Cidades

preocupação

Onda de calor pode causar novos incêndios no Pantanal, diz Marina Silva

Na próxima semana, temperaturas podem chegar a até 7°C acima da média para o mês e, aliadas ao tempo seco, preocupam equipes que atuam na força-tarefa

Continue lendo...

Durante sua segunda visita ao Pantanal, nesta terça-feira (16), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva afirmou que a partir do próximo fim de semana, uma nova onda de calor poderá surgir, e consequentemente haver baixa de umidade, causando risco de novos incêndios. Por essa razão, todos os ministérios, IBAMA e ICMBIO vão se manter mobilizados. 

“Nós vamos ter que manter nossas equipes mobilizadas, nossa base, por isso o recurso extraordinário que foi aprovado de forma, tentada, não foi fora do tempo, é para que a gente mantenha as bases, mesmo agora já tendo 56% dos 55 incêndios extintos. Já estamos com um processo de 40% dos incêndios que devem ser controlados”, atualizou Marina. 

Além de apresentar os dados referentes aos resultados da ação federal na região pantaneira, o Governo também declarou reforço à força-tarefa que atua no enfrentamento da crise climática. 

Ao todo, são 1.321 pessoas fazendo combate ao fogo. Deste número, 832 são profissionais do Governo Federal, envolvendo Ibama (311), ICMBio, Forças Armadas (420), Força Nacional (71), DNIT, Polícia Federal e Defesa Civil somam mais de 30 pessoas. 

“Eu celebro com alegria isso que está sendo feito aqui, primeiro é um sonho, um sonho de que a agenda ambiental deve ser uma agenda transversal, não uma agenda setorial, e a crise climática não permite mais que a gente trate o meio ambiente como um setor”, afirmou Marina Silva.

No evento ainda estavam presentes a Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet, o Ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.

Em declaração, a ministra Simone Tebet afirmou que três medidas provisórias foram aprovadas para ajudarem no combate aos incêndios no Pantanal, o montante ajudará na contratação de brigadistas, aquisição de equipamentos de proteção individual e de combate, pagamento de despesas de diárias e passagens e locação de meios de transporte, terrestre e aéreo, incluindo a possibilidade, se houver necessidade, de permitir aeronaves e apoio estrangeiro, de países como Paraguai, Bolívia e Chile.

Na última sexta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destinou mais R$ 137 milhões, para ser usado em ações emergenciais no Pantanal. Este novo aporte financeiro se junta aos R$ 100 milhões que foram destinados no dia 28 de junho. Os recursos estão diretamente ligados aos focos e às áreas queimadas que ainda atingem a região, além da escassez hídrica no local.

QUEIMADAS

O monitoramento de área queimada vem sendo atualizado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Inclusive, os dados históricos medidos desde 2012 mostraram que o mês de junho de 2024 foi o mais devastador em termos de área queimada pelos incêndios, com 406.750 hectares atingidos.

E mesmo com todo esse cenário de danos por conta do fogo e o empenho em combater os incêndios, não houve indicativo que as chamas foram controladas no Pantanal empregando somente o aparelhamento humano. 

Até o dia 14 de julho, o Pantanal neste ano já teve cerca de 778 mil hectares queimados (de 3,9% a 5,15% do bioma). Já em relação a última semana (8 a 14 de julho), houve incremento de 2.425 hectares em área queimada no bioma.

Ainda segundo os dados, em maio e junho todos os incêndios no bioma foram causados por ação humana. Não há registros de incêndios causados por ralos no período.

CLIMA

De acordo com os dados climáticos e ambientais divulgados no evento desta terça-feira (16), o período de julho de 2023 a junho de 2024 foi o mais quente já registrado no planeta. O Pantanal enfrenta a seca mais grave em 70 anos, intensificada pela mudança do clima. 

