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Ultima Ratio

Ministro do STF manda Sérgio Martins, presidente do TJMS, voltar ao cargo

Cristiano Zanin não viu indícios de que Martins era beneficiado do esquema de venda de sentenças; outros quatro desembargadores seguem afastados

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O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Sérgio Martins, voltará ao cargo que ocupa. A determinação para que ele retorne às atividades é do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin. 

Martins estava afastado da função desde 24 de outubro, quando foi deflagrada a Operação Ultima Ratio, juntamente com outros quatro colegas desembargadores.

A Polícia Federal investiga ele e os desembargadores Sideni Soncini Pimentel (presidente eleitor do TJMS), o vice-presidente eleito, Vladimir Abreu da Silva; além Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos por envolvimento em um esquema de venda de sentenças.

Cristiano Zanin atendeu a pedido do advogado de Martins, Rodrigo Mudrovitsch, que afirmou que não havia indícios de que Martins teria se beneficiado financeiramente da venda de decisões judiciais. 
Os outros quatro desembargadores afastados do cargo seguem usando tornozeleira eletrônica e com a proibição de comunicar com os outros investigados. 

Fontes ligadas ao Poder Judiciário já haviam afirmado ao Correio do Estado, sob condição de anonimato, que esperavam pela liberação de Martins. Dentro da corte, o entendimento é de que as acusações contra ele, de fato, têm pouca robustez. 

Também estão afastados de seus cargos, com uso de tornozeleira eletrônica e impedidos de se comunicar com outros investigados, o conselheiro do TCE-MS Osmar Domingues Jeronymo e seu sobrinho Danillo Moya Jeronymo, servidor comissionado do TJMS.

O balcão

As vendas de decisões, popularmente conhecidas como vendas de sentenças, ocorriam de diversas formas e em vários processos. Um caso emblemático envolve desembargadores do TJMS, que aceitaram decisões baseadas em uma escritura falsa, lavrada no estado do Paraná, para transferir a propriedade de uma fazenda em Maracaju.

Há casos que envolvem o desembargador Marco José Brito Rodrigues, como o que ajudou um colega do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS): o procurador de Justiça Marco Antônio Sottoriva, que havia feito um mau negócio na compra de uma fazenda. Sottoriva queria desistir da compra e enfrentava um contencioso de R$ 5 milhões na Justiça com a outra parte.

Brito Rodrigues decidiu sem ler o processo, delegando ao seu assessor a elaboração da decisão, e atendeu ao pedido do amigo. Posteriormente, Sottoriva conseguiu um acordo para se livrar de pagar parcelas, aluguéis e lucros cessantes no desfazimento do negócio. Sottoriva agradeceu a Brito pela decisão favorável: “Graças a Deus e a seu trabalho”.

Há também o caso do ex-prefeito de Bodoquena, Jun Iti Hada, que pediu para parcelar a compra de uma decisão (para rescindir uma sentença em que ele havia sido condenado) em duas vezes, além de decisões favoráveis para soltar traficantes.

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Dois anos após matar idoso e jogar corpo em canavial, casal é preso em MS

Corpo de Alan Kardeck Rodrigues Coelho foi localizado sete meses depois do desaparecimento, em setembro de 2022

16/01/2025 18h00

Após localizado e preso, casal foi levado para a Delegacia de Paranaíba

Após localizado e preso, casal foi levado para a Delegacia de Paranaíba Reprodução, Polícia Civil

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Dois anos após homicídio do idoso Alan Kardeck Rodrigues Coelho, de 65 anos, a Polícia Civil concluiu o inquérito de investigação e prendeu um casal suspeito do crime. O idoso desapareceu em fevereiro de 2022, após ter discutido com o casal.

O corpo da vítima só foi localizado sete meses depois do crime, em setembro de 2022 em um canavial próximo ao município de Paranaíba, a 411 quilômetros da capital Campo Grande. Nesse sentido, A.A.V. e S.A.B responderão pelos crimes de assassinato e ocultação de cadaver.

Conforme a Polícia Civil, o casal foi preso no mês passado, mas o caso só foi divulgado pela Delegacia de Paranaíba nesta quinta-feira (16), após conclusão do inquérito. Os suspeitos foram localizados após suporte da Delegacia de Atendimento à Mulher de Três Lagoas (DAM). Ao longo de dois anos, o casal ficou foragido.

Relembre o caso

A sobrinha de Alan registrou o desaparecimento do idoso na delegacia de polícia no dia 27 de fevereiro. No dia do crime, a investigação apurou que Alan Kardeck teria se desentendido com o casal em um bar da cidade.

Após a briga, o idoso tentou ir embora do local utilizando uma bicicleta. Contudo, foi perseguido pelo casal e depois, desapareceu sem deu mais notícias.

Em depoimento, A.A.V. negou a participação no crime. S.A.B, por sua vez, confessou o homicídio. Segundo ela o casal estava em seu veículo junto com os três filhos, todos menores de idade.

