Cidades

Favela do Mandela

Moradores do Mandela sofrem com desvios de doação e liderança pede respeito

Cestas básicas estão sendo levadas, terceiros pedem doações em nome da comunidade e não entregam

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Pessoas estão agindo de má-fé e se aproveitando da situação precária, das famílias que perderam tudo no incêndio da comunidade conhecida como Favela do Mandela. Nesta segunda-feira (20) houve reunião entre moradores e lideranças para discutir sobre desvios de doações.

O Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Enéas José de Carvalho, explicou ao Correio do Estado que pessoas estão se passando por moradores da comunidade do Mandela, retirando doações de cestas básicas para revender a mercadinhos por valores irrisórios.

“A pessoa quer entrar, quer doar, ela entra e doa por conta própria. [No caso da pessoa falar] não quero apoio da prefeitura. Não tem problema, só que é o seguinte, muitas pessoas que não estão nessas barracas estão recebendo esses materiais e a gente tem denúncias de locais que estão recebendo essas cestas. Não tenho como provar, então não vou falar o local aqui, mas que estão recebendo a cesta porque eles estão vendendo. Você acha justo, contundente com a situação uma pessoa estar passando por estado de vulnerabilidade dessas e os outros virem se aproveitar da situação deles?”, desabafou o secretário.

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Outro pedido do secretário, é uma coalizão de forças em prol da comunidade. Inclusive, por prevenção, maquinários trabalhavam durante a tarde fazendo curva de nível, justamente para evitar que à chuva prevista para os próximos dias entre nas barracas.

“O que a gente precisa é que exista uma coalizão tanto desta população que está aqui nesta situação, com os trabalhos feitos pela prefeitura, como também um bom senso de quem está vindo aqui e observando esse ambiente”, explicou o secretário.

Sobre o conflito que gerou discussão entre os moradores, Enéas foi enfático em resumir que algumas pessoas que vão até o local fazer a doação também aproveitam para alimentar confusão.

“Essas pessoas quando chegam aqui elas provocam a discórdia. Jogam uma liderança contra a outra e essa liderança começa a atacar quem está a frente, a guarda, a Sisep, o Fac, a Sas, os servidores públicos que estão aqui”.

Durante a deliberação, a liderança em seu discurso pediu para que as pessoas respeitem os servidores da prefeitura. E foquem na moradia própria. Após conversar com os populares, todos os membros da liderança se reuniram e não puderam conversar com a reportagem.

 

 

 

Tentando Organizar

A presidente da Central Única das Favelas (CUFA), Letícia Polidoro, entende que os ânimos estão acirrados, devido à realidade das famílias, dos idosos, das pessoas que moravam solo, terem perdido tudo ao ponto da paciência se estreitar.

“Os dias vão passando, vai ficando mais tenso para todo mundo. Todos trabalhando, horas viradas né? Poucos voluntários, essa é a realidade. A gente está tentando organizar tudo que está acontecendo aqui. Doações, pedidos, pessoas pedindo em nome da comunidade e não está direcionando às doações para cá. Fakes news. Eu acredito muito nessa união, nunca tive vínculo com a prefeitura, mas estou acreditando no trabalho que a prefeitura está fazendo aqui”, disse Letícia que está trabalhando na barraca de alimentação.

Necessidades

Uma jovem de 24 anos, que também perdeu tudo para o fogo e preferiu não se identificar, explicou que às barracas até possuem colchão, mas não tem espaço para todo mundo. De modo que está dividindo o espaço com seis famílias. Além disso, sem ventilador estão sofrendo com o calorão.

“Está horrível, nem dorme. É mosquito, às crianças não dormem de calor. Não cabe todo mundo aí tem que colocar o colchão aqui fora. Se vir a noite com um calor desses pode ver que vai ter um monte de colchão espalhado aqui fora porque não cabe”, disse a moradora.

Às barracas contam com fiação elétrica para luz e tomadas, de modo que os desabrigados necessitam com urgência de doação de ventiladores. 


Já o superintendente de Proteção Social Básica da SAS, Artêmio Versoza, informou que são duas famílias por barracas cedidas pelo exército. Sendo que são 14 no local e estão aguardando a entrega de mais barracas. 

"A secretaria ofereceu para cada barraca dez colchões, dez cobertores, então todas as famílias estão sendo bem assistidas dentro dos seus barracos", informou o secretário da Sas.

A moradora Joyce Aparecida, de 30 anos, que perdeu tudo e trabalha como voluntária, informou que até cabem dez pessoas em uma barraca. E o problema são outros fatores como o desconforto de dormir no chão, por ser um terreno de inclinação. 

“Quem que quer dormir assim? Não é todo mundo. Só que o ser humano não entende que isso aqui está demorando. Cada dia que passa eles acham que vão ficar mais tempo aqui. E não é assim que funciona. Tudo é burocracia. Todo mundo tem que respeitar um ao outro. Só que acaba um alterando a voz, o outro alterando também. Esse alvoroço todo é porque todo mundo está cansado de ficar aqui nesse sol quente. Eu tô exausta. Às pessoas querem resolver o negócio da casa. [Que é demorado] e eles não entendem isso, são pessoas que não entendem”, desabafou.

