Cidades

ANIVERSÁRIO DE MS

Há 45 anos, Mato Grosso do Sul é terra de oportunidades e qualidade de vida

Com a emancipação político-administrativa de Mato Grosso, em 1977, MS conta hoje com 79 municípios e 2,8 milhões de habitantes

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Mato Grosso do Sul hoje completa 45 anos. Nas últimas quatro décadas, a emancipação político-administrativa do estado de Mato Grosso, assinada pelo presidente general Ernesto Geisel em 1977, por meio da Lei Complementar nº 31, de 11 de outubro, resultou em um local de oportunidades, desenvolvimento e qualidade de vida. 

Ao Correio do Estado, a gestora de eventos Wânia Colman, 44 anos, relatou que ela e seu irmão gêmeo, Wagney, são os primeiros sul-mato-grossenses da família. A campo-grandense, que completa no mês de dezembro a mesma idade do Estado, salientou que nunca pensou em ir embora de MS. 

"Aqui temos o que muitos almejam, como segurança e contato com a natureza. Claro que ainda falta muita coisa, mas Mato Grosso do Sul está em desenvolvimento e estamos localizados em uma posição geográfica que possibilita que grandes empresas se instalem aqui, e com isso vem as melhorias e o crescimento", disse Wânia. 

A gestora reitera que sente muito orgulho de ter nascido em um Estado rico em vários aspectos e que valoriza principalmente esse contato com a natureza. 

"Temos cenários maravilhosos em MS, como a cidade de Bonito e o Pantanal. Mesmo com o crescimento e o desenvolvimento, continuamos com características interioranas, as pessoas têm o ritmo de vida desacelerado aqui, é possível sentar em frente a sua casa e tomar um tereré com o vizinho sem medo", salientou.

Nascida em Aparecida do Taboado, a funcionária pública e empreendedora Valéria Alves da Costa, 44 anos, relatou que, durante o seu crescimento no novo estado, pôde acompanhar a evolução do sistema de saúde e das ofertas de emprego e oportunidades, principalmente para a população do interior de MS. 

"Sou a primeira sul-mato-grossense da família, e, depois da divisão dos estados, vemos que os recursos chegam nas cidades menores, como Aparecida do Taboado. Eu vejo a evolução na infraestrutura, vejo as oportunidades se criando; quando converso com pessoas mais velhas, elas relatam como era difícil chegar à capital, em Cuiabá, por ser um estado muito grande", reiterou. 

Valéria destacou ainda que foi ótimo construir sua vida em um novo estado, com as oportunidades surgindo após a emancipação de Mato Grosso.

"Fomos formando nossa vida e nossos trabalhos. Muita gente de fora veio para cá, e, como todo lugar, tivemos que lidar com desafios, mas a qualidade de vida aqui ainda é excelente", afirmou. 

CONTEXTO POLÍTICO

Conforme o historiador Roberto Figueiredo, a criação de Mato Grosso do Sul foi muito benéfica, pois havia, à época, uma dificuldade do governo de Mato Grosso em administrar os municípios ao sul, considerados, inclusive, os mais prósperos e economicamente estruturados. 

"Na questão urbana, as cidades tiveram um olhar administrativo mais forte e um grande desenvolvimento econômico e turístico", reiterou Figueiredo. A divisão dos estados só foi concretizada efetivamente em 1º de janeiro de 1979.

O historiador destaca que a divisão de Mato Grosso e a criação de Mato Grosso do Sul não passaram por uma consulta popular ou um plebiscito pelo contexto político da época, que ainda estava sob o regime da ditadura militar. 

"Os fortes nomes da política local tinham um acesso ao poder militar, mas não chegaram, por exemplo, a um consenso sobre o primeiro governador, que acabou sendo alguém de fora [o gaúcho Harry Amorim Costa], que nunca tinha tido relações com o novo estado", afirmou Figueiredo. 

Segundo o historiador, existem rumores de que a criação de MS seria uma forma de o governo militar aumentar sua bancada para a eleição do general Figueiredo, que foi o próximo após Geisel. 

"O que temos de certo é que Mato Grosso do Sul foi criado em um momento em que não se tinha um grande movimento diversionista em pauta", afirmou. 

IDENTIDADE

Mato Grosso do Sul faz divisa com cinco estados, Goiás, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Mato Grosso, além de dividir uma extensa faixa de fronteira com dois países da América do Sul, Bolívia e Paraguai.

O historiador Roberto Figueiredo destacou que os diferentes sotaques e origens são responsáveis pela identidade plural de MS. 

"Reforço uma frase da saudosa professora Glorinha, que disse que nós somos um povo que mistura tudo, gaúchos, mineiros, japoneses, paraguaios, bolivianos, nordestinos e árabes. É essa mistura que faz a nossa identidade cultural. Temos tantos outros povos que é impossível definir um só prato típico de MS, uma só dança ou uma só matriz cultural", destacou. 

