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Obras paradas da educação garantiriam vagas para 3 mil crianças na Capital

Ao todo, a cidade tem 14 construções paralisadas, sendo 12 de Educação Infantil e 2 para alunos do Ensino Fundamental

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De acordo com levantamento feito pelo Correio do Estado, Campo Grande tem 14 obras de educação paradas ou inacabadas. São 12 Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e duas escolas municipais de Ensino Fundamental, que, ao todo, comportariam 3 mil alunos, sendo 120 por Emei e 780 por escola municipal.

A assessoria da prefeitura informou que a pandemia foi um dos fatores principais para a suspensão das obras, em função do quadro de pessoas da construção civil. 

No entanto, boa parte das Emeis está paralisada desde o mandato do ex-prefeito Alcides Bernal. A situação é notada também em outros estados do Brasil, que, ao todo, têm quase 3.700 obras da educação paradas. 

Em razão desse fator, o novo ministro da Educação da gestão do presidente Lula (PT), Camilo Santana, informou na última semana que as obras serão “retomadas e executadas com acompanhamento por georreferenciamento”. 

Em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirmou que “o levantamento orçamentário e ajustes de projetos já foram realizados para retomar as obras, bem como o contato com o governo federal almejando novas licitações”. 

A Semed ainda acrescenta que “criou um setor de planejamento a partir de novembro para acompanhar o cronograma de licitação e execução de cada obra” levantada pelo jornal Correio do Estado e que se encontra inacabada ou paralisada. 

Entre as obras, quatro estão em processo de licitação novamente. Trata-se das Emeis dos bairros São Conrado, Oliveira III, Jardim Anache e Jardim Inápolis. 

As demais obras estão cadastradas no site do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) como inacabadas, paralisadas e apenas uma está como em execução. 

Essas obras são as Emeis dos bairros Jardim Nashville, Radialista, Talismã, Jardim Colorado, Moreninhas II e Nova Serrana. Apenas a Emei da Vila Popular foi cadastrada como em execução. 

Entre as escolas, a da Vila Nathália está paralisada. Outras duas construções, a Emei do Bairro Serraville e a escola do Bairro Parati, também estão paradas, mas não se encontram no portal do Simec. 

Dessas unidades, cerca de metade dos contratos está com a vigência vencida, ou seja, o tempo para o repasse dos recursos já terminou. 

As construções do Jardim Colorado, Jardim Nashville, Moreninhas II e Nova Serrana tiveram o fim do prazo em fevereiro de 2019. 

Já as obras dos bairros Radialista e Talismã tiveram a vigência vencida em 13 de janeiro deste ano. 

Outras seis obras têm o contrato de repasse até julho deste ano. As obras do Serraville e do Parati não têm informações sobre a vigência dos repasses. 

Todas as obras tiveram recursos do FNDE. A iniciativa com menor verba obtida foi a do Bairro Radialista, que perdeu a vigência na semana passada, mas teve um repasse de R$ 396.314,19, de um total previsto de R$ 1.322.281,90, do FNDE. A construção está paralisada com 29,68% de execução. 

A Emei com maior repasse até o momento é a do São Conrado, que tem vigência até julho deste ano e recebeu R$ 925.667,33, dos R$ 1.322.381,91 previstos pelo FNDE. 

O andamento da construção, porém, foi paralisado em 46,77%. A obra aguarda licitação para ser concluída. 

O valor total já investido pelo FNDE em 12 das 14 obras inacabadas em Campo Grande chega ao valor total de R$ 9.233.054,53. 

FILA ZERO

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o poder público tem a obrigatoriedade de garantir vagas em creches para crianças de zero a 5 anos de idade. 

Para Campo Grande, caso exista a obrigação de acabar com as filas para as Emeis, seriam necessárias cerca de 60 novas unidades construídas, além das 12 já iniciadas, levando em consideração o projeto Proinfância Tipo B, que prevê 120 vagas por Emei. 

Enquanto as Emeis inacabadas registram uma estimativa de 1.440 vagas a serem abertas, dados da central de matrículas da Rede Municipal de Ensino (Reme) de 2022 indicam que a Capital tem uma fila de espera de aproximadamente 8,7 mil crianças. 

