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Marina anuncia projeto de criação de fundo para biomas

Durante sanção da primeira Lei do Pantanal, ministra do Meio Ambiente falou que nova ferramenta servirá para destinação de recursos para todos os ecossistemas

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Ao lado do governador Eduardo Riedel (PSDB), produtores rurais e ambientalistas, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou da sanção da Lei do Pantanal, realizada na manhã de ontem, no Bioparque Pantanal, em Campo Grande. A nova legislação entra em vigor em fevereiro, 60 dias após a sanção. Durante o evento, a ministra anunciou a pretensão de criar um fundo nacional para os biomas brasileiros.

A primeira Lei do Pantanal foi aprovada na quarta-feira, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), por 23 votos favoráveis e apenas um contrário. Entre as medidas, a legislação prevê a criação do Fundo Clima Pantanal, que vai beneficiar financeiramente iniciativas de preservação do bioma, proibir o plantio de monoculturas no Pantanal e estabelecer novas normas para autorizações de desmatamento. 

“Esse esforço de ter uma lei para preservar o Pantanal estabelece critérios de como vai ser feito daqui para a frente a supressão vegetal, que só poderá acontecer se você não tiver graves penalidades ambientais, só poderá acontecer se obedecer aos critérios técnicos, só poderá acontecer se tiver o cadastro ambiental rural, uma série de critérios”, comentou Marina Silva, sobre alguns pontos da lei. 

A ministra ressaltou ainda que, se o Estado não sinalizasse a iniciativa de criar uma lei que abrangesse a preservação do bioma e a regulamentação das atividades econômicas no Pantanal, isso seria feito por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). 

Marina Silva também informou que sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de um Fundo Biomas, similar ao Fundo Amazônia e ao Fundo Clima Pantanal, criado pela nova lei estadual. 
Com o possível novo fundo, todos os biomas brasileiros seriam contemplados e poderiam angariar recursos que seriam direcionados principalmente para sua preservação. 

“A gente mantém o Fundo Amazônia, mas cria o Fundo Biomas e, dentro do Fundo Biomas, é possível perfeitamente fazer uma parceria com os fundos estaduais. Aí cada um pode criar, e, no caso, como vocês são um bioma particular, único e que pertence a dois estados, é perfeitamente possível a gente fazer essa parceria”, comentou Marina Silva. 

Para se ter uma ideia, o Fundo Amazônia, criado em 2008, já havia recebido até o fim de 2022 compromissos de doações da Noruega, da Alemanha e da Petrobras. Até o ano passado, haviam sido depositados R$ 3,396 bilhões na conta do Fundo Amazônia por esses atores.

As discussões a respeito da criação do Fundo Biomas devem ser iniciadas em breve, pois a intensão não é a de ter diversos fundos para cada bioma brasileiro, e sim unir todos em um só. 

A respeito do repasse de recursos, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ressaltou que o Congresso Nacional aprovou, em 2022, uma emenda constitucional que permite que as doações para fundos ambientais não concorram com o Orçamento brasileiro. 

“As doações para fundos ambientais, seja da Amazônia, seja do Pantanal, não vão concorrer com o Orçamento brasileiro, então, eu não tenho problema de espaço fiscal, ‘não pode mais doar porque bateu no limite orçamentário para eu poder gastar’. Não, agora é livre. Todas as doações de organismos internacionais ou da iniciativa privada para os fundos brasileiros, da Amazônia, do Pantanal ou de qualquer bioma, podem vir em abundância”, pontuou Simone Tebet. 

A ministra do Planejamento e Orçamento também reforçou a afirmação de Marina Silva a respeito das discussões para a criação de um Fundo Biomas e comentou que pretendem criar, em cerca de 30 dias, um grupo de trabalho (GT) para debater a iniciativa. 

“Quando a ministra Marina for falar, [for] vender a imagem do Brasil para o mundo, ela não vai falar só sobre o Fundo Amazônia, ela vai poder falar também do Fundo do Pantanal e de outros biomas brasileiros”, reforçou Simone Tebet. 

