Cidades

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Mortes de mulheres por complicações no parto em todo o mundo caem 34% de 1990 a 2008

Mortes de mulheres por complicações no parto em todo o mundo caem 34% de 1990 a 2008

Redação

15/09/2010 - 19h00
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     A mortalidade de mulheres em consequência de problemas de gravidez e complicações no parto caiu 34% na comparação entre os anos de 1990 e 2008. Em 1990, foram registradas 546 mil mortes, enquanto em 2008 foram 358 mil. Mas ainda ocorrem cerca de mil mortes diárias de mulheres em decorrência de problemas relacionados à gestação.

        A conclusão é do relatório Tendências da Mortalidade Materna, divulgado hoje (15) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) e Banco Mundial.

        Os especialistas informam que, apesar da redução, as mortes de mulheres grávidas ainda são frequentes principalmente nos países mais pobres, na África e Ásia. O estudo examinou a realidade das gestantes em 87 nações. As principais causas de mortes são hemorragia depois do parto, infecções, hipertensão e abortos.

        ?O risco de uma mulher em um país em desenvolvimento morrer de causas relacionadas à gravidez é aproximadamente 36 vezes maior do que para aquela que vive em um país desenvolvido?, afirmou a diretora executiva da OMS, Margaret Chan.

        Segundo ela, os governos dos países onde as mulheres enfrentam mais riscos de morte têm buscado efetivar ações para evitar as mortes. De acordo com a diretora executiva, entre as medidas adotadas estão o incentivo à formação adequada para as parteiras e melhorias nas infraestruturas dos hospitais e centros de saúde.

        O diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, afirmou que o objetivo é desenvolver ações que melhorem a qualidade global da saúde materna e salvem vidas. Para ele, é fundamental que as medidas sejam adotadas em regiões menos privilegiadas, nas zonas rurais, nas áreas onde estão as famílias mais pobres e as minorais étnicas, além dos locais em conflito bélico permanente.

        Para a diretora executiva do Unfpa, Thoraya Ahmed Obaid, os órgãos públicos e as entidades civis organizadas têm obrigação de garantir que a mulher consiga ter uma gestação segura e que a criança nasça bem. Segundo ela, um dos projetos que devem ser incentivados é a formação de profissionais de saúde, além de mais investimentos na área da saúde reprodutiva.

Mato Grosso do Sul

IBGE destaca condições precárias de saneamento para 91 mil indígenas em MS

Segundo os dados, 78,8% dos indígenas sobrevivem sem acesso a coleta direta ou indireta por serviço de limpeza

04/10/2024 15h32

Cerca de 69,1% das pessoas indígenas vivem em situação de precariedade ou ausência de saneamento básico.

Cerca de 69,1% das pessoas indígenas vivem em situação de precariedade ou ausência de saneamento básico. Foto: Jéssica Candido/Agência IBGE Notícias

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Mais de 91 mil indígenas de Mato Grosso do Sul vivem em situação de precariedade e sem acesso a saneamento básico, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Esses números equivalem a 78,8% dos indígenas que sobrevivem sem acesso ao descarte de lixo e à água canalizada, como poço, fonte, nascente ou mina; à ausência de destinação do esgoto para rede geral, pluvial ou fossa séptica; e à ausência de coleta direta ou indireta por serviço de limpeza.

De acordo com a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes, o principal fator que influencia esses resultados é a distância geográfica e a adaptação dos serviços de saneamento às terras indígenas.

“Um dos principais problemas é o desafio logístico que é garantir o saneamento básico e culturalmente adequado nas terras indígenas. Por isso, é preciso adaptar as soluções para saneamento básico, como, por exemplo, fazer fossas que permitam um descarte adequado sem precisar se ligar à infraestrutura geral, que às vezes existe de forma mais distante da realidade dessas terras”

Segundo o IBGE, a coleta de lixo atinge menos de 5% dos indígenas. Em Mato Grosso do Sul, dentre os 41.279 domicílios indígenas, apenas 52% têm como destino do seu lixo a coleta por serviço de limpeza ou caçamba, um aumento em comparação aos 32,4% vistos em 2010.


Alfabetização é menor do que a média em MS 

Os resultados do Censo Demográfico 2022 mostram que 70.345 indígenas sabem ler e escrever e 9.903 não tinham estudos.

De acordo com o IBGE, a taxa de alfabetização da população de Mato Grosso do Sul é de 87,66% em 2022, abaixo da taxa total da população do estado, que foi de 94,61% para indígenas de 15 anos ou mais.

A taxa de analfabetismo dos indígenas no estado foi de 12,34% deste contingente populacional, percentual acima da taxa do total populacional do estado, que foi de 5,39%.