Outros pontos

Enquanto lideranças articulavam, crianças eram atendidas com o lanche da tarde. A reportagem conversou com outros moradores que relataram que estão sendo atendidos em todas as refeições.

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Onde e como doar


Quem quiser ajudar, pode fazer as doações através do Fundo de Apoio à Comunidade (FAC), que organiza uma campanha de arrecadação de alimentos e itens básicos para ajudar as famílias da Comunidade do Mandela.

Entre os itens que podem ser doados estão: alimentos, materiais de higiene, fraldas descartáveis, água mineral, limpeza, roupas, colchão, enxoval de cama e de banho, materiais de construção, entre outros itens básicos.

As doações poderão ser entregues no FAC, localizado na Avenida Fabio Zahran, número 6000, no bairro Vila Carvalho, até a meia-noite desta quinta-feira (16), a partir das 7h30 da sexta-feira (17).

Dependendo do volume de itens, o Fundo de Apoio à Comunidade possui equipes para buscar a doação, que podem ser acionadas através do telefone (67) 2020-1361.

A Central Única das Favelas (Cufa) também está com campanha para ajudar as famílias.

A Central concentra as arrecadações em sua sede, que fica na Rua Livino Godói, 422, no Jardim São Conrado, sendo que a ideia da Cufa é montar uma cozinha comunitária na comunidade do Mandela e seguir com essa assistência presencial. 

Além disso, também foi disponibilizado o Pix da Associação das mulheres das favelas do Mato Grosso do Sul (pelo CNPJ: 45.776.653 0001.03), para à população, para que essa corrente em prol da solidariedade tenha sequência e mobilize mais sul-mato-grossenses.

Incêndio


No fim da manhã dessa quinta-feira (16), um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela. Conforme apurado pelo Correio do Estado, aproximadamente 186 famílias perderam seus lares e itens básicos nas chamas.

Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e enviaram quatro viaturas, além de uma de socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O incêndio pode ter sido provocado por um curto-circuito ou por uma pessoa, que teria ateado fogo em um barraco e acabou se espalhando para os outros, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

"[A causa pode ter sido] ou curto-circuito, devido às ligações clandestinas de energia, ou algum usuário de drogas, porque disseram para a gente que um usuário de drogas colocou fogo em uma casa e aí espalhou, mas a gente não sabe se é verdade, é a informação que deram", afirmou o capitão do Corpo de Bombeiros, Joelhe Alencar.

 

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BEM-ESTAR

Itens apreendidos pelo Ibama serão doadas ao Sesc Mesa Brasil

Apreensões, em grande maioria de produtos de origem animal, serão destinadas a asilos, creches e associações comunitárias

22/12/2024 11h22

Pelo valor mais alto e por serem perecíveis, esses produtos de proteína animal, normalmente, são recebidos em menor quantidade pelo programa

Pelo valor mais alto e por serem perecíveis, esses produtos de proteína animal, normalmente, são recebidos em menor quantidade pelo programa Reprodução/ABR/A.C

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Parceria entre o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a partir de 2025, alimentos apreendidos em ações de fiscalização ambiental sejam destinados ao programa Sesc Mesa Brasil. 

Com isso, haverá ampliação da rede de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade social. O acordo de cooperação técnica visa fortalecer o combate à fome e o desperdício de alimentos no Brasil.

As doações do Ibama, por serem em grande parte produtos de origem animal, ampliam a inclusão de proteína nas refeições oferecidas pelas entidades assistenciais cadastradas no Sesc Mesa Brasil.

Por terem um valor mais alto e por serem perecíveis, esses produtos de proteína animal, normalmente, são recebidos em menor quantidade pelo programa.

“O acordo vai representar um importante reforço nutricional para as pessoas atendidas. A parceria representa, ainda, o comprometimento do Sesc com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial a meta de erradicação da fome”, explica o Sesc.

“Essa parceria traz inúmeras vantagens para todos. Entre elas, está o aproveitamento responsável de alimentos que seriam descartados, contribuindo para a redução do desperdício e a eficiência no uso de recursos. Além disso, fortalece o papel social do Sesc, que amplia sua capacidade de atender comunidades vulneráveis”, destaca José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Recorde de doações

Sesc Mesa Brasil vai encerrar 2024 com a maior arrecadação de alimentos desde sua criação, há três décadas. São mais de 52 milhões de quilos em doações e a expectativa é que o balanço total do ano chegue a 55 milhões de quilos, impulsionados pelas campanhas natalinas realizadas em dezembro.

A marca histórica é mais uma celebração nos 30 anos do programa de combate à fome e ao desperdício de alimentos.

Maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina, o Sesc Mesa Brasil faz a ponte entre empresas doadoras e instituições que levam refeições e alimentos a famílias em vulnerabilidade alimentar.