Dinâmica do crime

O casal teria colocado o idoso no carro e partido em direção ao canavial. Após chegar no local, o homem teria derrubado Alan Kardeck no chão e o matou atropelado.

Em seguida, ele teria jogado a perna mecânica do idoso para dentro da plantação e enterrado o corpo da vítima em outra área do canavial. Após o crime, o casal fugiu do local.

Ainda segundo a Polícia Civil, foram ouvidas 10 testemunhas e casal possuía mandado de prisão preventiva em aberto. Após localizados e presos, a equipe policial encaminhou a dupla até a delegacia para a realização dos trâmites jurídicos.

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MS: avião do tráfico é vendido 16 anos após último voo com cocaína

Conforme a Justiça Federal, aeronave realizou entrega de droga entre o município de Jardim e região do Chaco, no Paraguai; veículo foi leiloado por R$ 163,6 mil

16/01/2025 16h45

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo Grande

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo Grande Divulgação e Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Uma aeronave monomotor de modelo Embraer 720C, apreendida em 2008 por estar envolvida no tráfico de drogas na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, foi leiloada pelo valor de avaliação de R$ 163,6 mil e lance inicial de R$ 81,8 mil.

A aeronave foi interceptada pela Polícia Federal em março de 2008, com 203 quilos de cocaína em seu interior.

O avião ficou guardada em um hangar da Coordenadoria Geral de Policiamento Aereo (CGPA) do Governo do Estado no Aeroporto Internacional de Campo Grande. Diante deste cenário, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu tanto as operações de taxi aéreo quanto o certificado de aeronavegabilidade do avião.

Conforme apuração do jornal Correio do Estado, o comprador do avião foi um empresário do município de Catalão, interior do estado de Goiás. Após arrematado, a aeronave passou por um processo de desmontagem para poder ser transportado por caminhão até a cidade goiana.

O processo de carregamento da aeronave foi iniciado no começo da tarde desta quinta-feira (16), em terreno próximo a esquina da Rua Brasília com a Avenida Duque de Caxias, na Capital.

"O aeroporto [de Campo Grande] não permite que entremos com dois caminhões, que são necessários para fazer o transporte. Então tivemos que tirar o avião de lá para conseguir carregá-lo aqui. Eu desmontei o avião, instalei no caminão e amanhã cedo vamos embarcar para Catalão", explicou o mecânico de aeronaves, Nelson Rodrigues da Silva de 68 anos.

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo GrandeTrabalhadores em operação de transporte da aeronave. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

Histórico da aeronave

A aeronave possui foi fabricada em 1980 e está registrada em nome de uma homem. O avião, tem capacidade para 1.633 quilos e possui autorização apenas para vôo visual noturno.

De acordo com o processo da Justiça Federal, as denúncias apontam que no dia 28 de março de 2008, S.T.R. e R.R.R. (Piloto e Copiloto) deixaram o país com a aeronave partindo do município de Jardim, interior de Mato Grosso do Sul.

Os suspeitos tinham como destino a região do Chaco, no Paraguai, onde adquiriram 203 quilos de Cocaína. No dia seguinte, retornaram ao Brasil, dirigindo-se para a cidade de Machado (MG), onde há uma pista de pouso abandonada.

Após deixarem a droga, o avião, em seguida, retornou para a cidade de Jardim. Contudo, ao chegarem no aeroclube, ambos os criminosos foram presos por policiais federais que já suspeitavam da atividade ilícita e monitoravam todas as movimentações da dupla. Também foram encontrados documentos falsificados com a dupla.

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo GrandeAvião PT-RIF carregado em caminhão. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

 

 

 

 

 

 

 

Investigação

Ainda conforme os autos, um dos denunciados arquitetou um sistema de compra de droga adquirida no Paraguai, para ser posteriormente distribuída dentro do Brasil. Nesse sentido, os criminosos utilizavam a aeronave para realizar os tramites entre os dois países. Segundo informações do próprio denunciado, ele comprou a aeronave pelo valor de R$ 80.000,00.

As diligências da polícia baseavam-se na vigilância dos suspeitos L.M. e A.F. Os policiais constataram que os suspeitos se encontravam com um piloto de avião e juntos realizaram viagens interestaduais.

As investigações se intensificaram no começo do ano de 2008, quando os agentes da Polícia Federal acompanharam o encontro dos denunciados em um hotel na cidade de São Caetano (SP). Deste local, o grupo seguiu até a cidade de Pouso Alegre (MG), após retornaram à cidade de São Paulo, deixando o piloto na rodoviária do Tietê.

Uma equipe policial então passou a acompanhar o piloto, que se dirigiu até a cidade de Jardim, juntamente com o co-piloto, também denunciado. Os agentes presenciaram a decolagem da aeronave em direção ao território paraguaio.

Novos ares

Agora, conforme apurado pelo Correio do Estado, a aeronave será utilizado para o transporte de passageiros em propriedade de um empresário da região de Catalão, interior de Goiás.

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