APORTE DO GOVERNO

Sobre o Fundo Clima Pantanal, o governador Eduardo Riedel disse que o governo do Estado vai entrar com cerca de R$ 40 milhões em recursos, assim que o fundo estiver efetivamente instituído, dando um “exemplo” para atrair outras iniciativas. 

“O governo aporta dando exemplo, com projetos específicos que vão ao encontro do espírito da lei, da preservação e da produção sustentável. E todas as empresas, instituições e governos que estiverem de fora e tiverem interesse de participar de bons projetos para o bioma Pantanal vão ter no fundo um espaço para angariar recurso e garantir que o Pantanal continue sendo preservado”, disse o governador. 

LEI 

O debate a respeito de uma legislação para o Pantanal começou em agosto deste ano, após o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abrir um inquérito para apurar suposta omissão e permissividade por parte do governo do Estado e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) com relação a autorizações de desmatamentos no bioma. 

No texto do documento, o MPMS citou o Decreto Estadual n° 14.273/2015, assinado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, que permitia o desmatamento de até 60% da vegetação nativa (não arbórea) e de até 50% das árvores das áreas das fazendas. 

Após a iniciativa do MPMS, o governador Eduardo Riedel suspendeu novas licenças de supressão vegetal no Pantanal por tempo indeterminado, até que a lei fosse criada e aprovada. 

A principal divergência apontada pelo MPMS era o índice permitido, o que, de acordo com a nota técnica emitida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), relatada no inquérito, deveria ser de até 35% da vegetação nativa. 

Suzana Salis, chefe-geral da Embrapa Pantanal, relata que não foi solicitada a elaboração de um novo estudo a respeito dos índices de supressão do bioma, mas que a entidade referência em pesquisa foi solicitada algumas vezes para sanar dúvidas na elaboração do texto da lei. 

A chefe-geral aponta ainda que a legislação é um ponto positivo e contempla tanto a parte econômica quanto a parte de preservação. 

Apesar de não ter tido modificações no porcentual de supressão (continuou em 60% para vegetação nativa e em 50% para árvores das áreas das fazendas), todos os setores afirmam que a restrição para algumas vegetações foi mais importante que a mudança nesses porcentuais.

Com a nova lei, algumas vegetações passaram a ter supressão proibida, como no caso dos corredores ecológicos do bioma.

Além disso, o projeto também proíbe a implantação de cultivos agrícolas como soja, cana-de-açúcar, eucalipto e qualquer cultivo florestal exótico. Culturas já existentes até a publicação da lei poderão ser mantidas, mas a expansão da área está sujeita a obtenção de licenciamento ambiental.

As propostas de preservação e as atividades econômicas permitidas dentro do bioma agradaram tanto o setor do agronegócio, que entendeu que a lei traz uma valorização à produção com desenvolvimento e sustentabilidade, quanto as organizações ambientais que atuam no Pantanal.

SAIBA

O Fundo Amazônia foi criado para captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia legal.

Afogamento

Menino autista é encontrado morto em lagoa no sul de MS

Criança estava desaparecida desde a manhã de ontem

08/07/2025 10h30

Hélio Fullioto Neto tinha 11 anos e era autista

Hélio Fullioto Neto tinha 11 anos e era autista Reprodução

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Uma criança de 11 anos, identificada como Hélio Fullioto Neto, foi encontrada morta na noite de ontem em uma lagoa próxima ao Frigorífico Naturafrig, em Nova Andradina.

O menino, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com dificuldades na fala, fugiu de casa, no bairro São Vicente de Paula, por volta das 6h30 da manhã com o cachorro da família.

Após notar a ausência da criança, a família verificou as câmeras de segurança e constatou que a criança havia saído desacompanhada, vestindo uma blusa vermelha, short xadrez e descalça.

Hélio Fullioto Neto tinha 11 anos e era autista

Conforme explica o delegado Caio Leonardo Bicalho, a polícia foi informada do desaparecimento da criança em torno das 17h, quando começaram as buscas. 

Algumas horas depois voluntários que auxiliavam nas buscas encontraram as roupas que Hélio usava no momento do desaparecimento.

