Cidades

Cidades

MP denuncia Mizael e vigia à Justiça pela morte de Mércia

MP denuncia Mizael e vigia à Justiça pela morte de Mércia

Redação

02/08/2010 - 16h01
Continue lendo...

     

O promotor Rodrigo Merli Antunes, do Ministério Público de Guarulhos, na Grande São Paulo, confirmou na tarde desta segunda-feira (2) que ofereceu denúncia à Justiça contra Mizael Bispo de Souza e o Evandro Bezerra Silva. Os dois são suspeitos da morte da advogada Mércia Nakashima, que desapareceu no dia 23 de maio. O corpo e o carro dela foram encontrados dias depois em uma represa de Nazaré Paulista, também na Grande São Paulo. A deúncia foi apresentada por volta das 13h30 desta segunda-feira no fórum de Guarulhos.

O promotor anunciou também que endossou o pedido de prisão preventiva de Mizael Bispo feito pelo delegado Antonio de Olim, que conduziu o inquérito, alegando que há indícios suficientes de autoria do crime.

Mizael, que já teve a prisão preventiva decretada e suspensa, permanece solto. Evandro está preso temporariamente em um distrito policial em Guarulhos. Ambos negam o crime. Os documentos foram entregues ao juiz Leandro Bittencourt Cano, que irá analisá-los e decidirá se acolhe ou não a denúncia.

Se a Justiça aceitá-la, os acusados serão citados e passam a ser réus no processo. Mizael e Evandro serão então chamados a prestar esclarecimentos no fórum de Guarulhos, durante a fase de instrução. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, o juiz terá um prazo de cinco dias para se manifestar a partir do recebimento dela.

Defesa

De acordo com o advogado Samir Haddad Júnior, que defende Mizael, a decisão do juiz deverá demorar mais. Isso porque, segundo ele, a nova lei determina que a Justiça só poderá se manifestar sobre a denúncia após o recebimento da argumentação da defesa dos suspeitos. "O prazo para a defesa responda ao juiz é de dez dias a partir da data em que formos comunicados pela Justiça", disse Haddad Júnior, sugerindo que isso poderá ser feito até o dia 13 de agosto.

Além disso, a defesa de Mizael entende que o caso deve ser acompanhado por um promotor e por um juiz de Nazaré Paulista, onde Mércia morreu. Atualmente, o caso pertence à Promotoria e Justiça de Guarulhos.

Indiciados pela Polícia Civil pelo assassinato de Mércia, Mizael e Evandro foram denunciados pelo Ministério Público pelo mesmo crime. A diferença está na individualização de cada um dos suspeitos. Em outras palavras, a suposta participação de cada um no assassinato de Mércia.

Segundo o promotor Merli Antunes, Mizael foi acusado por homicídio triplamente qualificado (meios torpe e cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Já Evandro irá responder por homicídio duplamente qualificado (meio cruel e recurso que impossibilitou a vítima de se defender).

"Mizael não aceitava o fim do namoro e queria reatar, por isso matou Mércia. Evandro ajudou no crime porque sabia o que iria ser feito, sabia que Mizael iria matar a ex", disse o promotor por telefone ao G1 na sexta. Ele já indicou 16 nomes para serem testemunhas da acusação.

Além dos depoimentos, a Promotoria informa que os rastreamentos a partir das quebras dos sigilos telefônicos e antenas de telefonia são determinantes para culpar Mizael e Evandro pelo assassinato de Mércia.

O crime

Depois de desaparecer em 23 de maio da casa dos avós em Guarulhos, Mércia foi achada morta em 11 de junho na represa em Nazaré Paulista. O veículo onde ela estava havia sido localizado submerso um dia antes. Segundo a perícia, a advogada foi agredida, baleada, desmaiou e morreu afogada dentro do próprio carro no mesmo dia em que sumiu. Ela não sabia nadar.

Um pescador havia dito à polícia ter visto o automóvel dela afundar, além de ver um homem não identificado sair do veículo e ter escutado gritos de mulher.

Para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Mizael matou a ex por ciúmes e o vigilante o ajudou na fuga. Mizael alega inocência. Evandro, que chegou a acusar o patrão e dizer que o ajudou a fugir, voltou atrás e falou que mentiu e confessou um crime do qual não participou porque foi torturado.