Na previsão divulgada pelo Climatempo, do dia 18 a 25 de julho, principalmente no oeste do Mato Grosso do Sul, oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e oeste e norte do Rio Grande do Sul, a elevação das temperaturas pode chegar a 7°C acima da média para o mês de julho.

Assine o Correio do Estado

Pesquisa

Wolbachia reduziu mais de 60% dos casos de dengue em Campo Grande

O cientista brasileiro criador do "bloqueador da dengue", Luciano Andrade Moreira, foi escolhido pela revista Nature como uma das 10 pessoas que moldaram a ciência em 2025

08/12/2025 18h00

Casos de dengue reduzem em MS

Casos de dengue reduzem em MS Divulgação

Continue Lendo...

Um estudo conduzido pela Fiocruz juntamente com as universidades de Yale, Stanford, Johns Hopkins, de São Paulo (USP) e Monash University, na Austrália, pelo World Mosquito Program (WMP) e pelas secretarias Municipal de Saúde de Campo Grande e Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, divulgaram uma análise detalhada da soltura em massa dos mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia para frear os casos de dengue em Campo Grande. 

Os resultados da análise mostraram uma redução de 63,2% em 2024 na incidência da doença em áreas onde a Wolbachia atingiu níveis estáveis na população de mosquitos, após a soltura entre 2020 e 2023. 

A liberação dos mosquitos com a bactéria foi realizada de forma contínua pelos três anos, abrangendo seis grandes zonas urbanas e totalizando mais de 100 milhões de insetos liberados. 

A técnica introduz a bactéria Wolbachia, que já é comum em cerca de 60% dos insetos, no mosquito Aedes aegypti. A presença dessa bactéria dificulta a proliferação do vírus dentro do mosquito, o que diminui a sua capacidade de transmitir doenças. 

No ano de 2024, a prevalência média da bactéria nos mosquitos era de 86,4%. Quase 90% das áreas monitoradas alcançaram prevalência igual ou superior a 60%, considerado indicador de estabilidade. 

Ao todo, foram monitoradas as 1.677 ovitrampas distribuídas pela cidade, o que permitiu o acompanhamento do avanço da Wolbachia a cada mês. 

A análise da série histórica de casos de dengue, que começaram a ser monitorados em 2008, mostrou que, após a intervenção da bactéria, a cidade deixou de sofrer grandes surtos como os observados antes da intervenção. 

Antes da implementação, os casos anuais frequentes ultrapassavam 4.700 registros. Nos anos seguintes, os números se estabilizaram em números menores: 

  • Em 2021: 410 casos
  • Em 2022: 8.045 casos
  • Em 2023: 11.406 casos
  • Em 2024 (até setembro): 605 casos

Atualmente, foram confirmados 8.372 casos de dengue em Mato Grosso do Sul até a última sexta-feira (5).

Foram confirmadas 18 mortes em decorrência da doença e outras 7 estão em investigação. 

Esse número é 60% menor que o número de mortes registrado no mesmo período referente ao ano passado, quando o Estado já contabilizava 30 óbitos confirmados. 

O número também é menor que o registrado no mesmo período em 2023, quando foram registrados 43 óbitos pela doença. Em 2022, foram 24 mortes na janela de tempo. 

Além disso, no mesmo período, foram notificados 8 mil casos a menos de janeiro a outubro deste ano com relação ao mesmo período no ano passado. 

O método

O projeto de liberação dos mosquitos do Aedes aegypti com a bactéria da Wolbachia espalhou pelas sete regiões de Campo Grande 102 milhões de mosquitos.

De acordo com o World Mosquito Program (WMP), responsável por implementar o método em Campo Grande,  a prevalência da Wolbachia na população de mosquitos na Capital aumentou constantemente, sendo que em algumas áreas à prevalência deste inseto que impede a fecundação dos ovos do mosquito da dengue varia de 70% a 100%.

