A onça-pintada Miranda, que carrega o nome do município onde foi resgatada das queimadas no Pantanal sul-mato-grossense, foi flagrada por armadilhas fotográficas passeando com o filhote.
O resgate ocorreu no dia 15 de agosto de 2024, na região do Passo do Lontra, no município de Miranda, que está localizado a 203 km de Campo Grande.
A onça foi encontrada com queimaduras graves nas patas e, após o resgate, recebeu tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), onde se recuperou e foi solta na natureza.
Reprodução/OnçafariA surpresa ocorreu um ano depois, quando ela apareceu nas imagens captadas por armadilhas fotográficas pela equipe do projeto Onçafari, no dia 21 de junho. O trabalho somente ocorreu por ela estar usando um colar de rastreamento GPS/VHF.
Com o monitoramento do padrão de deslocamento de Miranda na região, os pesquisadores conseguiram traçar os locais de toca que o animal costuma usar, o que facilitou a instalação das armadilhas.
Cabe ressaltar que o colar de rastreamento é fruto de uma parceria entre o Onçafari e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Além da localização, o equipamento enviou dados que apontam que a onça está em excelente estado físico e comportamental.
"O caso de Miranda é a prova concreta de que, com conhecimento técnico e parcerias sólidas, conseguimos transformar situações de vulnerabilidade em histórias de sucesso. Acompanhamos com orgulho sua adaptação e, agora, com o nascimento do filhote, reafirmamos nosso compromisso com a proteção da biodiversidade do Pantanal", destacou o diretor-presidente do Imasul, André Borges.
União de esforços
A recuperação de Miranda foi comemorada pelas instituições que trabalharam desde o resgate até a reintrodução do maior felino da América Latina, com o uso de tecnologia que permitiu o acompanhamento em campo de cada etapa, marcando a parceria de todos os envolvidos no processo.
"A jornada de Miranda agora inspira ainda mais: não só sobreviveu aos incêndios, como se tornou mãe na natureza. Sua história reforça a importância de políticas públicas e iniciativas que garantam suporte a animais silvestres atingidos por desastres ambientais e ações humanas. É um lembrete poderoso da capacidade de regeneração da vida quando há apoio e proteção adequados", comentou a gestora do Cras, Aline Duarte.
Como acompanhou o Correio do Estado, Miranda foi resgatada no município que acabou se tornando seu nome, no Pantanal, com graves queimaduras nas patas, em agosto de 2024.
Os ferimentos foram causados por incêndios que assolaram o Pantanal. O animal conseguiu abrigo em uma manilha à beira de uma estrada, e uma verdadeira força-tarefa conseguiu resgatá-la.
Para se ter ideia, a operação levou 26 horas e envolveu cuidados emergenciais até a transferência para o Cras, em Campo Grande, onde ela ficou 43 dias recebendo tratamento.
A reabilitação incluiu:
- curativos frequentes com pomadas cicatrizantes;
- sessões de ozonioterapia;
- dieta reforçada, com até 5 kg de carne por dia.
Após a última bateria de exames no Hospital Veterinário Ayty, Miranda foi solta em 27 de setembro de 2024 em uma área cuidadosamente selecionada no Pantanal, que oferecia condições ideais para sua readaptação ao ambiente natural.