Em outubro do ano passado, a prefeitura alegou ao Correio do Estado que a gestão atual havia criado 7.687 vagas na Reme e que a lista de espera teve uma redução ao longo de cinco anos. Entretanto, não enviou a lista atualizada, solicitada pela reportagem à época.

Saiba: De acordo com dados do FNDE, entre as obras paradas, a construção com o menor porcentual de conclusão é a Emei do Bairro Moreninha II, que tem apenas 7,8% do total executados. Ainda assim, foram repassados R$ 860.166,61 pelo governo federal, dos R$ 1.719.073,34 que previa o contrato.

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TRAGÉDIA

Dois motociclistas morrem na semana do Natal em Campo Grande

Ambos foram socorridos e encaminhados a Santa Casa, mas, não resistiram aos ferimentos e faleceram

23/12/2025 08h15

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS Gerson Oliveira

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João Vitor Moraes Romeiro, de 27 anos e Tiago Duarte de Lima, de 38 anos morreram em acidente de moto, na tarde desta segunda-feira (22), em duas avenidas movimentadas de Campo Grande.

João Vitor faleceu na avenida Guaicurus, Jardim Nashville, na Capital.

De acordo com o boletim de ocorrência, o rapaz trafegava pela avenida em uma Yamaha Fazer, quando perdeu o controle da direção, bateu na traseira de uma Ford Ranger e caiu no asfalto. Em seguida, foi atropelado por um caminhão-tanque.

Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado a Santa Casa, mas, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Tiago faleceu na avenida Bandeirantes, bairro Guanandi, próximo ao Terminal Bandeirantes, na Capital.

Segundo o boletim de ocorrência, Tiago trafegava em uma Honda CG Fan, pela avenida Bandeirantes, sentido bairro-centro, quando colidiu na traseira de uma Ford F-350. Após a colisão, a moto colidiu em outra moto, quando Tiago foi arremessado ao solo.

Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros (CBMMS) e encaminhado a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no centro cirúrgico.

Os acidentes fatais ocorreram dois dias antes do Natal.

ACIDENTES FATAIS

Acidente de trânsito é uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Acidente de carro, moto, bicicleta ou atropelamento, em ruas, avenidas ou rodovias, são tragédias que acontecem toda semana em Mato Grosso do Sul.

As principais causas são excesso de velocidade, falha em ceder a passagem, dirigir sob efeito de álcool, distrações, sonolência e condições climáticas adversas, como chuva forte.

Dados divulgados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) apontam que 58 pessoas morreram no trânsito, entre 1º de janeiro e 28 de novembro de 2025, em Campo Grande. Desse número, 43 são motociclistas, 12 são pedestres, 2 são condutores e 1 passageiro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) traz algumas orientações ao condutor no trânsito. Confira:

  • Não dirija caso consuma bebida alcoólica
  • Não dirija cansado ou com sono
  • Use cinto de segurança
  • Respeite a sinalização
  • Respeite o limite de velocidade da via
  • Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados
  • Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor

 

CRISE FINANCEIRA

Enquanto atrasa salários, Santa Casa de Campo Grande paga juros milionários

Ao todo, o hospital gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado

23/12/2025 08h00

Greve santa casa

Greve santa casa Marcelo Victor/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande deve solicitar novo empréstimo milionário nos próximos dias para quitar o 13º salário atrasado dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa que iniciaram paralisação de 30% do efetivo por alegarem que a “enfermagem não é trabalho escravo”.

Em meio a uma crise e prejuízo ao atendimento, o hospital já enfrenta dívida altíssima com bancos e só de juros paga mais de R$ 6 milhões ao mês.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Alir Terra, presidente do hospital, confirmou que a instituição está há três meses tentando contrair um novo empréstimo com os bancos. “Nós estamos em tratativa há mais de três meses para conseguir um empréstimo para fazer esse pagamento”, afirma a presidente.

Caso se confirme, este seria o segundo empréstimo milionário da Santa Casa este ano, mais especificamente nos últimos 60 dias.

Na primeira semana de novembro, o hospital disse ao Correio do Estado que precisou ir ao banco pegar R$ 5 milhões para ajudar a quitar uma das cinco folhas salariais que estava em atraso, com os 400 médicos da categoria pessoa jurídica (PJ), dívida que ainda soma cerca de R$ 30 milhões.

