Cidades

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Mães de crianças com deficiência cobram entrega de insumos na Sesau

Acompanhadas pelos filhos, mães tentaram um novo encontro, nesta terça-feira (02) com a Secretária de Saúde para cobrar fraldas e alimentação

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Mesmo com liminar, mães de crianças com baixa mobilidade que foram até a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) requerer fraldas e alimentação (dieta especial) voltaram para casa sem os insumos que os filhos precisam.

A prefeita Adriane Lopes (PP), solicitou que a questão fosse resolvida, quando compareceu na Câmara Municipal e parou para escutar a demanda das mães, no dia 18 de junho, durante sessão em que os vereadores aprovaram concurso público na área da educação.

Na ocasião, orientou que elas fossem até a Sesau para uma reunião com a Secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, que determinou o prazo  de 15 dias para resolver a situação. 

Participaram da reunião a vereadora Luiza Ribeiro (PT) e o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos). 

O prazo determinado venceu nesta terça-feira (02), algumas mães chegaram a levar os filhos na Sesau para questionar um posicionamento da pasta.

A reportagem contatou o vereador Ronilço Guerreiro, que confirmou o período pedido para entrega de fraldas e alimentação inicialmente era de 15 dias. 

Ainda, segundo o vereador ao contatar pessoalmente a secretária recebeu a informação que os fornecedores não realizaram a entrega.

"A resposta da Secretária de Saúde [foi que os fornecedores] não entregaram. Eu vou cobrar deles amanhã, em ofício, sobretudo informações", pontuou Ronilço Guerreiro.

Entenda

Arquivo Correio do Estado

 

 

 

 

 

 

 

No dia 17 de junho, mães de crianças com deficiência, compareceram em uma audiência pública, e foram ouvidas pela Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e de Direitos Humanos.

Posteriormente, durante a sessão na Câmara Municipal, em que a prefeita Adriane Lopes (PP), no dia 18 de junho, esteve presente, levaram a demanda e receberam como resposta que o problema seria resolvido. 

Embora a secretária Rosana Leite, tenha pedido o prazo de 15 dias, para o fornecimento das  fraldas, alimentação especial para crianças com baixa mobilidade, a entrega não ocorreu.

Peregrinação

Tendo sido informadas nesta terça-feira (02) de que a entrega não seria feita elas seguiram, algumas acompanhadas dos filhos, até a Sesau, onde souberam que a secretária municipal de saúde, estava cumprindo agenda externa.

Acerca a alimentação e fraldas - que todas elas possuem liminar para que o município adquira -, a resposta recebida, de acordo com uma das mães, girou em torno de que empresas foram contratadas por meio de processo licitatório e receberam explicação de que demanda tempo.

Segundo explicou o vereador Ronilço Gerreiro, o município não possui lei específica que estabeleça que a Prefeitura Municipal de Campo Grande, forneça as fraldas ou dieta, para crianças. Conforme acontece com os idosos que são atendidos por uma legislação municipal para tratar do assunto.

Embora, por meio da secretária Rosana Leite, houve um aceno para que essa questão seja resolvida evitando desta forma a judicialização dos casos.

Cada criança possui uma necessidade diferente em específico relacionado a alimentação. O que acaba dificultando o processo licitatório mesmo que a Justiça tenha determinado que o município forneça a demanda de cada família.

Alguns casos, segundo o vereador, a empresa acaba cancelando o que termina gerando todo transtorno. 

Outro lado

A Sesau por meio de nota informou que o prazo de entrega de 15 dias úteis, portanto, o fornecimento das fraldas deve ocorrer no dia 09 de julho. Veja a nota da íntegra:

"A Sesau informa que na última reunião realizada foi dado prazo de 15 dias úteis para regularização do fornecimento de fraldas. Desta forma, a vigência do prazo inicial seria na próxima terça-feira, dia 09, considerando que a reunião aconteceu no dia 18 de junho. Ontem, houve uma nova reunião onde foi informado que houveram alguns entraves de ordem burocrática nos processos de compras vigentes, no entanto, a Sesau já está em contato com os fornecedores para tentar solucionar essa questão o quanto antes e assegurar o fornecimento dos itens aos pacientes contemplados. Cabe ressaltar que os demais insumos e dietas seguem trâmites e processos diversos levando em conta as suas especificações. Os processos para fornecimento destes itens são judicializados e individuais, havendo prazos distintos para atendimento".

