Cidades

Maracaju

Nos últimos 18 meses, 51 mulheres foram vítimas de feminicídio em MS

Esfaqueada pelo marido, Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta dentro de casa neste sábado, no interior do estado

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Entre janeiro de 2024 e junho deste ano, 51 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul, caso de Doralice da Silva, de 42 anos, 16ª vítima de 2025, morta a facadas após uma discussão com o companheiro Edemar Santos Souza, de 31 anos, principal suspeito.

O crime ocorreu na noite de quinta-feira (20),  na Rua dos Pereiras, na Vila Juquita, em Maracaju, a cerca de 159 quilômetros de Campo Grande. Ao longo de 2024, 35 mulheres foram vítimas deste tipo de crime.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública, 10 dos 16 feminicídios deste ano ocorreram em municípios da região de fronteira, ao longo do último ano, 14 feminicídios foram registrados nesta porção do estado.

O fato

De acordo com relatos de vizinhos, por volta das 22h30, o casal teve uma briga intensa. Cerca de meia hora depois, os gritos cessaram e Edemar foi visto deixando a residência, empurrando uma carriola em direção ao Bairro Nenê Fernandes. Por volta das 23h15, a filha de Doralice chegou à casa e encontrou a mãe caída no chão do quarto, coberta de sangue e já sem vida. A Polícia Militar foi acionada e isolou a área até a chegada da Polícia Civil e da perícia.

Segundo o boletim de ocorrência, moradores da região relataram que o casal tinha um histórico de brigas frequentes, contudo, Doralice nunca havia registrado boletins de ocorrência ou solicitado medidas protetivas contra Edemar. A investigação revelou que a vítima possuía uma medida protetiva contra um ex-marido, com quem estava separada há mais de um ano, o qual não mantinha contato. Por outro lado, Edemar já havia sido alvo de uma medida protetiva, solicitada por sua mãe, decisão já extinta pela Justiça.

Suspeito nega envolvimento

Na manhã deste sábado (21), Edemar se apresentou espontaneamente à Polícia Militar, e negou envolvimento no crime. Ele afirmou que soubera que estava sendo apontado como suspeito, mas refutou qualquer participação no assassinato.

Durante seu depoimento, o suspeito mencionou a presença de um homem desconhecido na residência, que, segundo ele, teria chegado em um veículo Volkswagen Gol prata e o ajudado a recolher seus pertences. Edemar afirmou que esse homem permaneceu na casa com Doralice após sua saída.

O suspeito também indicou que há câmeras de segurança em alguns imóveis vizinhos, que, segundo ele, podem corroborar sua versão dos fatos. Após deixar o local, Edemar relatou ter seguido em direção à região da Zebulândia e, depois, à casa de uma tia, localizada nas proximidades do Cras da Vila Margarida. O caso segue sob investigação pela Polícia Civil de Maracaju.

A Prefeitura de Maracaju emitiu uma nota de repúdio ao crime, lamentando a morte de Doralice. "Esse crime bárbaro fere não apenas a vida de uma mulher, mas também toda a nossa sociedade.

"A violência contra a mulher é inaceitável e precisa ser combatida com firmeza, compromisso e ações contínuas", afirmou o comunicado. A prefeitura também destacou seu compromisso com políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero e expressou solidariedade à família da vítima.

Vítimas em 2025

Karina Corin
Vanessa Ricarte
Juliana Domingues
Mirielle Santos
Emiliana Mendes
Giseli Cristina Oliskowiski
Alessandra da Silva Arruda
Ivone Barbosa Nantes
Thacia Paula Ramos
Simone da Silva
Olizandra Vera Cano
Graciane de Sousa Silva
Vanessa Eugênia
Sophie Eugênia
Eliana Guanes

 

Mãe e filha

Vanessa Medeiros teria dito que queria se separar e foi morta; Sophie Eugênia Borges tinha 10 meses e foi esganada pelo paiVanessa Medeiros teria dito que queria se separar e foi morta; Sophie Eugênia Borges tinha 10 meses e foi esganada pelo pai

Em maio, o estoquista João Augusto Borges, de 21 anos, confessou que esganou e ateou fogo no corpo de sua mulher, Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e da própria filha, Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses, vítima mais jovem. 

Ao relatar as mortes, o homem teria contado detalhes de como praticou o crime, inclusive a reação da pequena, o que teria causado perplexidade até mesmo entre policiais experientes.

Os corpos de Vanessa e Sophie foram encontrados carbonizados em um terreno no Bairro Indubrasil, em Campo Grande. Apesar do estado em que estavam, foi possível perceber que ambas tinham fraturas no pescoço.

Segundo o delegado Rodolfo Daltro, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o caso, durante o colhimento do depoimento do suspeito, os policiais precisaram paralisar a oitiva, uma vez que alguns detalhes incomodaram até mesmo servidores com mais de uma década na área da segurança pública.

“Eu tenho 11 anos anos de polícia, e havia um policial ali na sala com 22 anos. Tivemos que parar em certo momento porque eu, como pai, e eles também, [ficamos impactados] com tamanha brutalidade e frieza ao [criminoso] relatar como matou, até com detalhes grotescos de como fez a esganadura da criança, da reação da criança. São situações abjetas, e isso – apesar de certo período de desempenho da função policial – nos causou perplexidade e até mal-estar. Tivemos que parar o interrogatório”, contou Daltro.

De acordo com a polícia, durante o depoimento de João Augusto, ele não teria demonstrado arrependimento pelas mortes da mulher e da criança.

“Ele confessou prontamente, sem o menor remorso, uma pessoa extremamente fria. Eu fiz questão de frisar com ele durante o interrogatório se ele estava arrependido. ‘Não estou arrependido, já foi feito, estou bem’, disse. E esse caso nos chocou, por se tratar de um pai matando uma criança”, declarou o delegado em entrevista na tarde de ontem.

Segundo relato do autor, ele estava planejando o crime há dois meses. Ainda, uma possível separação seria o principal motivo para o duplo feminicídio.

“Eles [Vanessa e João Augusto] estavam juntos há cerca de dois anos, e a criança nasceu há 10 meses. Ele me relatou que começou, a cerca de 8 meses atrás, a ter problemas [conjugais], isso após o nascimento da filha. Ele se via muito atarefado com o cuidado com a criança, e também as despesas estavam muito altas. Então, ele incutiu a ideia de matar as duas”, complementou Daltro.

Ainda de acordo com a polícia, após iniciar o planejamento do crime, o autor confesso teria perguntado a um colega de trabalho como poderia fazer um nó para amarrar os pés e as mãos da esposa e da filha após matá-las.

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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