Cidades

MARCA TRISTE

Mato Grosso do Sul passa de 35 feminicídios em 2022 com morte deste domingo

Ainda em agosto MS já havia atingido marca de registros desde 2015, quando esta modalidade de assassinato passou a ser tipificada

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Ainda durante a madrugada, Mato Grosso do Sul passava a marca da 35.ª mulher no Estado vítima de feminicídio neste 2022, com o crime executado contra Alexsandra Galvão de Arruda, no bairro Jardim Centro Oeste. 

Neste domingo (13), segundo informações da equipe plantonista -chefiada pela delegada Karen Karen Viana de Queiroz -, a mulher foi morta pelo homem com quem dividia a casa e a vida. 

Encontrada pelas forças policiais com a blusa levantada na altura dos seios, seus shorts abaixados até o tornozelo, preso apenas no tornozelo direito, sem roupas íntimas, num primeiro momento levantou-se a suspeita de crime contra a dignidade sexual (ou tentativa). 

Segundo informações liberadas pela delegada titular da 1ª Del. Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Elaine Cristina Ishiki Benicasa, um exame de sexologia forense foi requisitado para apuração dessa suspeita. 

Aos 42 anos, a funcionária de  uma clínica psicológica, foi morta a golpes de faca no pescoço. 

Conforme relato policial, "a vítima apresentava um corte profundo na parte posterior do pescoço, até a bochecha do lado direito do rosto (quase degolada), estava deitada de bruços, em início de rigidez cadavérica". 

Sobre o caso, os vizinhos (que relataram que o casal se mudou há aproximadamente um mês) disseram não ter ouvido barulho. 

Foi apontado aos policiais, pelos moradores do entorno, que não puderam ouvir nada, visto que os quatro cachorros da residência latem sem cansar, o que pode ter abafado possíveis gritos da vítima. 

Calado após o crime

Preso em flagrante, sendo indiciado pelo crime de Feminicídio Consumado (artigo 121, Parágrafo § 2-A, inciso I, do Código Penal), praticado no contexto de violência doméstica, e foi representada por sua prisão preventiva, o autor se entregou após o delito. 

Durante interrogatório, entretanto, se recusou a revelar a "cinemática" do crime, não narrando a dinâmica dos fatos aos policiais. 

Ainda assim, o homem confirmou que a faca apreendida pela polícia foi mesmo usada para cometer o crime. Ele não revelou o motivo de a vítima estar seminua. 

Sem das mais detalhes, disse apenas que ambos haviam bebido, sendo que o crime aconteceu depois de uma discussão, sobre uma possível traição da vítima. 

Números tristes

Vale ressaltar que, janeiro foi o mês mais sangrento do ano para elas, com sete ocorrências registradas neste primeiro mês de 2022, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Atrás dele, junho vem como o segundo mês com maior registro de feminicídios consumados (seis). Setembro vem em seguida, com cinco crimes deste tipo comeditos no intervalo de 30 dias. 

Depois, aparecem no ranking os meses de abril e maio, com quatro e três feminicídios registrados, respectivamente. 

Ainda em agosto Mato Grosso do Sul já ultrapassava a marca de maior índice anual de feminicídios registrados, desde 2015, ano em que foi instituída a tipologia deste crime.

Fevereiro, março, julho, agosto e outubro são os meses que aparecem com 2 feminicídios registrados em cada um desses meses. 

 

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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