Cidades

impasse

Greve dos professores da Reme antecipa clima de férias na Capital

A paralisação das aulas para cerca de 100 mil estudantes deve seguir pelo menos até o dia 9; os docentes buscam que o reajuste salarial de 10,39% acordado em março seja cumprido pela prefeitura

Continue lendo...

A greve dos professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) de Campo Grande resultou em um clima de férias antecipadas na cidade. Pais de alunos relataram ao Correio do Estado a preocupação com o andamento do ano letivo, interrompido pela paralisação dos docentes. 

As famílias destacam, ainda, que precisaram recorrer a formas alternativas para cuidar das crianças no período em que deveriam estar nas instituições de ensino. 

“A gente entende o motivo da greve, é um direito que os professores têm. Mas não tinha outra data melhor para os professores fazerem isso? Porque a paralisação de agora está prejudicando as crianças”, disse Luciana Ferreira da Silva, de 36 anos, mãe de dois alunos da Reme.

Mãe de Thiago, de 10 anos, e Adrian, de 17 anos, alunos da Escola Municipal Licurgo de Oliveira Bastos, na Vila Nasser, Luciana conversou com a equipe de reportagem do Correio do Estado enquanto voltava com os filhos da escola.

Segundo Luciana, ela foi até a unidade escolar para perguntar aos coordenadores da escola se há alguma previsão para a volta das aulas e o fim da greve.

“Eu acabei de vir da escola, fui perguntar quando ia acabar a greve, por causa das notas dos meus filhos. Quero saber quando será divulgado o boletim”, declarou Luciana.

Luciana também informou que tinha planos para o fim de ano, curtir as férias com os filhos viajando, porém, por causa da greve, a indefinição do calendário letivo resultou no cancelamento da viagem. 

“Estou de férias e tinha planos viajar com eles [Thiago e Adrian], mas, por causa da greve, eu não vou poder mais. É um bem para os professores, mas prejudica muito a gente”, destacou.

Em conversa com funcionários da Escola Municipal Licurgo de Oliveira Bastos, Luciana recebeu um retorno de uma possível data para o encerramento da greve dos professores.

“Pelo que eles falaram na escola, até o dia 9 de dezembro eles vão ter uma resposta se as aulas voltarão ou não, mas, pelo andar da carruagem, acredito que vai seguir por muito tempo”, disse Luciana.

Luanda Villa Rivarola é a favor de que a prefeitura dê o reajuste para os professores, mas não nega que a greve dificulta aos pais, enquanto trabalham, cuidar dos filhos.

“As mães que não têm com quem deixar os filhos. Eu trabalho com marketing digital em casa, agora, e aquelas mães que trabalham fora, como ficam? Com salário mínimo de R$ 1,2 mil, não tem como pagar uma babá para ficar com a criança”, afirmou.

Mãe de Isabella Villa Rivarola, que está no segundo ano do Ensino Fundamental, Luanda acredita que o ano letivo dos alunos da Reme está sendo prejudicado. 

“É uma sacanagem isso, a prefeitura tem de pagar logo os professores. Não há condições de manter nossos filhos por tanto tempo em casa e conciliar com o trabalho. Além disso, os alunos precisam fechar as notas do bimestre”.

PASSEATA

Na sexta-feira (2), professores da Reme foram às ruas reivindicar o reajuste salarial, no primeiro dia de greve.

Cerca de 3 mil servidores municipais da educação percorreram algumas ruas do centro de Campo Grande até o Paço Municipal, onde ficaram concentrados.

A mobilização aconteceu após dias de negociações sem acordo com a prefeitura para o reajuste do piso salarial de 10,39%, que deveria ter sido pago em novembro, conforme acordo feito em março.

Ontem, os professores estiveram em frente à Prefeitura de Campo Grande, com cartazes pedindo o pagamento do piso salarial e uma solução de reajuste que seja aceitável para a categoria.

A proposta enviada pelo Executivo, de adiantar 4,78% do pagamento que está previsto para o mês de dezembro somado a um auxílio-alimentação de R$ 400, não foi aceita pelos professores em assembleia geral.

“A prefeita [Adriane Lopes] não atendeu, se escondeu. Isso é ruim, não só para os professores, mas para a sociedade. São 100 mil crianças afetadas de alguma forma, e a prefeita não atende a educação, isso é ruim para Campo Grande”, afirmou Gilvano Bronzone, atual secretário de Formação Sindical. 

Eleito pela categoria, Gilvano assume a presidência do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP) no dia 15 de janeiro.

JUSTIÇA ACIONADA

A greve geral dos professores da Rede Municipal de Ensino ainda corre o risco de ser barrada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Dependendo da decisão, a ACP vai recorrer, caso seja julgado procedente pelo TJMS o pedido feito pela Prefeitura de Campo Grande de intervenção na greve geral.

Segundo consta na ação, a Procuradoria-Geral do Município apresentou uma “tutela de urgência” ao desembargador Sérgio Fernandes Martins, do TJMS, contra o movimento grevista da ACP.

No documento consta, ainda, um pedido para que a ACP pague uma multa diária de R$ 100 mil caso a greve seja mantida.

