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AUTOSSABOTAGEM

Medo do sucesso explica sabotar a si mesmo, diz especialista

Medo do sucesso explica sabotar a si mesmo, diz especialista

IG

21/12/2011 - 21h00
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Lidar com situações novas é difícil. Mesmo quando existem problemas que queremos resolver ou objetivos que desejamos alcançar, é preciso determinação para sair da inércia de nossa zona de conforto. E é aí que, até sem perceber, nós mesmos começamos a minar nossos avanços, para não sairmos da rotina e enfrentarmos novos desafios. A autossabotagem – ou autoboicote - nada mais é do que você mesmo dificultar ou inviabilizar mudanças em sua vida que trariam bem-estar ou algum tipo de melhora.

 

É o caso do profissional que, prestes a ser promovido, e adquirir novas responsabilidades, comete erros primários, deixa de entregar os relatórios que a chefia pede e tantas outras atitudes que acabam prejudicando sua ascensão, por exemplo. Sabe aquela escapulida da dieta apenas no fim de semana? Também é uma forma de boicote a si mesmo.

Mas por que as pessoas sabotam o próprio sucesso? O que pode parecer estranho é mais comum do que imaginamos: ser bem-sucedido causa medo em muita gente. “A pessoa que se sabota com frequência pode ter medo do sucesso. Não se acha capaz. A insegurança faz parte das características desta pessoa”, afirma a psicóloga clínica do Hospital Amaral Carvalho Viviane da Silva Clemente.

De acordo com Sâmia Simurro, mestre em psicologia e vice-presidente de projetos da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, ser bem-sucedido em algo desperta emoções complexas. “Muitas pessoas acham que o sucesso traz consigo críticas e ameaças. Isso pode gerar uma ansiedade muito grande e algumas pessoas não conseguem lidar com tudo isso de forma adequada. Acabam se boicotando.” Ou seja, às vezes, seu maior inimigo é você mesmo.

 

Consequências graves
“Nós nos sabotamos constantemente no dia a dia. Você sabe que uma alimentação saudável é melhor para você e mesmo assim rejeita esse tipo de alimento. Este é apenas um exemplo do autoboicote presente na nossa vida cotidiana”, diz Viviane. Ou seja: todo mundo sabe o que é melhor para si. Mas, no dia a dia, pequenas atitudes nos afastam desse ideal.

Em alguns casos as consequências do autoboicote podem ser graves. A dona de casa Rita Spaku, 31, confessa que fez as mais diversas dietas para tentar se livrar dos quilos a mais que tanto incomodavam. Resolveu tomar remédios controlados por conta própria, sem mudar seus hábitos de vida – apenas se enganava achando que bastava cortar o arroz do almoço. Além disso, não abriu mão das bebidas alcoólicas, o que era contra-indicado por causa da medicação. Até que teve uma taquicardia e foi parar no pronto-socorro de um hospital. Foi aí que ela percebeu que suas atitudes precisavam mudar.

“Eu não seguia a dieta da nutricionista. Achava que apenas o remédio já era o suficiente. Eu abusava da comida e acreditava que aquilo não ia influenciar minha dieta. Quando eu tive a taquicardia, mudei de vida radicalmente”, revela Rita. Ela consultou um médico e começou a mudança de hábitos alimentares. Só que desta vez parou de se boicotar e seguiu todas as recomendações. O resultado veio na balança, que hoje marca 35 quilos a menos.

 

Como mudar
O psicanalista Arthur Meucci acredita que o autoboicote é sempre inconsciente. “As pessoas se autoboicotam sem saber. Quando elas percebem este ciclo de comportamento destrutivo, já estão no caminho para quebrar o padrão repetitivo”, afirma.

Sâmia concorda que a consciência da autossabotagem é a chave para a mudança de hábitos. Ela explica que o ser humano atua diante das situações recorrendo a uma experiência prévia que tenha sobre aquele assunto. Com um padrão de comportamento que se torna repetitivo, acaba colhendo sempre os mesmos resultados. “O reconhecimento deste padrão e a sua quebra são os primeiros passos para o fim da autossabotagem. Cada tentativa sem sucesso deve ser encarada como um aprendizado do que não se deve repetir. Não podemos ver isto como um fracasso”, pondera.

