer essa negociação, poderemos acelerar o plano e ter todos imunizados até julho deste ano, ou até em menos tempo, junho, abril”, espera.  

O secretário detalha que com os novos imunizantes será possível iniciar em pouco tempo a vacinação de novos grupos prioritários, como profissionais da educação, funcionários públicos, ribeirinhos, quilombolas, pessoas com comorbidades, entre outros.

“Teremos mais vidas preservadas se conseguirmos comprar a Sputnik V, já estamos mostrando nossa eficiência na vacinação e na distribuição das doses para todos os municípios, sempre estamos entre os estados destaque na imunização da população. Devemos imunizar para controlar os óbitos e para não corrermos riscos com a nova variante, com cepas do vírus que se apresentam mais fortes”, conclui Resende.  

Os governos da Bahia, do Piauí, do Espírito Santo, da Paraíba, de Sergipe, do Maranhão e de Pernambuco já apresentaram petições para a aquisição da vacina. 

“Se qualquer estado desses que estão envolvidos com a ação conseguirem comprar a vacina, claro que vamos comprar também. Aguardamos o governo federal e a aprovação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], mas já estudamos meios de acelerar nossa imunização”, explica Resende.  

O imunizante, que já foi aprovado para uso emergencial da população em nações como Rússia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Bolívia, Bielorrússia, Sérvia, Argélia, Hungria, Argentina e Paraguai, ainda não obteve o aval da Anvisa.  

Em sua solicitação, o Estado defende que a demanda é essencial para suas estratégias no confronto da pandemia da Covid-19. O caso está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski.

VACINAÇÃO EM MS

Mato Grosso do Sul recebeu mais 32 mil doses de vacina contra a Covid-19 no domingo, foi o quarto lote recebido. Ao todo, o Estado recebeu 222.960 doses dos imunizantes Coronavac e Astrazeneca.  

O novo lote chegou em um voo comercial e já foi encaminhado para a Secretaria Estadual de Saúde (SES), sob escolta da Polícia Federal, onde ficou armazenado e começou ontem a ser distribuído aos municípios.  

Do total, 10.200 doses serão enviadas aos municípios para a segunda aplicação nas pessoas com mais de 80 anos que receberam a vacina Coronavac. O quantitativo restante será para profissionais de saúde e idosos acima de 80 anos que ainda não receberam nenhuma dose.

A primeira remessa foi entregue a Mato Grosso do Sul em 18 de janeiro, com 158.760 doses da Coronavac. Destas, 23.932 foram destinadas apenas para Campo Grande. 

A segunda remessa foi no dia 24 do mesmo mês, quando 22 mil doses da vacina de Oxford chegaram ao Estado, 9.340 apenas para a Capital. A terceira remessa, com 10.200 doses da Coronavac, chegou no dia seguinte. Do total, Campo Grande recebeu 3.600 doses do imunizante chinês.

De acordo com o Vacinômetro da Covid-19, desenvolvido pela SES, a população a ser imunizada na primeira fase é de 176.721 pessoas, entre idosos institucionalizados, idosos com 80 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas aldeados.

A meta é vacinar 90% do grupo, e o porcentual de vacinados aponta que 48,22% já foram imunizados. Em relação à população geral de Mato Grosso do Sul, o porcentual de pessoas imunizadas é de 2,73%. 

Dados apresentados pelo governo do Estado no início da vacinação apontavam que o primeiro grupo prioritário era formado por 219.215 pessoas.

Com a chegada de mais imunizantes, foi aberta vacinação também para os 175.511 idosos acima de 80 anos, dos quais 4.649 já foram vacinados, o que representa 10,13%.  

Dos lotes que já chegaram, há vacina suficiente para imunizar 133.380 pessoas, por conta do primeiro lote, recebido em janeiro, do qual foram encaminhadas 158 mil doses e a outra metade foi reservada para a segunda aplicação. 

Além disso, no último lote 10.200 doses foram reservadas para a segunda dose em idosos. 