Segundo a Prefeitura de Campo Grande, a proposta de reajuste salarial dos professores de 10,29% não foi aceita em razão da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O impasse foi criado por conta do cumprimento da Lei 6.796. A legislação aprovada no início do ano traz um impeditivo que condiciona o cumprimento do limite prudencial de 51,3% para gastos com a folha de pagamento. 

Esse gasto já estava acima do limite quando a lei foi aprovada, com 59,6%. A prefeitura alega que atualmente a folha de pagamento está em 57,1%, depois que a atual gestão adotou medidas de enxugamento de gastos, que continuam em andamento.

No processo protocolado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, também foi informado que o limite prudencial foi o motivo para a rejeição do reajuste proposto pelo sindicato. (Colaborou Cauê Reis)

Assine o Correio do Estado


 

Rede Pública de Ensino

Governo vai fazer nova chamada de professores aprovados em concurso

A expectativa é que sejam chamados mais 28 candidatos para tomar posse de forma imediata. Mais candidatos podem ser chamados até o fim do primeiro semestre de 2026

21/12/2025 15h00

Novos aprovados serão chamados para assumir os cargos de professores na rede Estadual

Novos aprovados serão chamados para assumir os cargos de professores na rede Estadual FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

Continue Lendo...

Uma nova leva de professores aprovados no concurso público do Governo de Mato Grosso do Sul será convocada para o cargo efetivo de docente na rede pública estadual. 

O anúncio foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Riedel, que firmou o compromisso de chamar de forma imediata mais 28 aprovados no certame, durante reunião com a direção da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), dos secretários estaduais Frederico Feline (Administração) e Hélio Daher (Educação) na última sexta-feira (19).

“Ficou estabelecido e autorizado pelo governador a chamada imediata de 28 aprovados do atual concurso para professores que está em andamento. Eles vão atender as necessidades imediatas da Rede Estadual”, afirmou Hélio Daher. 

O secretário também confirmou que uma nova reunião foi marcada para o próximo mês (janeiro de 2026) para discutir a chamada de mais candidatos chamados “remanescentes”, que estão na lista de espera e podem ser chamados ao longo do primeiro semestre do próximo ano. 

“Essa situação vai ser avaliada pelo Governo do Estado, com base em estudo que vai ser feito pelas secretarias de Administração e Educação”, adiantou. 

Durante a reunião, também foram discutidas outras pautas para a categoria, como a valorização dos docentes e melhorias para as carreiras. 

“O governador sempre está a mesa para ouvir as categorias, com muito respeito aos servidores públicos e sindicatos que representam as categorias. Hoje foi o dia de tratar de diversos assuntos com a Fetems. Ambos buscam melhorias nos serviços públicos e na qualidade de vida dos servidores”, descreveu o secretário Estadual de Administração. 

Concurso

O Concurso para recrutamento de novos professores para atender às demandas da Rede Estadual de Ensino foi realizado em 2022, com validade até junho de 2024, mas foi prorrogado por mais dois anos. 

O certame foi destinado ao cargo de Professor na Carreira Profissional da Educação Básica, e já convocou 1.060 professores de um total de 1.936 aprovados. 

A Secretaria Estadual de Educação tem o prazo de até junho de 2026 para concluir as nomeações para os quadros docentes das escolas estaduais. 

Em janeiro de 2025, foram publicadas mais 142 vagas, ampliando a oferta oferecida pelo concurso, que era de 722. 

A área com maior número de vagas foi na disciplina de História, com 54 oportunidades distribuídas no Estado, sendo 6 vagas somente em Três Lagoas. 

Em Campo Grande, a maior demanda é pela área de Sociologia, com 17 vagas, sendo 13 para ampla concorrência, 3 para cotistas negros e 2 para cotistas PcD. A Língua Inglesa tem 4 vagas, sendo 3 para ampla concorrência e 1 para cotistas negros. 

A carga horária prevista é de 20 horas/aula, com salário inicial variando conforme a titulação do candidato: R$ 4.190,82 para graduação; R$ 4.470,20 para pós graduação; e R$ 4.609,89 para mestrado ou doutorado. 


 

MATO GROSSO DO SUL

Helicóptero da Marinha resgata adolescente em trabalho de parto no Pantanal

Bebê nasceu em comunidade ribeirinha antes da chegada ao hospital

21/12/2025 14h30

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação Divulgação

Continue Lendo...

Um helicóptero da Marinha do Brasil realizou, na tarde desta sexta-feira (20), um atendimento aeromédico para resgatar uma adolescente de 14 anos que entrou em trabalho de parto em uma região ribeirinha próxima à Barra do São Lourenço, no Pantanal.

O local fica a cerca de 250 quilômetros da área urbana de Corumbá, em uma área de difícil acesso, próxima à divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

De acordo com as informações repassadas pela Marinha, a jovem estava deitada em uma rede quando fez uso do medicamento Dorflex e, logo em seguida, houve a ruptura da bolsa amniótica. Diante da situação, ela foi colocada em posição adequada para o parto, que ocorreu ainda no local.

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação. Conforme o médico da Marinha que prestou o atendimento, o parto foi considerado prematuro, mas não houve descolamento de placenta.

Após o nascimento, mãe e recém-nascido foram transportados de helicóptero até o 6º Distrito Naval, em Ladário. Na sequência, uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar realizou o transporte terrestre até uma maternidade de Corumbá, onde a adolescente foi entregue aos cuidados da equipe médica de plantão.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).