Cidades

Lei orçamentária

Orçamento para a saúde em 2023 "perde" investimento de R$ 11 milhões

Está previsto para o próximo ano investimento de R$ 1,7 bilhão para a saúde, o que totaliza 32,78% da fatia total do LOA

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A Lei Orçamentária Anual (LOA) para o próximo ano foi aprovada no valor de R$ 5.418.631.265,00 de investimento total para todas as áreas de atuação da Prefeitura de Campo Grande em 2023.

No entanto, mesmo com o aumento dos recursos, os índices de reajuste real em diversas Pastas continuam os mesmos deste ano. Entre elas, está a saúde, que teve uma queda de 0,22% da fatia do orçamento final.

Em 2022, a saúde teve um investimento de R$ 1.583.462.777,00, que corresponde a 33% do total da LOA, que foi de R$ 4.798.937.650,00. Já para 2023, a saúde terá um investimento previsto de R$ 1.776.420.940, o que totaliza 32,78% da fatia total do orçamento da Capital.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou por meio de nota que a “redução” do porcentual apresentado não reflete na redução de recursos, já que está previsto um incremento de mais de R$ 200 milhões para a área.

Entretanto, se fosse mantido a mesma quantidade porcentual de repasse para a saúde, esse incremento seria ainda maior, e o valor final do repasse ficaria em torno de R$ 1.787.420.940, aproximadamente R$ 11 milhões a mais para a Pasta.

Ainda de acordo com a Sesau, atualmente, o município aplica mais que o dobro do valor mínimo constitucional, que é de 15%, para a saúde.

“As ações e os projetos programados para o próximo ano devem ser devidamente executados”, escrevem em nota.

A secretaria também ressaltou que há previsão de aumento de investimento em recursos próprios em relação a 2022, considerando a interrupção no repasse de recursos enviados pelo Ministério da Saúde, de portarias específicas para o atendimento da pandemia da Covid-19.

Mesmo com uma “fatia” menor, a saúde foi uma das poucas Pastas que teve seu aumento previsto para o próximo ano acima da inflação.

De julho de 2021 a julho de 2022, a inflação em Campo Grande foi de 10,13%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a Pasta receberá um valor 12,27% maior em 2023 que o recebido em 2022.

Além da saúde, a educação é a outra Pasta que receberá o reajuste financeiro acima da inflação, 15,50%. As demais Pastas, como esporte e lazer, cultura e transportes, não terão repasses próximos ou acima da inflação. 

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande (CMCG), vereador Carlão (PSB), afirma que mesmo a redução porcentual pode impactar a saúde, mas uma boa gestão pode salvar o serviço.

“Mesmo com essa redução, pode ser feita uma boa gestão e a saúde não ser prejudicada, pode a saúde atender um número bom de pessoas, melhorar a qualidade. Tem de comprar mais barato os insumos e realmente fazer gestão. Mas de todo jeito é prejudicial, todo recurso que é retirado é prejudicial”, comentou o parlamentar.

Carlão ainda destaca que neste ano teve pela primeira vez a aplicação de emendas impositivas, que foram de R$ 200 mil para cada vereador, o que ajudou no aumento de 14,2% do orçamento, em relação ao ano anterior.

REPASSES ANTERIORES

Em uma retrospectiva de repasses da LOA para a Pasta da Saúde desde 2019, o valor porcentual tem sofrido oscilações e reduções. Em 2019, foram enviados R$ 1.348.384.000 para a Pasta, o que totalizava 33,64% do orçamento previsto.

Para 2020, houve uma redução de 1,22% da fatia orçamentária, que ficou em 32,42% do total da LOA. Entretanto, também houve um aumento de um pouco mais de R$ 400 mil de repasse, finalizando em R$ 1.394.957.777.

A LOA de 2021, determinou um aumento do repasse, que saltou de 32,42% para 33,39%, resultando no valor de R$ 1.553.256.600 para a saúde. A partir de 2022, o repasse volta a diminuir, junto ao relaxamento da pandemia de coronavírus.

No ano passado, o valor porcentual da fatia da LOA para a saúde voltou a diminuir, ficando em 33,0% e totalizando R$ 1.583.462.777 de repasse para o município.

Saiba: Em 2022, o setor de saúde de Campo Grande contou com um investimento de R$ 1.583.462.777,00, que corresponde a 33% do total da Lei Orçamentária Anual aprovada para a cidade neste ano, que foi de R$ 4.798.937.650,00. Já para o ano de 2023, a saúde terá um investimento previsto de R$ 1.776.420.940, o que totaliza 32,78% da fatia total do orçamento garantido para a Capital. 

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alívio

Após seca histórica, Pantanal deve ter cheia em 2025

Apesar das chuvas irregulares em MS, as precipitações MT estão mantendo o nível dos rios bem acima da média histórica em Cuiabá e Cáceres

08/02/2025 13h00

Com o nível de 1,44 alcançado neste sábado, os comboios com minério já começam a descer o Rio Paraguai com carga total

Com o nível de 1,44 alcançado neste sábado, os comboios com minério já começam a descer o Rio Paraguai com carga total

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O nível do Rio Paraguai deve continuar subindo por cerca de quatro meses, mas neste sábado (8) já amanheceu com praticamente o nível máximo que alcançou no ano passado, quando teve uma das menores cheias da história e a pior seca desde que começaram as medições, em 1900. E, por conta das chuvas constantes em Mato Grosso, em 2025 o rio tende a superar os quatro metros em Ladário e voltar a transbordar. 

