Cidades

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MS prepara inauguração do 'Monitor da Violência Contra a Mulher'

Estado teve 20,3 mil vítimas de violência doméstica e mais de duas mil mulheres estupradas em 2024, ganhando agora nova ferramenta para nortear ações preventivas e repressivas

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Mato Grosso do Sul está prestes a ganhar uma nova ferramenta, com lançamento marcado para a próxima segunda-feira (27): o "Monitor da Violência Contra a Mulher", em evento que une membros do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (SEJUSP).

Esse encontro está marcado para às 16h, sendo que deve acontecer no chamado Salão Pantanal que fica na sede do TJMS, localizado na avenida Mato Grosso, no Parque dos Poderes em Campo Grande. 

No Estado, o balanço de 2024 mostra um novo aumento dos casos de feminicídio, resultado mais brutal e definitivo das violências de gênero que assolam as mulheres, já que Mato Grosso do Sul fechou o ano passado com 35 vítimas registradas nesse crime. 

Essas 35 mulheres mortas em 2024 representam um aumento de 16,6% no índice, já que no ano imediatamente anterior foram registrados 30 vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul. 

Ainda assim, desde 2015, a pior taxa de feminicídio registrada no período de um ano segue sendo de 2022, período no qual 44 mulheres foram vítimas desse crime no Estado. 

Monitor da violência

De idealização conjunta - pela desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, que coordena a Coordenadoria da Mulher do TJMS e Secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Delegado Antônio Carlos Videira -, o projeto do Monitor tem objetivos específicos. 

Entre eles, a ferramenta servirá, segundo o TJMS, "para nortear ações preventivas e repressivas no enfrentamento à violência de gênero", além de fomentar políticas públicas e fornecer material de pesquisa pelo Sistema de Justiça e comunidade acadêmica. 

Participam do evento no TJMS: 

  • Desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, 
  • Juiz titular da 3ª Vara de Violência Doméstica da capital, Vinicius Pedrosa Santos, 
  • Secretário-Executivo de Segurança Pública, Coronel Wagner Ferreira da Silva, 
  • Superintendente Delegado Tiago Macedo dos Santos, 
  • Investigador Michel Weiler Neves, 
  • Policial Penal e Analista de informações Lidiane Ribeiro Machado Nunes

Esse monitor se encarregará de integrar dados e informações ligados à violência doméstica, por meio de ferramentas como Business Intelligence (BI), elencando consumações e tentativas de agressões; estupros e feminicídios. 

Violência em números

Para além das 35 vítimas de feminicídio, dados estatísticos da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram um cenário preocupante para as mulheres em Mato Grosso do Sul. 

Nos casos de violência doméstica, por exemplo, apesar da queda em 2024 se comparado com o período imediatamente anterior, o total de vítimas ultrapassou 22.220 no ano passado. 

Aqui é importante esclarecer que, o menor número da série histórica aparece em 2020, sendo possível ligar o baixo índice às menores notificações desses crimes devido ao primeiro ano da pandemia de Covid-19. 

Em 2019 foram 21.757 vítimas de violência doméstica e, fora os dois primeiros anos da pandemia, os números mantiveram tendência crescente em 2022 (21.931) e 2023 quando houve a taxa recorde até então (22.718 mulheres violentadas).

No caso de estupros, 2024 registrou uma interrupção da crescente de mulheres vítimas observada desde 2021, já que a pandemia também freou a notificação desse tipo de crime, sendo que em 2019 elas foram 2.220 dos 2.601 registros totais. 

Em 2020 as mulheres foram 2.060 casos dos quase 2,4 mil ocorrências de estupro entre janeiro e dezembro daquele ano. 

Já em 2022 Mato Grosso do Sul fechou o ano com 2.525 casos de estupro, sendo elas vítimas em 2.174 desse total. 

Enquanto 2023 teve 2.849 casos de estupro registrados, com 2.491 vítimas do sexo feminino, 2024 por sua vez terminou com 2.370 registros e elas sendo vitimadas em 2.018 dessas vezes totais. 
 

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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