O programa conta com 3,4 mil empresas parceiras, que doam seus excedentes de produção para serem distribuídos a 7,2 mil entidades assistenciais cadastradas, contemplando mensalmente mais de 2,2 milhões de pessoas.

“Nós temos visto crescer a solidariedade e as doações ao longo do último ano, mostrando que a sociedade brasileira está na luta para ampliar a segurança alimentar.

Ao propor o aproveitamento integral de alimentos e evitar o descarte desses produtos, que poderiam acabar nos lixões, contribuímos para diminuir as emissões de gases de efeito estufa que levam ao aquecimento global, uma das maiores preocupações da humanidade atualmente”, disse Tadros.

O Sesc Mesa Brasil atua em parceria com empresas, propriedades rurais, entrepostos de hortifruti, supermercados, pequenas feiras e comércios, que doam seus excedentes de produção e alimentos fora dos padrões de comercialização, mas ainda seguros para consumo.

Os produtos são destinados a instituições como asilos, creches e associações comunitárias.

 

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CAPITAL

Poste é arrancado do chão em batida na região central de Campo Grande

Acidente aconteceu por volta de 22h deste sábado (21); veja situações em que o Juizado de Trânsito, ativo durante recesso de fim de ano, pode ser acionado

22/12/2024 10h30

além arrancar a base e tombar um dos postes da rua, a força da batida fez com que alguns cabos ligados à rede de energia também fossem rompidos

além arrancar a base e tombar um dos postes da rua, a força da batida fez com que alguns cabos ligados à rede de energia também fossem rompidos Leo Ribeiro/Correio do Estado

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Quem passava pelo "miolo" da região central de Campo Grande, próximo à Praça Ary Coelho, ainda durante a noite de sábado (21), se deparou com um acidente o qual a força da batida foi suficiente para arrancar um dos postes da rua Treze de Maio. 

Esse acidente, registrado no trecho da 13 de maio entre a rua Barão do Rio Branco e Afonso Pena, aconteceu por volta de 22h, sendo cerca de 20 minutos depois equipes do Corpo de Bombeiros já estavam no local para auxiliar na gestão dos estragos.

Nesse mesmo horário, os agentes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul atravessaram o caminhão em duas faixas e sinalizavam com cones, para que os motoristas que seguiam no trecho não acabassem feridos de alguma forma. 

Isso porque, além de arrancar a base e tombar um dos postes da rua, a força da batida fez com que alguns cabos ligados à rede de energia também fossem rompidos, ficando pendurados sobre os carros e motos que passavam pela 13 de maio. 

Ainda que a imagem seja bastante gráfica, com o carro atravessado na calçada ao lado do poste tombado, não há informações sobre a dinâmica dos acidentes ou de que forma os habitantes da região central foram afetados. 

Juizado de trânsito ativo

Importante frisar que, desde o último dia 19 até 06 de janeiro de 2025, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul está em recesso forense, porém, as atividades do conhecido Juizado Especial de Trânsito seguem ativas. 

Não há atendimento quando o acidente envolve carros oficiais ou termine em dano ao patrimônio público (como postes, semáforos), quando há óbitos ou feridos, ou ainda nos casos em que haja indícios de crime de trânsito, como, por exemplo, conduzir veículo sob a influência de álcool ou entregar a direção de veículo a pessoa não habilitada.

Nesses casos, deve ser solicitado o deslocamento de uma viatura da autoridade policial pelo número 190.

Durante o recesso forense, segundo o TJ: "fica suspensa a realização de publicações de decisões, sentenças e acórdãos, bem como intimações de partes ou advogados, exceto para medidas consideradas urgentes, que serão atendidos pelo plantão judiciário".

Cabe ressaltar que o atendimento ao público e expediente normal do Judiciário deve voltar em 07 de janeiro, porém, os prazos processuais cíveis ficam suspensos de 20 de dezembro de 2024 a 20 de janeiro de 2025, conforme previsto no art. 220 do Código de Processo Civil. 

O que não atrapalha as atividades do Juizado Especial de Trânsito, que segue garantindo acesso aos serviços mesmo durante esse período de festas de fim de ano, onde inclusive o número de acidentes entre veículos costuma ser maior. 

Localizado na Rua Antônio Corrêa, nº 85, no bairro Jardim Monte Líbano, o Juizado atende das 7 às 22 horas, podendo ser solicitado em Campo Grande através dos números: 159 e o telefone  0800-647-1333.

Aqui é vale esclarecer que, durante esse recesso, a van do Juizado não realizará atendimentos nos municípios de Corumbá, Dourados e Três Lagoas; 

Esse serviço atende de forma imediata chamadas que envolvem acidente sem vítimas, no próprio local, que envolva qualquer tipo de veículo automotor, motos, carros, caminhões e ônibus. 

Tendo uma equipe composta por um conciliador, um policial militar e motorista, através do Juizado é possível solucionar conflitos ligados à infrações e demais questão no trânsito, 
 

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