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INTERIOR

Por inveja de terras, homem incendeia casa com duas crianças dentro em aldeia

Polícia Civil prende homem que tentou tirar a vida dos pequenos e depois agrediu esposa e filha

21/11/2024 09h33

Acusado foi localizado e preso em flagrante; deve responder por violência doméstica e tentativa de homicídio qualificado

Acusado foi localizado e preso em flagrante; deve responder por violência doméstica e tentativa de homicídio qualificado Reprodução/PCMS

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Distante cerca de 380 km da Capital de Mato Grosso do Sul, um homem foi preso após botar fogo em uma residência onde haviam duas crianças, de seis e 10 anos, em uma onda de violência supostamente causada pela inveja na regularização de terras. 

Segundo a Polícia Civil em nota, os crimes foram registrados na véspera do feriado da Consciência Negra, na aldeia Guassuty, que fica localizada no município de Aral Moreira. 

Após as autoridades policiais serem informadas pela liderança indígena local, a Polícia Civil e equipe policial da delegacia de Aral Moreira foram até o local. 

Durante escuta, testemunhas relataram toda a dinâmica de terror observada na aldeia, que teve início ainda por volta de 06h, sendo que as apurações quanto à suposta motivação apontam justamente para a disputa de terras na aldeia. 

Entenda

Insatisfeito após uma mãe dessa mesma aldeia conseguir a regularização de um terreno, esse homem teria se contaminado de inveja e passado a proferir ameaças constantes à família. 

Com a intenção de tirar a vida das crianças, o homem botou fogo na casa com os dois pequenos dentro, sendo que o mais velho, de 10 anos, conseguiu sair na hora e buscar a ajuda de um vizinho. 

Esse, por sua vez, foi quem conseguiu adentrar no imóvel em chamas e retirar a criança de seis anos de lá, sendo que o mais velho relata que antes do acusado incendiar a casa ouviu o homem dizer: "eu vou matar vocês". 

Ainda, depois de incendiar a casa, esse homem teria voltado para sua residência onde agrediu não somente sua companheira como também a própria filha, sendo que ambas foram socorridas com ferimentos e internadas para atendimento médico, indica a PC em nota. 

Depois disso, o acusado foi localizado e preso em flagrante, encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, onde aguardará à disposição da Justiça, sendo que deve responder por: 

  •  Violência doméstica e
  •  Tentativa de homicídio qualificado

Local de tensão

Esse mesmo território Guassuty marca outro crime, registrado em meados de setembro de 2023, que envolve a carbonização, morte de indígenas, onde o casal Nhandesy Sebastiana e Nhanderu Rufino foi encontrado morto na aldeia. 

Uma das suspeitas incialmente levantada à época, por entidades indigenistas, indicavam que o crime era fruto de "uma série de discursos de ódio, intolerância racismo religioso recorrente nos territórios Kaiowá e Guarani". 

Sebastiana era líder espiritual, rezadora, no caso, com ela e o marido sendo conhecidos entre os indígenas da região. Naquele dia a casa onde o casal morava foi totalmente destruída pelo fogo. 

Não distante da morte do casal, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de Mato Grosso do Sul, o CDHU-MS, lançou relatório de alerta contra a violência que afeta mulheres indígenas no Estado. 

"Foram, pelo menos, 17 casas de rezas indígenas incendiadas nos últimos cinco anos, sem que se tenha notícia de que os autores fossem identificados e/ou responsabilizados.

Nesses últimos anos cresceu vertiginosamente o número de parteiras, rezadores (as) perseguidas e demonizadas, assim como as pessoas que seguem religiões tradicionais indígenas sendo atacadas e xingadas por seus vizinhos e vizinhas que não professam a fé tradicional", diz trecho do relatório. 

Porém,o  delegado da Polícia Civil, Maurício Vargas, destacou ao Correio do Estado à época que, nesse caso específico, a motivação do homem teria sido passional. 

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efeito antônio joão

Após 11 anos, conflito entre indígenas e fazendeiros de Sidrolândia está perto do fim

Área tem 15 mil hectares e foi palco de disputa em 2013 que resultou em morte; uma das fazendas pertence a Ricardo Bacha

21/11/2024 09h30

Em 2013, indígenas chegaram a retomar fazendas em Sidrolândia

Em 2013, indígenas chegaram a retomar fazendas em Sidrolândia Foto: Gerson Oliveira/arquivo

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Usando como referência o bem-sucedido acordo em Antônio João, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) planeja o início de tratativas para um novo acordo indenizatório que deve pôr fim ao conflito entre indígenas e o ex-deputado Ricardo Bacha, além de outros proprietários, demarcando a Terra Indígena (TI) Buriti, em Sidrolândia.

