Cidades

Investigações

Ministério Público de MS faz "blitz" no Hospital Regional antes de leilão da PPP

São oito inquéritos abertos que investigam a situação da unidade, que terá serviços entregues à iniciativa privada neste ano

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De retenção de macas a supostos fechamentos de leitos, oito investigações estão abertas no Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) para apurar a situação do Hospital Regional (HRMS). A unidade, porém, pode ter uma guinada ainda este ano, já que vive a expectativa de passar por um leilão que deve garantir a injeção de recursos para compra de equipamentos e construção de novas alas.

O último inquérito, aberto na semana passada, refere-se a uma denúncia registrada na Ouvidoria do MPMS sobre a suposta “ausência ou sucateamento dos equipamentos de raios X e falhas na manutenção preventiva e corretiva dos aparelhos disponíveis”.

O inquérito civil está em segredo de Justiça, entretanto, conforme o MPMS, foi realizada uma vistoria técnica no Hospital Regional, no dia 5 de fevereiro deste ano, em que os técnicos teriam encontrado alguns pontos que o relatório apontou como problemáticos.

Segundo o MPMS, entre os problemas estão “o fato de haver apenas uma sala de raios X em uso, com relatos de que os demais exames são realizados diretamente nos leitos; a necessidade recorrente de manutenção nos equipamentos antigos, o que impacta a disponibilidade para os setores; o fato do equipamento fixo digital funcionar com placas analógicas (CR), em razão de falhas na bateria da placa DR original; algumas estruturas físicas, como alojamentos e salas, apresentavam condições precárias ou improvisadas”.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul afirmou ainda que está fazendo “diligências” na Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul (Funsau) e na Secretaria de Estado de Saúde (SES) para obter respostas sobre os apontamentos. 

Essas diligências são para saber a quantidade de equipamentos deste tipo que a unidade tem e também seu status de funcionamento, como está o contrato de manutenção preventiva e corretiva e os planos de modernização tecnológica e ampliação da rede de diagnóstico por imagem, assim como outros pontos.

Na semana passada, por meio de sua assessoria de imprensa, o HRMS negou que houvesse qualquer tipo de problema com a oferta dos exames de raios X na unidade. Segundo o hospital, de janeiro e maio deste ano, foram realizados mais de 11 mil exames desse tipo.

“Em relação ao exame de raios X, o hospital reforça que se trata de um dos procedimentos mais básicos realizados em uma unidade terciária como o HRMS, que é referência em média e alta complexidade. Atualmente, o hospital conta com um parque tecnológico moderno, capaz de suprir integralmente a demanda interna”, afirmou, em nota. 

OUTRAS INVESTIGAÇÕES

Além do problema apontado sobre os equipamentos de raios X, o MPMS ainda investiga outras seis denúncias ligadas ao Regional, “abrangendo falhas estruturais, insuficiência de profissionais, deficiências no atendimento e irregularidades no fornecimento de insumos e equipamentos”.

Todas essas investigações tramitam na 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública de Campo Grande.

PPP

Apontada pelo governo do Estado como uma forma de economizar, mas também fr agilizar investimentos no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, a parceria público-privada (PPP) da unidade deve ser levada a leilão em dezembro deste ano e promete R$ 954,14 milhões de capital investido, tanto na operação do local quanto na construção de novas alas.

Com a PPP, ao longo de 30 anos de contrato, a área construída do Regional, que hoje é de 37.000 m², deverá atingir 71.000 m². 

Conforme a previsão de investimentos, o maior montante de investimento em obras e equipamentos ficará concentrado nos cinco primeiros anos do contrato, como mostrou matéria do Correio do Estado.

CRONOLOGIA

  1. Apura o deficit de médicos socorristas ou emergencistas para atendimento da demanda do HRMS; 
  2. Apura as causas da superlotação no pronto atendimento médico adulto e pediátrico do HRMS;
  3. Apura a retenção de macas do Samu no HRMS e em outras unidades hospitalares, com prejuízo ao serviço de urgência;
  4. Apura a insuficiência de oferta de consultas e exames voltados ao diagnóstico de câncer nas unidades Unacon, incluindo o HRMS;
  5. Apura o fechamento de leitos hospitalares no HRMS e suas consequências para o fluxo de atendimento e a regulação de pacientes; 
  6. Apura falhas no fornecimento de insumos e equipamentos para monitoramento de pacientes na unidade coronariana do HRMS, bem como eventuais problemas na gestão interna;
  7. Apura possíveis prejuízos decorrentes da mudança do processo de regulação hospitalar entre Estado e Município envolvendo o HRMS; 
  8. Apurar a insuficiência e as condições de funcionamento dos equipamentos de raios X no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul e a regularidade da realização de manutenções preventivas e corretivas. 

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PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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