Ao longo das liberações, que aconteceram em seis etapas, mais de 2,5kg de ovos de mosquitos foram eliminados, segundo a WMP. As fases realizadas do projeto atingiram aproximadamente 130 mil pessoas por fase. 

Além da liberação dos mosquitos nos bairros, a pesquisa também desenvolveu outros métodos, como a iniciativa “Wolbito em casa” e a instalação de uma biofábrica na sede do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS), para produzir milhões de mosquitos com a bactéria Wolbachia usados para o enfrentamento da Dengue, Zika e Chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes.

Nature’s 10

O engenheiro agrônomo Luciano Andrade Moreira, cientista estudioso do uso da bactéria Wolbachia para bloquear a transmissão do vírus da dengue, zika e chikungunya no mosquito Aedes aegypti, foi escolhido pela revista Nature como uma das dez pessoas ao redor do mundo que moldaram a ciência em 2025, configurando na lista “Nature’s 10”. 

A técnica desenvolvida a partir de sua pesquisa em parceria com outros cientistas foi chamada de “Método Wolbachia”, mostrando que os mosquitos portadores da bactéria têm menor probabilidade de contrair os vírus. 

Assim, a aplicação do método pode ser decisiva no controle de doenças. 

Os mosquitos infectados com a bactéria, chamados de wolbitos, ao serem liberados em áreas urbanas se reproduzem com outros Aedes aegypti, reinfectando a bactéria para novas gerações de mosquitos. 


 

TEMPO

Pancada de chuva atinge Campo Grande devido a ciclone que passa pelo Sul do Brasil

Em MS, a atuação indireta de ciclone extratropical pode favorecer a formação de chuvas intensas e tempestades

08/12/2025 17h34

Chuvas intensas estão previstas para todo o Estado durante a semana

Chuvas intensas estão previstas para todo o Estado durante a semana Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

O ciclone que está previsto para atingir a região Sul do Brasil começa a fazer efeito nos municípios de Mato Grosso do Sul. Na tarde desta segunda-feira (8), uma pancada de chuva atingiu Campo Grande, acumulando cerca de 10,8 mm e mantendo a temperatura em 22°C, dando um alívio no calor.

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (CEMTEC), o aprofundamento rápido de um sistema de baixa pressão atmosférica dará origem a formação de um ciclone extratropical no centro-sul do Brasil.

No Estado, a atuação indireta do ciclone extratropical pode favorecer a formação de chuvas intensas e tempestades, que podem vir acompanhadas de raios e fortes rajadas de vento e eventual queda de granizo.

Confira os maiores acumulados de chuvas em MS desde a madrugada

Chuvas intensas estão previstas para todo o Estado durante a semana

Como adiantado pelo Correio do Estado, as chuvas, embora irregulares, devem ser de valor excessivo, podendo acumular volumes de 100 a 200 milímetros em setores isolados. As pancadas devem seguir durante toda a semana.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Mato Grosso do Sul está, novamente, em alerta de perigo para chuvas intensas, especialmente na metade norte do Estado.

Previsão do tempo

De acordo com o CEMTEC, o tempo segue com instabilidade durante a terça-feira (9).  A presença de muita nebulosidade favorece a formação de chuva em diversas regiões do Estado, com acumulados que podem superar os 40 mm em 24 horas em alguns pontos. 

Chuvas intensas estão previstas para todo o Estado durante a semanaEscreva a legenda aqui

As regiões Sul, Cone-Sul e Grande Dourados têm previsões de mínimas entre 20-22°C e máximas entre
24-29°C.

As regiões Pantaneira e Sudoeste marcam mínimas entre 21-23°C e máximas entre 25-31°C.

Regiões do Bolsão, Norte e Leste com mínimas entre 21-23°C e máximas entre 24-29°C.

Na Capital, as mínimas serão entre 20-23°C e máximas entre 22-25°C.

Os ventos atuam entre o quadrante norte e oeste com valores entre 40-60 km/h e, pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60-80 km/h

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).