MEIO AMBIENTE

Nível crítico da saúde do rio Miranda preocupa instituições

Volume do curso d'água também está em níveis críticos, com lâmina de água batendo menos de 50 cm em trechos que já registraram mais de 5 metros

07/09/2024 19h00

Com 44.740 km² de abrangência, aproximadamente metade da população sul-mato-grossense reside em municípios que cooperam com a bacia

Com 44.740 km² de abrangência, aproximadamente metade da população sul-mato-grossense reside em municípios que cooperam com a bacia Reprodução/IHP

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Após ações de monitoramento e expedições, o nível crítico da saúde observada no Rio Miranda preocupa instituições ligadas à preservação ambiental, já que mais de 50 hectares na região de sua bacia foram identificados com necessidade de recuperação. 

Considerado um dos principais tributários do rio Paraguai, que forma o Pantanal, a degradação ambiental tem afetado o Rio Miranda, com cerca de pelo menos 53 hectares de passivos ambientais precisando de recuperação, ao longo de 70 km na região de nascente. 

Ainda no 5º dia deste mês, as degradações foram constatadas em uma Expedição ao Rio Miranda formada, além do Instituto Homem Pantaneiros (IHP) pelas seguintes entidades: 

  • Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Miranda, 
  • Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim (IGMA),
  • Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), 
  • Ministério Público Estadual – promotoria de Jardim, 
  • Polícia Militar Ambiental, 
  • Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), 
  • Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) campus de Jardim e 
  • Exército Brasileiro (4ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada).

Com relatório detalhado em mãos, o Comitê deve usar esses dados para subsidiar reunião ordinária do colegiado e planejar futuras decisões, comunicando também ao Ministério Público Estadual, além da promotoria de Jardim, para despachos futuros.

Sem proteção

Wener Hugo Moreno é biólogo e acompanhou a expedição pelo IHP, indicando que até mesmo os limites de áreas de preservação ambiental, as populares APP's, sequer contam com as proteções que deveriam demarcar os 50 metros de resguardo delimitado. 

"Com a falta de vegetação, o rio tem uma força natural e ele vai carregando esses sedimentos. Sem a APP, não há a compactação e os sedimentos são carregados.

Isso vai causar falta de navegabilidade, a profundidade do rio é alterada, os barrancos cedem e proprietários perdem área da propriedade, causando prejuízos financeiros.

Tem casos que um proprietário que tinha 11 hectares, já perdeu 4 hectares. Afeta também a presença da biodiversidade”, cita o biólogo. 

Entre os municípios que integram a bacia do Rio Miranda aparecem: 

  • Terenos,
  • São Gabriel do Oeste,
  • Campo Grande,
  • Bandeirantes,
  • Dois Irmãos do Buriti,
  • Aquidauana,
  • Rochedo,
  • Maracaju,
  • Bodoquena,
  • Bonito,
  • Nioaque,
  • Sidrolândia,
  • Corguinho,
  • Jardim,
  • Corumbá,
  • Miranda,
  • Ponta Porã,
  • Rio Negro,
  • Guia Lopes da Laguna,
  • Porto Murtinho e
  • Anastácio.

Com 44.740 km² de abrangência, aproximadamente metade da população sul-mato-grossense reside em municípios que cooperam com a bacia. 

Com 44.740 km² de abrangência, aproximadamente metade da população sul-mato-grossense reside em municípios que cooperam com a bacia53 hectares de passivos ambientais precisam de recuperação. Reprodução/IHP

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"FESTIVAL DE PIPAS?"

PRF em MS apreende fuzis que iam do Paraguai para o RJ

Total de armas apreendidas em Mato Grosso do Sul subiu 26% em dois meses e armamento restrito ia para Estado polo de facções nacionais

07/09/2024 17h32

Considerado uma arma para forças táticas militares, fuzis 5.56 liberados durante o governo Bolsonaro e proibidos na terceira gestão Lula

Considerado uma arma para forças táticas militares, fuzis 5.56 liberados durante o governo Bolsonaro e proibidos na terceira gestão Lula Reprodução/PRFMS

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Por suas fronteiras estaduais e nacionais, Mato Grosso do Sul é inegavelmente rota para os chamados crimes transfronteiriços, que vão desde apreensões de drogas até armamentos, como o caso dos fuzis encontrados pela Polícia Rodoviária Federal no fim da tarde de sexta (06), vindos do Paraguai com destino a um "festival de pipas" no Rio de Janeiro. 

Polo de facções nacionais, o Estado carioca, que seria o destino dos fuzis e pistolas encontrados pela PRF, fica cerca de 1,2 mil km de onde os armamentos foram encontrados, no município sul-mato-grossense de Nova Andradina. 