Ao Correio do Estado, o secretário-executivo do MPI, Luiz Eloy Terena, informou que a Pasta tem o desejo de retomar as negociações de acordo indenizatório da TI Buriti.

“Há dez anos, teve uma mesa de diálogo para discutir a Terra Indígena de Buriti. Esse caso ficou paralisado, e nós queremos retomar novamente o processo de mediação para buscar uma resolução a esse caso específico”, declarou Eloy.

No dia 15 de maio de 2013, uma retomada de terra realizada por Terenas ocupou quatro fazendas, incluindo uma propriedade do pecuarista e ex-deputado estadual Ricardo Bacha.

Após semanas de tensão na região de Sidrolândia, em ação de reintegração de posse feita pela Polícia Federal, o indígena Oziel Gabriel Terena foi morto durante a operação em confronto entre os indígenas e a polícia.

Na época, indígenas e produtores reuniram-se em audiência de conciliação, mas não houve acordo entre as partes, e a Justiça determinou, então, que a desocupação fosse imediata.

Porém, segundo o advogado de parte dos fazendeiros, Newley Amarilla, que é especialista em direito agrário em casos envolvendo conflito de interesses em terras indígenas, após décadas do ocorrido, os fazendeiros que têm propriedades na TI Buriti se propuseram a voltar à mesa de discussões indenizatórias. 

“Existe essa possibilidade de acordo, já que foi solicitada audiência ao ministro [do Supremo Tribunal Federal] Flávio Dino para que esse assunto seja tratado entre as partes interessadas. A nosso ver, a curto e médio prazos, não há outra possibilidade de solução que não seja a indenização dos proprietários rurais pelo valor das terras e das benfeitorias”, afirmou o advogado. 

“O Estado brasileiro titulou regularmente essas terras, de modo que, agora, pretendendo destiná-las aos índios, deve indenizar cabalmente seus proprietários”, completou.

O desfecho inédito do acordo indenizatório da TI Ñande Ru Marangatu, ocorrido em setembro, quando o governo federal decidiu indenizar os proprietários rurais da região de Antônio João, pode ter sido primordial para o interesse de renegociar o pagamento de benfeitorias e terra nua na TI em Sidrolândia.

“Não há dúvida de que o modelo de acordo implementado pelo STF referente à TI denominada Ñande Ru Marangatu pode e deve ser estendido a todas às terras indígenas em situação assemelhada. Há que se destacar que a indenização de terras regularmente tituladas a particulares, depois declaradas como indígenas, tem base constitucional”, classificou o advogado.

“Além disso, o STF, ao julgar o Tema 1.031 de Repercussão Geral, em setembro do ano passado, definiu o entendimento que deve nortear todo o Judiciário brasileiro, de que as pessoas que adquiriram de boa-fé terras que depois foram declaradas indígenas devem ser indenizadas totalmente, isto é, pelo valor de mercado da terra nua e pelas benfeitorias”, dissertou Amarilla.

Em audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a TI de Antônio João, conforme estabelecido entre as partes, do total de R$ 146 milhões, R$ 102 milhões serão pagos pela União aos proprietários rurais pela terra nua, por meio de precatórios.

Na semana passada, os últimos fazendeiros que tinham propriedades na TI Ñande Ru Marangatu deixaram o local, saída que aconteceu após a União finalizar o pagamento indenizatório de R$ 27,8 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai.

TENTATIVA DE ACORDO

Em janeiro de 2014, o Ministério da Justiça apresentou em audiência de conciliação os valores das indenizações das 30 propriedades que incidem sobre 15 mil hectares da Terra Indígena Buriti, no município de Sidrolândia. 

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o valor indenizatório, na época, totalizava R$ 78,5 milhões. A avaliação das benfeitorias e da terra nua foi exposta a proprietários de terra e indígenas em Brasília (DF).

Durante a reunião, o grupo de fazendeiros que participavam da negociação teria declarado que “isso não serve. Acabou a mesa de negociação. Vamos pro pau”.

Na época, como advogado do Cimi, Luiz Eloy Terena, hoje secretário-executivo do MPI, que compunha o grupo de trabalho jurídico da mesa de negociação, disse que os valores avaliados estavam acima do valor comum praticado nos processos de demarcação de terras indígenas da época e que os fazendeiros não conseguiriam vender por mais que o ofertado.

Saiba

O processo demarcatório da TI Ñande Ru Marangatu, que estava paralisado há 19 anos, só voltou a ser revisto por causa da morte de um indígena.

(Colaborou Daiany Albuquerque)

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