Após operação promovida pela concessionária de energia elétrica, a Energisa, em parceria com a Polícia Militar, visando o corte de ‘gatos’ na favela do Homex e moradores afetados bloquearam trecho da BR-163, ação foi realizada na manhã de hoje (12) para organizar ação civil pública para regularização no fornecimento de energia elétrica. Há denúncias de religamento das ligações clandestinas no local durante a madrugada.
Equipe da Defensoria Pública esteve no ponto de bloqueio ontem e, após diálogo, convenceu os manifestantes a liberarem o fluxo de veículos, além da propor coleta de material que possam dar subsídio para entrada da ação. O desligamento das ligações clandestinas ocorreu no bairro Centro Oeste .
O defensor público e coordenador do Núcleo de Defesa do Consumido, rHomero Medeiros, afirmou que a ação realizada na manhã de hoje é continuação dos trabalhos iniciados ontem. “Estamos vendo a população, a quantidade de idosos, deficientes, pessoas que dependem do uso da energia elétrica para sobreviver, como pessoas que usam insulina, pessoas que tomam medicação de alto custo que guardam na geladeira e que estão perdendo, inalações diárias”.
Atendendo desde 8h30 a ação contou com colaboração dos moradores. Líderes da comunidade responsáveis pela organização da paralisação na BR-163 participam da coleta de materiais em parceria com a Defensoria Pública e afirmam que mais de 2000 casas e barracos estão sem luz. Um dos representantes, Leodomar Rodrigues (40), atualmente desempregado, relata que foram surpreendidos com a operação de desligamento de energia: “Vieram aqui e cortaram a luz sem avisar, sem deixar a gente tomar precaução de tirar as crianças e quem precisa de remédio”.
Para o mestre de obras Wilson Vasques (46), residente do local há mais de 2 anos, o diálogo entre partes é importante: “Estamos reunidos aqui para reivindicar a energia dentro da nossa comunidade. Gostaríamos de sentar com representantes da Energisa para achar um meio termo até que regularize a energia na nossa comunidade”. Wilson relata ainda outros problemas da favela, como falta de água e saneamento básico.
Atendendo os ocupantes da área do Homex no processo de reintegração de posse que se estende desde 2017, a defensora pública Claudia Bossay Assumpção Fassa, membro do Núcleo de Defesa do Consumidor, enfatiza a necessidade de tratar situações como a atual de forma humanitária: “A ação de hoje é extremamente importante porque a energia elétrica é um bem essencial. Aqui tem pessoas doentes, crianças que precisam de atenção do poder público. O que temos de mais importante para fazer agora é tentarmos reverter a situação”.