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Mãe de Vanessa pede exoneração de delegada que atendeu a filha e critica apuração da Corregedoria

Corregedoria diz que todas medidas que estavam ao alcance das policiais foram concedidas, mas a mãe da vítima afirma que áudios expuseram falhas

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Maria Magdalena Ricarte, mãe da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, assassinada pelo ex-noivo, pediu a exoneração da delegada que atendeu a filha e criticou o inquérito da Corregedoria da Polícia Civil, que chegou a apontar falhas no sistema de proteção às vítimas de violência doméstica, mas não identificou culpados pelo não cumprimento de protocolos.

O depoimento emocionado foi feito na manhã desta segunda-feira (24), durante audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, convocada paara discutir sobre a rede de atendimento às mulheres em situação de violência.

“Os áudios mostram como ela ficou decepcionada com o atendimento. Houve falha sim. A Lei Maria da Penha garante à mulher atendimento contínuo e escolta policial. Se tivessem feito a escolta como determina a lei, ela não teria morrido esfaqueada”, desabafou a mãe da vítima.

Ela se refere a áudios enviados por Vanessa a uma amiga,  onde ela narrava ter sido tratada com descaso e não ter tido apoio policial solicitado após a concessão de medida protetiva contra o ex. Vanessa morreu horas depois.

Ainda na audiência, a mãe de Vanessa diz que a filha não conseguiu atendimento e proteção e pediu a exoneração da delegada.

“Cadê o conhecimento da delegada em não convencer a vítima a voltar para a casa? Por que Vanessa não conseguiu alterar o boletim de ocorrência? A Casa da Mulher Brasileira tão grande, imponente, mas ineficaz”, concluiu.

O pai de Vanessa, Agmar Ricarte, fez um pronunciamento mais brando, mas solicitou que as delegadas peçam às vítimas para avisarem os familiares da violência que estão sofrendo.

Sobre o caso de Vanessa, a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), delegada Elaine Benicasa, afirmou que “os inquéritos administrativos ou criminais foram apurados de forma pormenorizada, juntado provas documentais e testemunhais”, e que a investigação foi apurada nos mínimos detalhes.

A delegada citou ainda o trabalho da Polícia Civil para indiciar o músico Caio Nascimento pelo feminicídio de Vanessa, incluindo na denúncia a violência doméstica e o cárcere privado.

Por fim, Elaine Benicasa disse que o momento é de olhar para trás e ver o quanto já foi feito e quantas vidas foram salvas.

“É preciso ainda olhar para o presente para nos abrirmos a eventuais dificuldades, déficits e problemas que precisam ser enfrentados”, declarou.

Assassino vira réu

Na última semana, o juiz  Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, aceitou a denúcia contra o músico Caio Cesar Nascimento Pereira, assassino da jornalista.

O Ministério Público Estadual denunciou o músico por quatro crimes e se fosse condenado ao tempo máximo em todos, a pena chegaria aos 86 anos. Mas, o juiz rejeitou parte das denúncias e agora a pena máxima não passaria dos 61 anos, em tese.

Na denúncia do MPMS, a Promotoria enquadrou Caio pelos crimes de feminicídio qualificado pelo motivo torpe e com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, violência psicológica a cárcere privado, em relação à Vanessa, e por tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil em relação ao amigo.

O juiz, no entanto, rejeitou a tentativa de homicídio contra o amigo, por considerar que ele não sofreu lesões e não haver descrição de como teria ocorrido essa tentativa.

Na imputação dos crimes de cárcere privado e violência psicológica, o juiz afirmou que o MPMS não descreveu, suficientemente, qual seria a conduta criminosa em concreto e que os pontos precisam ser esclarecidos.

Caso Vanessa

Vanessa Ricarte foi assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro, em Campo Grande.

O boletim de ocorrência foi registrado na noite de terça-feira (11) e Vanessa retornou à Deam na quarta-feira (12) à tarde para verificar o andamento do pedido da medida protetiva, que foi deferido pelo Poder Judiciário.

Conforme reportagem do Correio do Estado, a delegada informou, na ocasião, que todo o procedimento de praxe foi seguido e que a vítima recusou abrigo.

No entanto, áudios encaminhados pela vítima à uma amiga, antes de ser assassinada, revelam que ela não teve o atendimento esperado, como uma escolta policial para retirar o agressor de sua casa e ajudá-la a buscar as coisas.

Além disso, ela narrou que foi tratada com descaso e frieza.

Ao sair da Deam, já com a medida protetiva contra o ex deferida, a vítima foi com um amigo para buscar as coisas, sendo surpreendida pelo ex-noivo, que aproveitou o momento em que o amigo de Vanessa ligava para pedir ajuda a outra pessoa e a atingiu com três facadas no peito, próximo ao coração.

O amigo de Vanessa a levou para dentro de um quarto e trancou-se lá com ela, à espera de ajuda. Ele acionou a polícia nesse período, com o agressor esmurrando a porta. 

Ela chegou a ser encaminhada para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Cario foi preso ainda no local e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva no dia 14 de fevereiro e segue preso. 

Espaço

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Eles detectaram impressões digitais químicas de gases.

17/04/2025 23h00

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena Divulgação

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Em uma descoberta potencialmente marcante, cientistas que utilizam o Telescópio Espacial James Webb obtiveram o que consideram os mais fortes sinais de possível existência de vida além do sistema solar, detectando na atmosfera de um planeta alienígena as impressões digitais químicas de gases que na Terra são produzidos apenas por processos biológicos.Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígenaCientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Os dois gases -- sulfeto de dimetila e dissulfeto de dimetila -- envolvidos nas observações do planeta denominado K2-18 b pelo Webb são gerados na Terra por organismos vivos, principalmente vida microbiana, como o fitoplâncton marinho.