Em entrevista ao Correio do Estado no mês de agosto, o cônsul honorário do Líbano, Eid Anbar, destacou que 10% da população de Mato Grosso do Sul é de libaneses e descendentes. 

"Onde temos mais libaneses é no estado de São Paulo, mas aqui não ficamos muito atrás. Depois começaram a vir outras pessoas daquela região para MS, os palestinos e os sírios. É um povo que se expandiu muito no comércio, tem forte atuação na política do Estado, na medicina, em todas as áreas em que começaram a atuar", relatou. 

TERRA DE OPORTUNIDADE

A criação de Mato Grosso do Sul desencadeou um amplo processo migratório dos estados vizinhos para MS, considerada como a nova terra de oportunidades e prosperidade. 

Este é o caso de Lindolfo Leopoldo Martin, de 69 anos, nascido no interior do Rio Grande do Sul, mas criado no interior do Paraná: o gaúcho de nascença escolheu Campo Grande para criar seu primeiro negócio.

Em entrevista ao Correio do Estado em agosto deste ano, Martin relatou que, com o apoio financeiro do pai, que já cuidava de um empreendimento em Maringá, decidiu se mudar para o recém-nascido estado de Mato Grosso do Sul, em busca de melhores oportunidades.

Foi assim que fundou a Multicasa, em 1978. Seis anos depois, em 1984, deu início a Multicoisas, empresa que hoje tem mais de 200 lojas franquiadas espalhadas por todo o País.

"Eu escolhi Campo Grande porque tinham acabado de dividir os estados, era início de 1978 e era um Estado que tinha oportunidade. Como todo bom aventureiro, eu escolhi um estado novo, que tinha tudo para ser feito. Em fevereiro de 1978, eu cheguei aqui na Capital e nunca me esqueço que fui muito abençoado nessa trajetória", salientou o empresário.

Conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o fluxo migratório de pessoas de outros estados para MS até o ano de 2010 considerando a população da época, de 2,4 milhões de habitantes contava com 12.174 moradores que nasceram na Região Norte do Brasil. 

Da Região Nordeste, 108.556 pessoas optaram por morar em MS, 267.411 vieram da Região Sudeste, 174.872 da Região Sul e 14.679 são estrangeiros. Conforme o IBGE, 1.860.884 pessoas que residem em MS têm como origem a Região Centro-Oeste. 

Estimativa de 2021 aponta que MS possui atualmente uma população de 2,8 milhões de habitantes. Desde a crianção do Estado, em 1977, foram fundados novos 24 municípios em Mato Grosso do Sul. 

Atualmente MS conta com 79 cidades, distribuídas em uma área territorial de 357 mil quilômetros quadrados. 

Cidades

Ministras defendem penas maiores para crimes de feminicídio

Protesto foi convocado por organizações da sociedade civil

07/12/2025 19h00

As ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, das Mulheres, Márcia Lopes, e da Gestão, Esther Dweck, durante o Levante Mulheres Vivas, na área central de Brasília

As ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, das Mulheres, Márcia Lopes, e da Gestão, Esther Dweck, durante o Levante Mulheres Vivas, na área central de Brasília Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

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Seis ministras e um ministro do governo federal participaram, neste domingo (7), em Brasília, do ato Levante Mulheres Vivas convocado por dezenas de organizações da sociedade civil. A manifestação ocorreu em diversas capitais do país após sucessão de casos de feminicídios que chocaram a sociedade. 

Sob fortes pancadas de chuva, o ato contou também com a participação da primeira-dama Janja Lula da Silva. O ministro que participou foi o do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.

A ministra da Mulher, Márcia Lopes, defendeu que as mulheres precisam ocupar 50% dos cargos políticos no Brasil. “Não vamos votar em homem que agrida, que ofenda as mulheres. Não vamos votar”.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que essa é uma luta civilizatória, que precisa da participação dos homens.

“É muito importante ter os homens ao lado da gente nessa caminhada. Essa luta é de toda a sociedade. Temos que unir forças para tirar essa chaga da sociedade. Nós temos um problema histórico e cultural de subordinação das mulheres e temos que mudar isso”, afirmou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lembrou sua irmã Marielle Franco, vereadora carioca assassinada em 2018 no Rio de Janeiro (RJ).

“Quando Marielle foi assassinada da maneira que foi, com cinco tiros na cabeça, logo depois a mãe Bernadete, poucos anos depois, com 21 tiros na cabeça, há um recado dado para essas mulheres. A gente tá aqui hoje pra dizer que vai permanecer viva, de pé, lutando, ocupando todos os espaços, eles queiram ou não. A gente vai permanecer”, afirmou.

Mesmo se recuperando de uma cirurgia, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participou do ato em uma cadeira de rodas. Ela lembrou que a violência contra as mulheres indígenas segue invisível.

“Essa violência que a gente vê hoje em redes sociais, em noticiários, nos territórios indígenas acontece igualmente e nem notícia vira. Elas continuam no anonimato e ainda nem estatística viraram”, lamentou.