Mais precisamente, as 10 armas totais e respectivas munições foram interceptadas 1.223,4 km distantes de onde seriam entregues, na cidade fluminense de Duque de Caxias (RJ). 

Com apoio do Grupo Especial de Fronteira (Gefron/MT) e da PRF/MT, a Polícia Rodoviária Federal abordou um veículo Ford Ka, no km 129 da BR 267, onde o motorista nervoso disse que seu destino era um festival de pipas em terras cariocas. 

Após ordem de parada, os agentes da PRF visualizaram o nervosismo que o condutor do Ford Ka demonstrava, alegando que iria até Duque de Caxias para um tal festival de pipas, momento em que os policiais optaram por revistar o veículo. 

Durante a vistoria do automóvel, os policiais rodoviários federais encontraram as armas escondidas na porta do Ford Ka, sendo: 

  • 05 fuzis calibre 5.56 mm, 
  • 05 pistolas calibre 9mm, 
  • 10 carregadores de fuzis,
  • 10 carregadores de pistolas,

Questionado, o condutor confessou que tinha sido contratado para o transporte, pegando o armamento na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, pago para levar até Duque de Caxias (RJ), sendo preso e conduzido até a Polícia Federal em Dourados pelo crime. 

Balanço de apreensões

Dados estatísticos da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que, mesmo distante do total apreendido no ano passado (2.250 armas), os números de 2024 crescem exponencialmente. 

Isso porque, como bem acompanha o Correio do Estado, ainda em 05 de julho as apreensões de armas em MS somavam 871 registros, já sendo 1.104 segundo último balanço da Sejusp. 

Ou seja, com esses valores totais, o crescimento entre julho e setembro representa um aumento percentual de 26% no período de dois meses. 

Anualmente os valores tem oscilado, com 1.754 armas apreendidas em 2020 e outras 1.930 no ano seguinte, sendo que há dois anos o índice aponta para 1.761 armamentos tirados de circulação pelas forças policiais de MS. 

O pico dessa série fica por conta do ano passado, quando 2.250 armas foram apreendidas em Mato Grosso do Sul durante os 12 meses de 2023. 

Se analisadas as armas por espécie, apreendidas somente no ano passado, os armamentos adulterados ou com numeração raspada representam a maioria das apreensões (1.088 das 2.250 totais de 2023). 

Neste ano essa espécie de arma também representa maioria das apreensões, 506 das 1.104 totais do último balanço, com os revólveres e pistolas vindo logo em seguida, com 270 e 202 retiradas de circulação respectivamente. 

Fuzis

Curiosamente, tanto no balanço anual quanto no compilado histórico, os fuzis se encontram entre os menos expressivos índices de apreensão, sendo 41 totais desde 2020. 

Ainda neste ano, cinco outros fuzis de uso restrito (5.56) - liberados durante o governo Bolsonaro e proibidos na terceira gestão Lula - foram apreendidos pela PRF na BR-262, vindos da Bolívia com destino ao estado de São Paulo. 

Vale lembrar que, ao assumir a presidência, Jair Bolsonaro assinou um decreto regulamentando porte e posse de armas no Brasil, que acabou por flexibilizar o acesso da população a diversos tipos de armamento, quando a compra de um fuzil passou a ser possível. 

Considerado uma arma de utilização para forças táticas militares, pelo decreto de 2019 mudando a classificação para "de uso permitido", esse armamento poderia ser comprado por qualquer brasileiro. 

Se antes disso, brasileiros só tinham acesso a revólveres de calibres 32 e 38, além de pistolas 380, armamentos que atingem até 407 joules de energia cinética - liberada no momento de disparo -, depois do decreto esse limite aumentou quatro vezes mais. 

No Brasil, a empresa Taurus possui um modelo desse calibre, o T4, fuzil nacional no qual essa energia supera os mil e trezentos joules. 

Já em 1º de janeiro do ano passado, durante primeiro ano de sua terceira gestão, Lula revogou a liberação dos calibres 5.56; .308 e o popular sete meia dois.

Em 21 julho, o pacote de segurança pública nacional ainda voltou os calibres 9mm e pontos 40 e 45 para uso restrito. 

 

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