Cidades

ordem de despejo

Patrola pede ajuda da Polícia Militar para despejar irmã de ex-prefeito de apartamento

Maria Thereza Trad deve aluguel desde 2021 e desembargador revogou liminar, mantendo ordem de despejo de condomínio de luxo

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A liminar que suspendia o despejo da servidora pública estadual Maria Tereza Trad foi revogada pelo então vice-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Dorival Renato Pavan (atual presidente). Desta forma, o locatário pede auxílio de força policial para retirá-la do apartamento.

A ação de despejo foi movida pelo empreiteiro André Luiz dos Santos, conhecido como André Patrola, por falta de pagamento, contra Maria Thereza, que é irmã fo ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, do senador Nelsinho Trad e do ex-deputado federal Fábio Trad.

Patrola relatou, na ação, que o contrato de locação de um apartamento foi firmado em maio de 2019, pelo prazo de dois anos, sem reajuste anual, mas que ela não efetuava o pagamento e não saía do local, acumulando dívida de mais de R$ 214 mil, referente a alugués e IPTU em atraso.

Em primeira instância, no ano passado, o juiz Maurício Petrauski, da 9ª Vara Cível de Campo Grande, deferiu a liminar e determinou que Maria Thereza Trad fosse intimada, no prazo de 15 dias, a desocupar o imóvel, sob pena de execução da ordem de despejo caso não cumpra a decisão.

Também foi dado prazo de 15 dias para que ela evitasse a rescisão do contrato, caso depositasse os valores atrasados, multas, juros, custas e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre os valores devidos.

A servidora pública recorreu alegando, entre outras coisas, que não foi notificada extrajudicialmente para desocupar o imóvel e que teria feito benfeitorias no imóvel, como móveis embutidos, e que o despejo imediato a privaria de retirar os bens. A 9ª Vara Cível suspendeu, em caráter liminar, a ordem de despejo em setembro do ano passado.

Em análise ao recurso, o desembargador Dorival Renato Pavan revogou a liminar e manteve a decisão que determinou o despejo.

O magistrado considerou que a notificação premonitória não é exigível nos casos de ação de despejo por falta de pagamento

"Por fim, ainda que o agravante sustente que realizou benfeitorias no imóvel, tal questão não autoriza a retenção do imóvel, considerando que os valores investidos no bem ainda se encontram controversos, necessitando o feito de uma maior dilação probatória nesse sentido", diz a decisão.

Com o efeito suspensivo revogado, a defesa de André Patrola entrou com pedido para que seja deferido, com urgência, o uso de força policial para cumprimento da ordem de despejo.

"Ressalta-se ainda, que até esta data [22/01/25], a requerida se encontra inadimplente, onerando ainda mais o prejuízo do autor com o passar dos meses sem o cumprimento da ordem de despejo", diz o advogado.

Ainda não há decisão sobre o requerimento da força policial.

Dívida de aluguel

Conforme o processo, Maria Thereza Trad alugou um imóvel de Patrola no edifício Ile de France, na Rua Euclides da Cunha, em Campo Grande.

O contrato de locação foi firmado em maio de 2019, pelo prazo de dois anos, sem reajuste anual.

O valor mensal era de R$ 4,5 mil, com desconto de R$ 1 mil em caso de pagamento em dia, sendo de responsabilidade da locatária também o pagamento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e taxa de condomínio.

No entanto, Maria Thereza continua no imóvel e estaria inadimplente com o aluguel e encargos desde julho de 2021. A dívida, até o início de fevereiro do ano passado, quando foi impetrada a ação, foi calculada em R$ 114.372,39 referente aos meses de aluguel em atraso e em R$ 99.690,85 de IPTU, totalizando mais de 214 mil.

“Não obstante os meses em atraso, o autor implementou todos os meios possíveis à solução pacífica do imbróglio, não restando outra alternativa senão o pedido de despejo com cobrança dos haveres pendentes”, diz a ação.

Além do despejo, também é pleiteada que ela seja citada para efetuar o pagamento do débito atualizado, mediante depósito judicial, em até 15 dias após a intimação.