Desafiar os pensamentos, que nem sempre são verdadeiros, e encontrar diferentes maneiras de atuar diante da mesma situação são atitudes que devemos aprender a ter. Sâmia diz ainda que nossas experiências anteriores devem se tornar nossas maiores aliadas. “Nem sempre conseguimos mudar tudo que queremos, mas temos que tentar. Sempre precisamos estar à procura de mecanismos de superação.”
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Rita aprendeu com suas experiências anteriores. Durante o tempo da dieta mais rígida evitava as tentações e, com a ajuda da família, viu que era capaz de ser bem-sucedida. “Eu mudei a maneira como fazia minhas dietas. Antes, achava que um docinho não fazia mal. Aprendi que faz, sim. Fiquei durante um ano fazendo a dieta corretamente. Se tivesse feito outra dieta da maneira como estava acostumada, certamente não teria dado resultado também”, afirma.

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Até fim do ano, Petrobras terá projeto de transição energética interessante aprovado, diz Magda

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero

05/12/2025 22h00

Sede da Petrobrás

Sede da Petrobrás Imagem: Agência Petrobras

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o Conselho de Administração da estatal vai aprovar, até o final do ano, um projeto de transição energética "interessante, e que não é greenwashing (sem impacto efetivo)". A declaração foi realizada em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero.

Magda também destacou os investimentos no Estado do Rio de Janeiro, com foco no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que segundo ela vai ganhar uma petroquímica "moderníssima", mas também não deu detalhes.

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Novo Bolsa Família reduziu beneficiários e valor total de benefícios entre 2023 e 2025

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família

05/12/2025 21h00

Crédito: Lyon Santos / MDS

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Um novo estudo com dados administrativos do governo federal mostra que, entre o início de 2023 e outubro de 2025, o número total de beneficiários do Novo Bolsa Família diminuiu, assim como o número de famílias e o valor total gasto em benefícios. O levantamento, conduzido pelos professores da Escola de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) Valdemar Pinho Neto e Marcelo Neri, chama atenção para os fluxos mensais, que indicam mais saídas do que novas entradas. Isso apontaria "sustentabilidade e rotatividade saudável no programa".

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família - Uma Análise da Última Década", lançado hoje no Rio de Janeiro. Entre os beneficiários observados no início de 2023, 31,25% já não estavam mais no programa em outubro de 2025. De acordo com a pesquisa, o Bolsa Família oferece proteção em momentos de vulnerabilidade de renda, não se configurando como uma política de dependência permanente. "Mesmo em um horizonte inferior a três anos, o programa segue associado à transição para arranjos de renda mais autônomos, sobretudo nas idades em que o ingresso no mercado de trabalho é mais intenso".

A análise diz que a Regra de Proteção, que permite que a família permaneça no programa por um período quando a renda do trabalho ultrapassa o limite de entrada no programa, tem funcionado como um "amortecedor" entre o Bolsa Família e o mercado de trabalho.

"Isso evita quedas bruscas de renda, diminui o medo de aceitar empregos formais ou registrar-se como Microempreendedor Individual (MEI) e, ao mesmo tempo, garante que, em caso de nova perda de renda, a família possa retornar com prioridade ao programa", cita a publicação.

O lançamento do estudo foi acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Assistência social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

"Quando a gente vê a elevação do PIB no Brasil, surpreendendo muitas vezes a área econômica e técnica, ali tem o PIB dos mais pobres. Aquelas pessoas que lá atrás viviam de transferência de renda, agora tem consumo", afirmou.

Segunda geração

O estudo sustenta que o Bolsa Família conjuga proteção social "robusta" e mobilidade socioeconômica. A evidência, de acordo com o pesquisador, é que muitos filhos do programa deixam de receber o benefício futuramente.

A pesquisa acompanha, ao longo da última década (2014-2025), os membros de famílias que recebiam o benefício em 2014, com foco em crianças e adolescentes. Os resultados indicam que uma parcela expressiva da chamada "segunda geração" de beneficiários deixou de depender da transferência de renda. Entre todos os beneficiários de 2014, 60,68% não recebiam mais o Bolsa Família em 2025. As taxas são ainda mais altas entre os que eram adolescentes naquele ano: 68,8% entre jovens de 11-14 anos e 71,25% entre 15-17 anos. Nas áreas urbanas, a taxa de saída para jovens de 6-17 anos chega a 67,01%.

A escolaridade do adulto responsável também faz diferença: quando a pessoa de referência concluiu o ensino médio, quase 70% dos jovens que tinham 6-17 anos em 2014 deixaram o Bolsa Família ao longo da década.

"Essa emancipação do Bolsa Família é acompanhada por uma saída relevante do Cadastro Único e por aumento da participação no mercado de trabalho formal", cita o estudo. Entre os jovens que tinham 15-17 anos em 2014, por exemplo, mais da metade deixa o CadÚnico até 2025, e 28,4% possuem vínculo formal de emprego no ano de 2023.

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