Segundo o IBGE, o estado de Mato Grosso do Sul ocupa hoje a 10ª colocação. O Rio de Janeiro, com 95,05%, seguido do Distrito Federal (94,50%), está no topo da lista.

O Maranhão aparece na última colocação, com 72,56% de pessoas indígenas alfabetizadas nessa faixa etária. 


Homens indígenas são os mais alfabetizados

Em comparação entre sexos, a taxa de alfabetização das mulheres indígenas é de 83,38%, enquanto fora das TI (Terras Indígenas) é de 94,76%. Para os homens, a taxa de alfabetização dentro das TI é de 87,23% e, fora, de 94,86%. Ao considerar pessoas indígenas não alfabetizadas nessa mesma faixa de idade, chega-se ao cálculo da taxa de analfabetismo.

Entre os estados, Mato Grosso do Sul apresenta um percentual de 12,34%, ocupando o décimo sétimo lugar, enquanto o Maranhão (27,44%), o Acre (23,99%) e o Piauí (22,38%) ocupam as primeiras posições.

O Rio de Janeiro (RJ) apresenta o menor percentual de pessoas indígenas nessa mesma condição e faixa de idade, com 4,95%, seguido do Distrito Federal (5,50%) e de São Paulo (5,57%).

Entre os municípios de MS, aqueles que apresentaram os maiores índices de analfabetismo entre as pessoas indígenas de 15 anos ou mais foram Santa Rita do Pardo (40,00%), Caracol (33,33%) e Figueirão (28,67%).

De acordo com os dados do IBGE, Campo Grande ocupa a nona posição, com 4,55%.

 

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ELEIÇÕES 2024

Eleitores de Coimbra vão percorrer 125 km para votar em Corumbá

Custo para alguns eleitores do Pantanal deslocarem-se até Corumbá pode chegar a R$ 400, o que tem aumentado o índice de abstenção na cidade

04/10/2024 15h00

Urnas eletrônicas chegam ao distrito de Porto Esperança

Urnas eletrônicas chegam ao distrito de Porto Esperança Foto: Divulgação

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O fechamento de pelo menos nove seções eleitorais em regiões de difícil acesso no Pantanal de Corumbá, nas últimas décadas, dificultou o comparecimento do eleitorado rural na cidade, para onde foram transferidos seus títulos, no dia de eleição.

A ausência desse eleitor tem contribuído para que o município registre uma abstenção superior à média nacional, alcançando 25,75%, em 2018, e 26,02% (recorde), em 2020. 

Quem mora no Pantanal tem um custo de transporte elevado para deslocar-se à cidade – os colonos do Taquari pagam R$ 400,00 de ida e volta – e aqueles que tem a opção de transporte gratuito, oferecido pela Justiça Eleitoral, enfrentam viagens longas e cansativas e calor acima de 40 graus.

É o caso dos 25 eleitores do histórico Forte Coimbra, que vão percorrer 125 km em ônibus convencional até a seção 175 no distrito de Porto Esperança, neste domingo. 

Coimbra, fortificação do Exército situada na fronteira tríplice com Paraguai e Bolívia e às margens do Rio Paraguai, ao Sul de Corumbá, é um dos locais onde funcionou uma seção eleitoral.

O domicílio eleitoral dos moradores foi transferido para Porto Esperança, também situado na beira do rio, para onde seguiam de barco em dia de eleição. Agora, segundo o cartório eleitoral de Corumbá, os eleitores optaram pela viagem por terra.

Prejuízo à cidadania

“Hoje, com Internet nas escolas rurais e energia solar instalada no Pantanal, nada impediria os resultados da votação serem transferidos das urnas eletrônicas direto para a apuração na cidade”, afirma o produtor pantaneiro Armando Arruda Lacerda.

“Foi cassada a cidadania pantaneira por interferência do profundo desconhecimento sobre as peculiaridades da região e o comodismo omisso da Justiça Eleitoral”, aponta.

Quando funcionavam as seções eleitorais pantaneiras, os próprios fazendeiros davam apoio no transporte das urnas e mesários, de avião ou barco.

“Dia de eleição no Pantanal era especial, de festa, as comunidades se reuniam e o pantaneiro se orgulhava do direito de votar”, lembra o pecuarista Manoel Martins de Almeida, que tem propriedade na sub-região do Paiaguás. “O fechamento das seções foi um prejuízo lastimável à cidadania”, observa.

Para a eleição deste domingo, o cartório eleitoral de Corumbá organizou o transporte gratuito dos eleitores rurais, com sete rotas, atendendo também a comunidade de Porto da Manga (60 km da cidade) e os assentamentos situados na fronteira com a Bolívia, onde funcionarão três seções.

Os eleitores de Porto Morrinho (ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262), embora distantes 14 km de Porto Esperança, vão votar em Corumbá, a 70 km.

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