Uma operação contra um suposto esquema de fraudes em licitações públicas existente na cidade turística de Bonito cumpriu quatro mandados de prisão e 15 de busca e apreensão naquela cidade e em Campo Grande Terenos e Curitiba nesta terça-feira (7). O Ministério Público ainda não informou oficialmente o nome dos presos.
A investigação, comandada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio de investigação do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), em apoio à 1ª Promotoria de Justiça de Bonito, aponta que as fraudes estariam acontecendo desde 2021, ano em que Josmail Rodrigues assumiu o comando da prefeitura. No último dia 21 de setembro ele trocou o PSDB pelo PL.
Batizada de “Operação Águas Turvas”, em contraste às águas cristalinas que fizeram de Bonito um dos maiores polos de turismo natural do mundo, atuou com base em decisão judicial proferida no bojo de procedimento que apura os crimes de organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, dentre outros delitos correlatos.
A investigação constatou a existência de uma organização criminosa que atua fraudando, sistematicamente, licitações de obras e serviços de engenharia no Município de Bonito, desde 2021, assim como ocorria em Terenos, onde o prefeito chegou a ser preso no mês passado.
De acordo com o Ministério Público "são inúmeras licitações fraudadas mediante simulação de concorrência e previsão de exigências específicas estipuladas para direcionar o objeto do certame às empresas pertencentes ao grupo criminoso".
De acordo com o MP, "o papel dos agentes públicos, em conluio com os empresários, consistia em fornecer informações privilegiadas e organizar a fraude procedimental, com vistas ao sucesso do grupo criminoso, em contrapartida ao constante recebimento de vantagens indevidas. O valor dos contratos apurados até o momento atinge o valor de R$ 4.397.966,86."
ROTINA
Na semana passada, a prefeitura de Miranda foi alvo de operação semelhante do Ministério Público. Dias antes, em 12 de setembro, o alvo foi o prefeito de Terenos, que chegou a ser preso e foi solto somente no sábado (4). Ele está usando tornozeleira eletrônica.
Desde o começo do ano, dez prefeituras entraram na mira das investigações do MP. Além de Miranda e Terenos, promotores já investigaram as prefeituras de Água Clara, Rochedo, Três Lagoas, Coxim, Sidrolândia, Nioaque e Bonito, que foi alvo pela segunda vez somente neste ano.
Em julho foi aberta investigação para apurar supostas irregularidades na contratação de empresa para prestação de serviços médicos e hospitalares nas cidades de Jardim, Nioaque e Bonito. Na época, o MPMS estimou que execução dos contratos, entre 2019 e 2024, gerou prejuízo superior a R$ 3 milhões.