Ainda, segundo o relatório do DHPP, Mizael e Evandro trocaram diversos telefonemas combinando o crime. A polícia chegou a essa informação a partir da quebra dos sigilos telefônicos dos dois. O rastreador do carro do ex também mostrou que ele esteve próximo ao local onde Mércia sumiu e onde ela foi achada no mesmo dia do crime.

Cidades

MP leva Promotoria a pedir cassação de prefeito ligado a 'braço direito' de Júnior Mano

Promotoria eleitoral destaca a investigação da Polícia Federal que encontrou indícios de que a campanha comprou votos

08/07/2025 20h00

Reprodução / TSE

Continue Lendo...

O Ministério Público Eleitoral no Ceará pediu a cassação dos mandatos de dois aliados do grupo do deputado Júnior Mano (PSB-CE) - Professor Jardel e Antônio Ilomar, eleitos prefeito e vice de Canindé em 2024 com dinheiro supostamente desviado de emendas de autoria do parlamentar. Eles venceram o pleito com apoio direto de Bebeto do Choró, prefeito de Choró, apontado como braço-direito de Júnior Mano no esquema das emendas.

A Promotoria eleitoral destaca a investigação da Polícia Federal que encontrou indícios de que a campanha comprou votos.

Nos imóveis do comitê de Professor Jardel, durante a campanha, os federais encontraram R$ 56 mil em espécie, 32 kits de higiene pessoal, quantidade expressiva de medicamentos e um caderno com nomes de eleitores associados a valores supostamente pagos pelo grupo.

"O referido caderno se revela como peça-chave da investigação, funcionando como registro informal de uma rede sistemática de cooptação de sufrágios em favor de Jardel e Ilomar, em que o voto era associado a benefício material direto, seja em forma de pagamento em dinheiro, fornecimento de remédios ou promessas de transporte no dia da eleição", assinala o promotor Jairo Pereira Pequeno Neto, titular da 33.ª Zona Eleitoral do Ceará.

Júnior Mano é o principal alvo da Operação Underhand, que a Polícia Federal levou às ruas nesta terça, 8, por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Agentes vasculharam seu gabinete na Câmara.

O Estadão pediu manifestação do deputado, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto.

A suspeita é que emendas direcionadas por ele para 50 municípios cearenses, às vésperas do pleito do ano passado, passaram por um processo de desvio e se tornaram moeda de apoio a candidatos ligados a ele e ao prefeito Bebeto do Choró.

O dinheiro das emendas teria sido 'pulverizado' em licitações fraudadas - antes do período de veto imposto pela legislação eleitoral -, e abasteceram o caixa dos políticos apoiados por Júnior Mano e Bebeto.

Canindé é um município situado no sertão central cearense, a cerca de 100 quilômetros de Fortaleza. Professor Jardel foi eleito pela oposição com apoio direto de Bebeto do Choró. Ele derrotou o candidato da ex-prefeita Rozário Ximenes. Inconformada com o avanço do grupo de Bebeto sobre administrações municipais de sua região, Rozário denunciou o esquema das emendas ao Ministério Público estadual, em depoimento de setembro de 2024.

Bebeto teve a prisão decretada, formalmente acusado de desvio de recursos públicos de emendas parlamentares, lavagem de dinheiro e compra de votos nas eleições de 2024.

Segundo a Promotoria Eleitoral, durante as eleições de 2024, Bebeto fez contatos com agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Rodoviária Estadual para reduzir a fiscalização de carretas em favor de Jardel e seu vice. O parecer destaca que Bebeto atuava como coordenador informal e financiador da campanha em Canindé, 'utilizando sua influência política e econômica para interferir no processo eleitoral'.

"O teor das conversas interceptadas revela clara tentativa de utilização do aparato estatal de segurança em benefício da campanha dos investigados, numa conduta que ultrapassa os limites da mera influência política e adentra o campo da instrumentalização da função pública para fins eleitorais, o que configura, de forma inequívoca, abuso de poder político entrelaçado com abuso de poder econômico", aponta o promotor Jairo Pereira Pequeno Neto.