Além disso, é pedido que a ação, ao final, decrete a rescisão da locação, com o consequente despejo, e que ela seja condenada ao pagamento das dívidas em atraso e das que vierem a vencer no decorrer da ação.

CAMPO GRANDE

Calçados falsificados apreendidos são avaliados em R$ 2,3 milhões

Ao todo, 30 mil pares foram apreendidos em loja no Centro de Campo Grande, onde eram vendidos por R$ 80, todos importados da China e Taiwan

06/02/2025 09h45

Calçados falsificados eram vendidos por R$ 80

Calçados falsificados eram vendidos por R$ 80 Foto: Divulgação/PCMS

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Nesta quarta-feira (05), a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Relação de Consumo (DECON) apreendeu 30 mil calçados falsificados que eram vendidos no Centro de Campo Grande, do qual estão avaliados em R$ 2,311 milhões.

Como já reportado pelo Correio do Estado, foi tipificado o crime de descaminho, já que os tênis entraram no país ilegalmente, todos oriundos do Oriente, mais especificamente da China e Taiwan, segundo investigação da Polícia.

A ação aconteceu em quatro diferentes lojas da capital. Uma delas, a Barão Calçados, localizada na Rua 14 de Julho, vendia os calçados por R$ 70 ou R$ 80, preço bem abaixo do encontrado na loja oficial das marcas. Além dela, outras duas lojas foram fiscalizadas e, juntando essas três, 7.500 pares de tênis foram apreendidos, avaliados em R$ 511 mil.

 

 

Um outlet também foi alvo da operação dos policiais, onde foram confiscados 23.270 pares, avaliados em R$ 1,8 milhões.

Os proprietários das lojas foram presos, mas foram liberados após pagamento da fiança, cerca de R$ 15.180,00 cada. Já os produtos foram encaminhados para a Receita Federal.

A reportagem entrou em contato com a Receita Federal para saber o que será feito com os mais de 30 mil pares apreendidos, do qual foi afirmado que eles deverão ser destruídos, já que as marcas não autorizam a doação ou leilão destes itens falsificados.

A destruição é feita seguindo as normas ambientais, por empresa especializada e com as devidas licenças, além de ter o aproveitamento de resíduos.

Como começou a investigação?

A investigação começou a partir de um grupo de advogados, especializados em fazer levantamento de lojas que vendem produtos falsificados em todo o Brasil.

"Eles visitaram Mato Grosso do Sul, especificamente Campo Grande, efetuaram compras desses produtos e encaminharam para o estado de São Paulo e Rio de Janeiro, onde eles tem laboratório. Constatou-se que eram produtos descaminhados, produzidos em países asiáticos, com baixa qualidade, falsificados", explicou o delegado Reginaldo Salomão, titular da Decon.

"Eles encaminham o relatório e uma solicitação de providência para a Polícia Civil. Com base no levantamento deles, a gente faz uma conferência e deflagra a operação", acrescentou Salomão.

Ainda, o delegado ressalta que as investigações continuam, para apurar se há outros crimes cometidos pelos comerciantes.

Tênis falsos em Corumbá

No fim de janeiro, três mil pares de tênis falsificados foram apreendidos em uma loja em Corumbá, durante a Operação Barba Negra do Pantanal II, desencadeada pela Polícia Federal.

Após investigação, os agentes foram até o comércio e, no local, a equipe realizou um laudo pericial, que confirmou a falsificação dos produtos.

Conforme levantamento recente da Receita Federal, o mercado paralelo provocou prejuízos estimados em US$ 70 bilhões à economia brasileira em 2023.

Além disso, o setor ilegal impediu a criação de aproximadamente 370 mil postos de trabalho e provocou uma perda de R$ 24 bilhões em arrecadação tributária.

Ainda conforme a Receita Federal de Corumbá, as apreensões de mercadorias que violam o Direito de Propriedade Intelectual (DPI) tem aumentado no município.