Uma equipe do Setor de Investigações Gerais (SIG) foi até o local e confirmou que as peças encontradas pertenciam à criança e encontrou, a poucos metros de onde estavam as roupas, o corpo de Hélio já sem vida em uma parte rasa da lagoa.

A perícia e o Corpo de Bombeiros foram chamados para fazer a retirada do corpo e apontaram a inexistência de violência e um possível morte por afogamento. Caso ainda é investigado.

O Delegado reforça que a comunicação do desaparecimento de crianças e adolescentes deve ser sempre comunicada imediatamente à polícia, não sendo necessário esperar 24h.

Veja:

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CAMPO GRANDE

Câmara promulga garantia de fraldas e remédios para crianças atípicas

Sesau poderá depositar até R$ 12,5 mil diretamente para os familiares adquirirem itens importantes

08/07/2025 10h12

Veto foi derrubado de forma unânime pelos vereadores de Campo Grande, durante sessão ordinária realizada em 1° de julho

Veto foi derrubado de forma unânime pelos vereadores de Campo Grande, durante sessão ordinária realizada em 1° de julho Reprodução/CâmaraCG

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No Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) desta terça-feira (08), na sessão voltada para os atos do  Poder Legislativo, a Casa de leis trouxe a promulgação da lei que garante fornecimento de medicamentos,
fraldas descartáveis e outros itens para crianças atípicas da Capital. 

Esse projeto trata do cumprimento de determinações judiciais para garantia de determinados itens, como alimentação parenteral, suplementos alimentares, sondas e outros insumos como os já citados acima, destinados para tratamento de saúde de pessoas com deficiência. 

Com isso, como esclarece o texto, o Executivo de Campo Grande poderá cumprir as ordens judiciais para que o paciente adquira diretamente o produto pelo período de até 180 dias. 

Veto foi derrubado de forma unânime pelos vereadores de Campo Grande, durante sessão ordinária realizada em 1° de julho

100% aprovado

Aqui é importante a trajetória do projeto até a promulgação, com o projeto para garantir o cumprimento de decisões judiciais para fornecimento de medicamentos, fraldas descartáveis e demais itens sendo vetado por Adriane Lopes em 28 de maio. 

Segundo o Executivo à época, no texto aprovado seriam criadas obrigações administrativas específicas (prazos, fluxos, designação de unidades responsáveis, eventuais penalidades e provisão orçamentária) que impactam diretamente a organização interna da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

Isso, por sua vez, conforme evidenciado pela equipe da prefeita, geraria despesas ao erário, pois trariam a imposição para compra de produtos e insumos não necessariamente previstos no orçamento anual.

Esse veto foi derrubado de forma unânime pelos vereadores de Campo Grande, durante sessão ordinária realizada em 1° de julho, em que mães de crianças atípicas e entidades ligadas ao movimento de luta marcaram presença na votação. 

Em sua fala na sessão o presidente da Casa, Epaminondas "Papy" Vicente Silva Neto (PSDB), reforçou o que chamou de papel institucional do legislativo, alegando que a Câmara "tem sido o poder moderador, conciliando e promovendo soluções para a cidade". 

"Sem perder o papel fiscalizador, porém construindo pelo diálogo e espaço democrático. Foi a vitória do diálogo e das pessoas com deficiência”, completou Papy. 

Coautor do projeto, o vereador Jean Ferreira (PT) celebrou a derrubada do veto de Adriane, chamando a conquista de um "marco para a luta de mães e familiares de crianças atípicas na Capital".

“É revoltante que as pessoas não tenham acesso a algo fundamental para as vidas de crianças. Com a derrubada do veto, podemos garantir dignidade a essas famílias”, disse. 

Através desse projeto, fica estabelecido que, em caso de decisão judicial, a Sesau poderá depositar até R$ 12,5 mil diretamente para os familiares adquirirem fraldas descartáveis, medicamentos, suplementos alimentares e insumos indispensáveis ao tratamento de crianças com deficiência.
**(Colaborou Alicia Miyashiro)

 

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