O promotor afirma que, além das carretas potencialmente irregulares, foi identificada circulação de dinheiro sem origem comprovada. "Há um nítido entrelaçamento entre o abuso de poder político e o abuso de poder econômico, que, quando combinados, produzem efeitos ainda mais deletérios sobre a normalidade e legitimidade das eleições."

'Promessa de r$ 200 mil para vereador'

A base da investigação do promotor eleitoral é a denúncia de Ximenes. Ele revelou detalhes do esquema das emendas supostamente orquestrado por Bebeto e pelo deputado Júnior Mano. Rozário afirma que o grupo tem ligação com pelo menos 51 prefeituras no Ceará e usou empresas ligadas a Bebeto, registradas em nome de laranjas, para vencer licitações e desviar os recursos para uso em caixa dois e compra de votos.

Rozário Ximenes contou ter sofrido perseguição política do grupo adversário, que apoiava o candidato oposicionista Professor Jardel.

No pedido de cassação dos mandatos de Jardel e seu vice, o Ministério Público menciona a investigação da Polícia Federal que encontrou indícios de que a campanha realizava compra de votos de eleitores.

A PF identificou promessa de pagamento de R$ 200 mil para um vereador em troca de apoio político.

A ação do promotor eleitoral diz que a campanha de Jardel, com o apoio do braço direito de Júnior Mano, foi marcada por uma sucessão de irregularidades, 'com abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio, abuso de poder político, tentativa de cooptação de agentes públicos e a utilização indevida de recursos públicos e estruturas administrativas para favorecimento eleitoral'.

O parecer conclui com o pedido de cassação dos mandatos de Jardel e Ilomar, declaração de inelegibilidade e convocação de novas eleições.

A PF também acredita que há indícios de uma relação entre Bebeto e braço do Comando Vermelho (CV) que se instalou nessa região do Estado para assumir o controle da compra de votos para aliados da facção.

O Comando Vermelho (CV) é uma poderosa facção do crime organizado com base no Rio de Janeiro e tentáculos espalhados por vários Estados, inclusive o Ceará, segundo a Polícia Federal "Soldados" do Comando Vermelho, segundo a investigação, foram deslocados para cidades do sertão cearense sob influência de Bebeto do Choró e Júnior Mano durante as eleições de 2024. A missão do grupo criminoso era "tocar o terror", com ameaças a candidatos rivais, pichações de muros e envio de mensagens por WhatsApp a eleitores. Bebeto está foragido.

Assine o Correio do Estado

vício de iniciativa

Prefeita veta projeto de lei que proibia da venda de arsênio em Campo Grande

Vereadores haviam aprovado projeto de lei devido a casos de envenenamento; Adriane Lopes justificou que a competência sobre o caso é da União e Estados

08/07/2025 19h05

Vereadores aprovaram projeto no dia 12 de junho, mas prefeitura vetou totalmente

Vereadores aprovaram projeto no dia 12 de junho, mas prefeitura vetou totalmente Foto: Izaias Medeiros / Câmara Municipal

Continue Lendo...

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), vetou integralmente o projeto de lei que proibia a comercialização de arsênio, que tem sido utilizado de forma criminosa em vários casos de envenenamento. O veto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Município desta terça-feira (8).

A proposta, de autoria do vereador Neto Santos (Republicanos) foi aprovada em regime de urgência na Câmara Municipal, no dia 12 de junho.

Conforme o texto, ficaria proibida a comercialização de qualquer substância, produto ou composto que contenha arsênio em sua formulação, em qualquer quantidade, com exceção aos casos que o uso fosse para pesquisa científica realizada por instituições legalmente autorizadas ou à aplicação industrial ou laboratorial, quando houver controle técnico, licenciamento ambiental e autorização expressa da autoridade sanitária municipal.

No veto, a prefeita justifica que consultou a "Procuradoria-Geral do Município (PGM) e houve manifestação pelo veto total ao Projeto de Lei n. 11.895/25, argumentando tratar-se de competência concorrente entre União e Estados, não possuindo o município legitimidade para dispor sobre a presente matéria."