Somando este último empréstimo com o apresentado no balanço financeiro do exercício do ano passado, a instituição ainda teria que pagar R$ 261.916.856,00 por causa de empréstimos e financiamentos. Além disso, os juros também preocupam, já que foram responsáveis por R$ 45.342.425,00 com bancos e fornecedores somente em 2024.

De acordo com o fluxo de caixa do hospital, divulgado publicamente pela Santa Casa, a instituição pagou R$ 15.158.396,70 em salários e ordenados aos funcionários celetistas em novembro. Logo, o novo empréstimo deve girar em torno deste valor, para que o 13º atrasado seja pago e, assim, voltar com os atendimentos de maneira normal.

Greve santa casa

HISTÓRICO

Nos últimos seis anos, os empréstimos da Santa Casa totalizaram R$ 321,2 milhões, sem considerar os R$ 5 milhões contraídos este ano. O maior deles foi feito em janeiro de 2024, quando a entidade pegou R$ 248 milhões na Caixa Econômica Federal (com taxa de juros mensal de 1,36%), quantia que foi utilizada para amortizar outros dois empréstimos que foram feitos anteriormente.

Porém, o último empréstimo anunciado oficialmente pelo hospital foi realizado um mês depois, em fevereiro do ano passado, quando pegou R$ 8 milhões com o banco Daycoval – com juros mensal de 1,56% –, empréstimo com prazo de quitação em até cinco anos (60 meses).

Ao todo, a Santa Casa gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado. Ainda em 2024, acerca de juros incorridos sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a instituição arcou com R$ 17.359.633,00, enquanto R$ 4.327.607,00 foram para juros sobre tributos.

Por outro lado, a instituição obteve uma reversão de R$ 4.791.534,00 em juros, multas e encargos por causa da adesão a um edital de transação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que permitiu descontos de até 70% em dívidas inscritas na dívida ativa da União.

De acordo com os fluxos de caixa mensais publicados pela entidade, de janeiro a novembro deste ano, foram pagos R$ 35.020.180,71 de empréstimos e financiamentos, que seriam somente os juros cobrados pelos bancos, os quais são entre 1,21% e 2,93% de taxa por mês.

No ano passado, a Santa Casa fechou com um deficit de R$ 98,4 milhões, ao contrário do que havia apresentado em 2023, quando encerrou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Segundo o demonstrativo financeiro da instituição, essa inversão foi impulsionada pelas despesas operacionais que dobraram e pelo patrimônio líquido negativo que aumentou quase R$ 100 milhões.

GREVE PARCIAL

Até o momento, os serviços afetados pela paralisação dos funcionários são: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Greve santa casaFuncionários da Santa Casa fizeram manifestação ontem pedindo o pagamento do 13º salário - Foto: Marcelo Victor

Na sexta-feira, a instituição já havia informado que não tinha precisão de quando seria pago o benefício aos servidores. Segundo afirma o hospital, o atraso ocorreria porque o governo do Estado não iria realizar o repasse integral da 13ª parcela, avaliado em R$ 14 milhões, que geralmente é passado este mês.

Segundo a entidade, para este ano, o valor seria transferido em três parcelas, com cada uma sendo depositada em janeiro, fevereiro e março de 2026.

Esse repasse extra não está previsto em contrato, mas faz parte de um acordo do Executivo estadual com todos os hospitais filantrópicos do Estado, por meio da Federação das Santas Casas, Hospitais e Instituições Filantrópicas e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (Fehbesul).

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. Porém, destaca que está em dia com suas obrigações e que, este ano, já repassou mais de R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal ao hospital.

À reportagem, o Município também se posicionou diante da situação. “A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano, vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensal”.

O Correio do Estado também entrou em contato com Ronaldo de Souza, Superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul.

“A questão salarial é entre a instituição e os funcionários. União, estado e município não são responsáveis por salários ou complementações imprevistos na legislação”, disse.

O responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana, também foi contatado pela reportagem. Mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno.

*SAIBA

De acordo com a Lei federal nº 4.090/1962, o 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

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