Também participou do ato a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, que argumentou que a luta das mulheres contra a violência é secular. 

“Isso é para que a gente possa ter a dimensão da batalha que tem pela frente. Por isso, a luta para que tenhamos salário igual para função igual, creches, direitos para que, nas universidades, as mulheres que sigam a carreira científica possam avançar sem nenhum tipo de empecilho”, afirmou.

Em sua fala, a primeira dama Janja Lula da Silva lamentou os feminicídios e pediu medidas mais duras contra o assassinato de mulheres.

“Que hoje seja um dia que fique marcado na história desse movimento das mulheres pelo Brasil. A gente precisa de penas mais duras para o feminicídio. Não é possível um homem matar uma mulher e, uma semana depois, estar na rua para matar outra. Isso não pode acontecer”, disse.

Também participou do ato, na Torre de TV, na área central de Brasília, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck.

Entenda

A mobilização nacional foi convocada após uma onda de feminicídios recentes que abalaram o país.

No final de novembro, Tainara Souza Santos teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, enquanto ainda estava presa embaixo do veículo. O motorista, Douglas Alves da Silva, foi preso acusado do crime.

Na mesma semana, duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), no Rio de Janeiro, foram mortas a tiros por um funcionário da instituição que se matou em seguida.

Na sexta-feira (5), foi encontrado, em Brasília, o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos. O crime está sendo investigada como feminicídio após o soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, ter confessado a autoria do assassinato.

Cerca de 3,7 milhões de mulheres brasileiras viveram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses, segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero.

Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídios. Em média, cerca de quatro mulheres foram assassinadas por dia em 2024 em razão do gênero. Em 2025, o Brasil já registrou mais de 1.180 feminicídios.

assalto

Gravuras raras de Portinari são roubadas da Biblioteca Mário de Andrade, em SP

Criminosos entraram no local armados, renderam seguranças e roubaram obras de arte antes de fugir

07/12/2025 18h30

Foto: Reprodução Instagram Biblioteca Mário de Andrade

Foto: Reprodução Instagram Biblioteca Mário de Andrade

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A Biblioteca Mario de Andrade foi alvo de um assalto neste domingo, 7, em São Paulo. Criminosos entraram no local armados, renderam seguranças e roubaram obras de arte antes de fugir. Ao todo, 13 gravuras foram levadas - oito de Henri Matisse e cinco de Candido Portinari.

As de Portinari envolviam uma série rara, referente à obra Menino de Engenho, de José Lins do Rego. Em 1959, foi lançada uma edição especial do livro, pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. A instituição havia sido fundada em 1943 por Raymundo Ottoni de Castro Maya, inspirada na Sociétédes Cents Bibliophiles da França, da qual seu pai tinha sido membro.

Ao longo dos anos, a sociedade promoveu uma série de 23 edições de clássicos da literatura do Brasil com ilustrações de artistas plásticos de renome do País. Entre os autores, nomes como Machado de Assis, Jorge Amado e Mario de Andrade. Já entre os ilustradores, Di Cavalcanti, Djanira, Poty, Isabel Pons, além do próprio Portinari, entre outros.

As tiragens eram limitadas aos sócios e os exemplares traziam consigo o número de inscrição de seu proprietário na Sociedade dos Cem Bibliófilos.

Segundo informações do Grupo Globo História, as gravuras foram impressas sob supervisão de Poty Lazzarotto, Castro Maya e Cypriano Amoroso Costa. O livro conta a história de Carlinhos, menino que se depara com uma tragédia: o pai assassinou a mãe. Então, tem que morar no engenho de seu avô, às margens do Rio Paraíba.

Portinari já tinha desenhado inspirado na obra do autor. Antes, em 1953, a revista Cruzeiro publicou trechos de Cangaceiros, de Lins do Rego, com ilustrações de Portinari.

As obras roubadas faziam parte da exposição Do Livro Ao Museu: MAM São Paulo na Biblioteca Mario de Andrade, que estava em cartas desde 4 de outubro e seria encerrada neste domingo.

Segundo informações do site Projeto Portinari, a edição especial contou, ao todo, com 30 gravuras do artista espalhadas pelas 203 páginas do livro.

São elas:

- Banho no Rio

- Casal de Trabalhadores

- Cavalos no Rio

- Corregedor

- Enchente

- Gaiola I

- Homem a Cavalo com Menino na Garupa

- Homem Morto

- Homens com Facas

- Homens e Meninos no Curral

- Homens na Rede

- Menina Deitada

- Menino

- Menino com Carneiro

- Menino com Carneiro

- Menino com Canavial

- Menino Montado em Carneiro

- Menino na Árvore

- Meninos a Cavalo

- Meninos Brincando com Varas

- Meninos e Coqueiros

- Mestiço Preso em Tronco

- Mulher Morta

- Namorados

- Peru e Galo

- Queimada no Canavial

- Retirantes

- Trabalhadores no Canavial

- Velho Montado a Cavalo

- Vendedor de Perus

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