*Colaborou Glaucea Vaccari e Lucas Caxito

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TRÁFICO

Funerárias viram esconderijo da moda entre traficantes de MS

Nesta semana, carro funerário foi flagrado com drogas em meio aos cadáveres; em outro caso, quadrilha levava cocaína de Ponta Porã dentro de um rabecão

06/02/2025 09h30

Foto tirada por traficantes envolvidos na Operação Snow; o grupo trazia cocaína de Ponta Porã escondida em carros funerários

Foto tirada por traficantes envolvidos na Operação Snow; o grupo trazia cocaína de Ponta Porã escondida em carros funerários Foto: Reprodução/GAECO

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Ontem, a prisão em Costa Rica de um traficante de 39 anos de idade que levava drogas em meio a cadáveres não foi o primeiro caso deste tipo descoberto pelas polícias de Mato Grosso do Sul. Esconder entorpecentes dentro de caixões ou em fundos falsos de veículos de funerárias, os rabecões, tem sido uma prática da moda entre os traficantes do Estado. 

É isso que indicam investigações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A quadrilha desmantelada durante as duas fases da Operação Snow, em abril do ano passado e em janeiro deste ano, indica que os veículos das funerárias, também conhecidas como pax, eram o esconderijo perfeito para transportes clandestinos, como o de cocaína. 

No caso mais recente, desbaratado pelas Polícias Civil e Militar nesta semana, um funcionário de uma funerária, de 31 anos, que levava cadáveres de Campo Grande para serem velados e sepultados em Costa Rica, também transportava 712 gramas de maconha, 1 quilo de pasta base de cocaína e mais 9,2 g de cocaína nas urnas funerárias, em meio aos cadáveres. 

Ele admitiu que a droga seria entregue ao traficante de 39 anos de idade, que guardava mais drogas em sua casa. Os policiais revelaram à imprensa que efetuaram a apreensão depois de terem recebido uma denúncia anônima. 

Investigação

Outro caso também envolve a Operação Snow, porém, não foi fruto de denúncia anônima nem houve flagrante com apreensões de drogas. O transporte de entorpecentes em carros funerários veio à tona na segunda fase da operação, desencadeada em janeiro, depois da análise do conteúdo dos celulares dos traficantes. 

As conversas entre o casal Rodney Gonçalves e Jessika Farias da Silva, presos na operação, indicavam o recebimento de drogas, oriundas de Ponta Porã, em um rabecão da Pax Internacional. Rodney chegou a enviar uma foto do carro da pax à esposa. Dentro do carro, havia cocaína vinda da fronteira, que, na Capital, seria embarcada para a Região Sudeste do Brasil pela quadrilha em caminhões-baús, como caminhões dos Correios ou mesmo caminhões frigoríficos. 

“Ui. Quem é o falecido?”, perguntou Jessika a Rodney em uma das mensagens de WhatsApp interceptadas pelo Gaeco. E ele respondeu com bom humor: “Quase sendo eu”. A droga, na sequência, seria embarcada em uma carreta.  

Dias depois da conversa, em 31 de março de 2023, um funcionário da Pax Internacional, Rodrigo Dornelles da Silva, de 38 anos, foi assassinado quando chegou ao local de trabalho, em Ponta Porã. 

Rodney e os integrantes da quadrilha, inclusive o chefão Joesley da Rosa, já sabiam do assassinato e conversaram sobre a execução. Os promotores do Gaeco não têm dúvidas do envolvimento dos integrantes da quadrilha na execução de Rodrigo Dornelles. 

Rodrigo, segundo o Gaeco, trazia a cocaína para Campo Grande em carros da funerária. Eles suspeitavam de que o rapaz estaria trabalhando para outra quadrilha.

Saiba

A Associação das Funerárias do Interior de Mato Grosso do Sul (Afims) saiu em defesa da Real Pax Santa Rita, empresa do ramo funerário de Costa Rica, após um funcionário do grupo ser flagrado com drogas dentro de um veículo de trabalho em que ele transportava dois corpos, na madrugada desta quarta-feira, de Campo Grande para Costa Rica. A organização rechaçou a conduta do funcionário e disse que a empresa fez bem em demitir o homem.

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