O Arquiteto e Urbanista Jorge Wilheim, um dos mais importantes do país e responsável pelo plano urbanístico do município de Angélica (MS), morreu na madrugada desta sexta-feira (14), em São Paulo, aos 85 anos. Desde dezembro, Wilheim estava internado após sofrer um acidente de carro.
Em 1954, Jorge Wilheim recebeu uma proposta de construir, do zero, entre Campo Grande e Dourados uma cidade para 15 mil pessoas, com a finalidade de ocupar e desenvolver a região. Assim, de maio de 1955 a setembro de 1956 executou o Plano Piloto da nova cidade, denominado “Plano Piloto de Uma Cidade Cafeeira”. Anos depois, ele participou da elaboração do plano piloto de Brasília.
A importância do arquiteto na história do município é tão grande que ele foi homenageado no hino da cidade:
“A exploração da erva mate, iniciou
tua caminhada rumo ao povoamento,
Jorge Wilheim, cuidadosamente planejou,
Os caminhos para o teu desenvolvimento.”
(Autor: Inivaldo Gisoato)
Atualmente, Angélica tem 9,3 mil habitantes
Consciência ecológica
A obra para construção da cidade, gerenciada por Wilheim, foi feita de modo que grandes árvores não fossem derrubadas, mas incorporadas à paisagem. E preservou na área central dois quarteirões com vegetação nativa. Essa preocupação o credenciou, na década de 1970, a elaborar o primeiro estudo de impacto ambiental no Brasil, para a Alcoa, em São Luiz, Maranhão.
Ele também elaborou a construção de duas clínicas em Campo Grande.
Trajetória
Wilheim nasceu em 1928, na cidade italiana de Trieste e aos 12 anos mudou-se com a família para o Brasil.
Em um de seus trabalhos mais recentes, seu escritório de arquitetura foi responsável em prestar consultoria ao Ministério dos Esportes para o projeto urbanístico dos Jogos Olímpicos de 2016.