O veto também cita que cabe à União o papel de editar normas gerais, enquanto os estados deve suplementá-las e os municípios não integram essa competência, podendo apenas legislar sobre interesse local e suplementar normas federais e estaduais quando couber e que, editar norma autônoma com conteúdo sobre substâncias químicas, como no presente caso, ultrapassaria essa competência.

O relatório da prefeitura aponta ainda que o "arsênio é substância química reconhecidamente tóxica, mas também com diversas aplicações lícitas e reguladas na indústria metalúrgica (ligas metálicas); no setor eletrônico (semicondutores, lasers); no tratamento de leucemia promielocítica aguda (uso de trióxido de arsênio, registrado na Anvisa); como defensivo agrícola, com controle específico por parte do Ministério da Agricultura (Mapa)".

"Ocorre que a proibição genérica proposta pelo projeto não se limita a aspectos locais, mas pretende interferir diretamente na cadeia de fornecimento e uso de substâncias cuja regulação compete a órgãos federais e estaduais, como a Anvisa, o Ibama, o Conama e o Mapa", acrescenta o relatório.

Por fim, a prefeita ressalta que a proibição ampla e irrestrita à comercialização de qualquer produto com arsênio, sem respaldo em estudos técnicos prévios ou articulação com os órgãos reguladores federais, o Município estaria atuando em afronta direta à lógica federativa de regulação técnica, violando o pacto federativo e incorrendo em inconstitucionalidade.

"Desta feita, o presente projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo deve ser vetado integralmente, por possuir vício formal quanto à iniciativa, o que impede qualquer aproveitamento por meio de veto parcial", conclui

Proposta

Na justificativa do projeto apresentado na Câmara Municipal, o parlamentar cita o caso de uma adolescente de 16 anos que comprou arsênio pela internet e envenenou duas colegas, oferecendo um bolo de pote contaminado, sendo que uma delas foi internada e outra, Ana Luiza de Oliveira Nevez, 17 anos, morreu.

“Temos visto no Brasil uso dessa substância para envenenamento e destruição de famílias. Queremos nos antecipar para que não ocorram casos aqui e evitar a venda dessa substância”, disse o vereador.

Ainda segundo a justificativa do projeto, há regulação em nível federal sobre o uso industrial do arsênio, mas não há vedação geral à sua comercialização, o que abre margem para o comércio informal de substâncias.

“Tal lacuna coloca em risco consumidores desavisados, especialmente crianças, trabalhadores informais e populações vulneráveis”, acrescentou Neto Santos.

No veto, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) ressaltou que a comercialização de arsênio já é objeto de normativas, que possuem como escopo o controle da substancia no território nacional e que a aquisição do produto é permitida apenas para empresas com CNPJ e mediante um registro detalhado sobre o motivo da compra e as condições de uso.

Envenenamento

A adolescente Ana Luiza de Oliveira Neves, 17 anos, morreu no dia 1º de junho, em razão de uma intoxicação alimentar provocada após ingerir o um bolo contaminado com arsênio, em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo.

O bolo de pote envenenado estava acompanhado de um bilhete, com o seguinte recado: “Um mimo pra garota mais linda que eu já vi”.

A jovem chegou a passar por atendimento médico depois dos primeiros sintomas, mas teve alta hospitalar e faleceu no dia seguinte.

De acordo com a Polícia Civil do Estado de São Paulo, uma jovem, também de 17, confessou ter colocado veneno no bolo que matou Ana Luiza. A adolescente disse à polícia que cometeu o ato infracional por ciúme.

Ela alegou que queria que a colega “sofresse”, mas não desejava causar a morte da jovem. Na ocasião, uma representação foi enviada à Justiça para a apreensão da menor de idade.

De acordo com informações obtidas com a investigação, a adolescente já tinha praticado a mesma ação contra outra garota. No caso anterior, a jovem tentou se vingar de uma menina que teria ficado com seu namorado. A vítima passou mal, mas se recuperou.

A Delegacia de Itapecerica da Serra ainda investiga o caso para esclarecer todos os fatos.

Leia mais em: https://correiodoestado.com.br/cidades/vereadores-aprovam-lei-que-proibe-venda-de-arsenio-em-campo-grande/449722/

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).