Isso sugere que o planeta pode estar repleto de vida microbiana, disseram os pesquisadores. Eles enfatizam, no entanto, que não estão anunciando a descoberta de organismos vivos, mas sim de uma possível bioassinatura - indicador de um processo biológico -- e que os resultados devem ser vistos com cautela, sendo necessárias mais observações.

Os cientistas manifestaram entusiasmo, no entanto. Esses são os primeiros indícios de um mundo alienígena que pode ser habitado, disse o astrofísico Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, principal autor do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.

""Este é um momento transformador na busca por vida além do sistema solar, em que demonstramos que é possível detectar bioassinaturas em planetas potencialmente habitáveis com as instalações atuais. Entramos na era da astrobiologia observacional", afirmou Madhusudhan.

Ele observou que há vários esforços em andamento na busca de sinais de vida no sistema solar, incluindo suposições de ambientes que podem ser propícios à vida em lugares como Marte, Vênus e diversas luas geladas.

K2-18 b é 8,6 vezes mais maciço que a Terra e tem diâmetro cerca de 2,6 vezes maior que o do nosso planeta.

Ele orbita na "zona habitável" -- distância em que a água líquida, um ingrediente fundamental para a vida, pode existir em uma superfície planetária -- em torno de uma estrela anã vermelha menor e menos luminosa que o nosso Sol, localizada a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, 9,5 trilhões de quilômetros. Outro planeta também foi identificado orbitando essa estrela.

Mundo oceânico

Cerca de 5.800 planetas além do nosso sistema solar, chamados exoplanetas, foram descobertos desde a década de 1990. Os cientistas levantaram a hipótese da existência de exoplanetas cobertos por um oceano de água líquida habitável por microorganismos e com atmosfera rica em hidrogênio -- os chamados mundos oceânicos.

Observações anteriores do Webb, que foi lançado em 2021 e entrou em operação em 2022, identificaram metano e dióxido de carbono na atmosfera do K2-18 b, primeira vez que moléculas à base de carbono foram descobertas na atmosfera de um exoplaneta na zona habitável de uma estrela.

"O único cenário que atualmente explica todos os dados obtidos até agora pelo JWST (James Webb Space Telescope), incluindo as observações passadas e presentes, é aquele em que o K2-18 b é um mundo oceânico repleto de vida", disse Madhusudhan. "No entanto, precisamos estar abertos e continuar explorando outros cenários."

Madhusudhan disse que com os mundos oceânicos, se existirem, "estamos falando de vida microbiana, possivelmente como a que vemos nos oceanos da Terra".

A hipótese é que seus oceanos sejam mais quentes do que os da Terra. Questionado sobre possíveis organismos multicelulares ou até mesmo vida inteligente, Madhusudhan disse: "Não poderemos responder a essa pergunta neste estágio. A suposição básica é de vida microbiana simples".

O DMS e o DMDS, ambos da mesma família química, são considerados como importantes bioassinaturas de exoplanetas. O Webb descobriu que um ou outro, ou possivelmente ambos, estavam presentes na atmosfera do planeta com um nível de confiança de 99,7%, o que significa que ainda há chance de 0,3% de a observação ser um acaso estatístico.

Os gases foram detectados em concentrações atmosféricas de mais de 10 partes por milhão por volume.

"Para referência, isso é milhares de vezes mais do que suas concentrações na atmosfera da Terra e não pode ser explicado sem atividade biológica com base no conhecimento existente", afirmou Madhusudhan.

Cientistas que não participaram do estudo aconselham cautela.

"Os dados ricos do K2-18 b o tornam um mundo tentador", disse Christopher Glein, cientista principal da Divisão de Ciências Espaciais do Southwest Research Institute, no Texas.

"Esses dados mais recentes são uma contribuição valiosa para nossa compreensão. Entretanto, devemos ter muito cuidado para testar os dados da forma mais completa possível. Estou ansioso para ver trabalhos adicionais e independentes sobre a análise de dados, que começarão já na próxima semana."

*(Reportagem adicional de Stuart McDill)

Guerra

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia em conversa entre Lavrov e Rubio

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, abordaram os esforços para encerrar o conflito na Ucrânia

17/04/2025 20h00

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia Divulgação

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Em conversa telefônica nesta quinta-feira, 17, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, abordaram os esforços para encerrar o conflito na Ucrânia, com Washington apresentando uma proposta de paz e Moscou mantendo sua disposição ao diálogo, segundo comunicados oficiais de ambos os países.

O Ministério das Relações Exteriores russo informou que Rubio, que está em Paris para discussões com aliados europeus e ucranianos, detalhou a Lavrov seus recentes contatos diplomáticos. O ministro russo "reafirmou a disposição de Moscou em continuar o trabalho conjunto com os colegas americanos para eliminar de forma confiável as causas fundamentais da crise ucraniana", segundo a nota da Rússia.

Do lado americano, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que Rubio apresentou a Lavrov a mesma proposta de paz discutida com europeus e ucranianos. "O presidente Donald Trump e os EUA querem que esta guerra termine, e apresentaram a todas as partes os contornos de uma paz duradoura e sustentável", declarou.

A nota americana destacou a "recepção encorajadora" à proposta em Paris, sugerindo abertura das partes para negociações. Enquanto isso, o comunicado russo enfatizou o acordo em manter "comunicação ativa", especialmente antes das próximas reuniões diplomáticas previstas para a semana que vem.

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