Neste sábado, conforme dados coletados e divulgados diariamente pela Marinha, o nível na régua de Ladário estava em 1,44 metro, faltando apenas três centímetros para chegar ao nível máximo a que chegou em todo o ano passado.  Em 2023, ano em que o pico foi de 4,24 metros e o rio transbordou, estava nove centímetros acima disso no dia 8 de fevereiro. 

Mesmo assim, ainda está cerca de 50 centímetros abaixo do nível médio histórico para esta época do  ano, que é de 1,94 metro, conforme boletim do Serviço Geológico do Brasil divulgado na última quinta-feira.

Mas, os indicativos de que o Pantanal deve voltar a viver uma cheia, mesmo que pequena, podem ser vistos em Cuiabá e em Cáceres, em Mato Grosso.

Em Cáceres, o nível do rio está acima dos três metros desde o começo do ano, chegando aos pico de 4,54. Neste sábado amanheceu em 4,38, o que é 20 centímetros acima da média histórica para esta época do ano. 

Desde 2018, ano da última grande cheia no Pantanal, quando o pico em Ladário foi de 5,35 metros e a água inundo boa parte da planície, que o rio não tinha tanta água em Cáceres nesta época do ano. No ano passado, em nenhum dia chegou aos três metros nos dois primeiros meses do ano. 

Em Cuiabá a situação é ainda melhor. Neste sábado o nível estava em 5,12 metros. Isso é 1,32 metro acima da média história para este período do ano e 3,37 metros acima do nível em que estava no mesmo período do ano passado. 

Mas, o mais importante é que esta é a segunda vez que o nível ultrapassa a barreira dos cinco metros neste ano e desde o final de dezembro se mantém acima dos 3,5 metros. 

Em 2018, ano em que o Pantanal em MS encheu pela última vez, o nível do rio ficou acima dos quatro metros somente durante um dia em Cuiabá nos primeiros 39 dias do ano. Agora em 2025, ele esteve acima disso ao longo de 32 dias, evidenciando que tem muita água para chegar à planície pantaneira ao longo dos próximos meses. 

E o volume só não foi maior porque a hidrelétrica do Manso represou parte da água que estava a caminho do Pantanal. No começo de janeiro o nível do reservatório estava em 52%. Neste sábado, estava em 87%. Em meados de janeiro chegaram a entrar 1,8 mil metros cúbicos de água por segundo e somente 81 metros cúbicos eram liberados por segundo. 

Depois que  o lago chegou perto do seu limite, a vazão aumentou para até 279 metros cúbicos, mas a quantidade de água que entra no lago ainda é maior do que aquela que sai. No dia 1º de fevereiro, por exemplo, entraram 1.004 metros cúbicos por segundo. Porém, a vazão foi de apenas 113 metros cúbicos.

Embora atrapalhe uma possível cheia no Pantanal, o que é fundamental para o bioma, esta retenção de água ajuda a controlar o nível do rio no período de estiagem. No ano passado, quando o rio atingiu 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, o menor em 124 anos de medição, a situação só não foi pior porque em junho e julho ocorreu vazão extra na represa do Manso. 

PANTANAL DO MIRANDA

Mas, se o nível dos rios indicam que a região pantaneira que sofre influência do Rio Paraguai tende a ter cheia, o contrário ocorre na região sob influência do Rio Miranda.

Dados do Serviço Geológico do Brasil revelam que no último dia seis o nível na cidade de Miranda estava em apenas 1,43 metro. O normal para esta época seria de 4,7 metros.

Para transbordar na planície pantaneira, o nível teria de passar dos seis metros na região de Miranda. Até agora, porém, em nenhuma data chegou a atingir três metros. Para alagar o Pantanal, precisaria chover com intensidade nas regiões de Jardim, Bonito, Nioaque e Bodoquena. 

Assim como ocorreu com o Rio Paraguai, no ano passado o Miranda também enfrentou um de seus piores níveis da história, chegando a apenas 88 centímetros na cidade com o mesmo nome do rio. O nível mais baixo já registrado no local foi de 76 centímetros, em 2007. 

O Rio Aquidauana, outro importante tributário para provocar possíveis alagamentos na região pantaneira do Passo do Lontra, pólo do turismo de pesca do turismo de contemplação, está um pouco melhor, mas também abaixo daquilo que normalmente está nesta época. 

Na cidade de Aquidauana, na última quinta-feira, o nível do rio estava em 2,86 metros, sendo que o normal para esta época é de 3,71 metros. Somente quando o rio ultrapassa os sete metros é que ele entra na chamada cota de cheia, o que não ocorreu nenhuma vez na atual temporada de chuvas. 

Homicídio

Desentendimento termina em linchamento e morte em Campo Grande

Crime aconteceu durante a madrugada no bairro Danúbio Azul; vítima seria usuária de drogas e ligada a serial killer

08/02/2025 12h18

Perseguição e linchamento foram flagrados por câmera de segurança do bairro

Perseguição e linchamento foram flagrados por câmera de segurança do bairro Reprodução

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Um homem identificado como Jader Alves Correa, também conhecido como 'Nego Jader', morreu na madrugada deste sábado (8), no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande.

Jader foi vítima de um linchamento praticado por pelo menos seis pessoas, que o agrediram até a morte. As cenas de violência foram registradas por uma câmera de segurança instalada próxima ao local do crime.

De acordo com o boletim de ocorrência, comunicado pelo policial plantonista Felipe Madeira, tudo aconteceu por volta das 4 horas da manhã.

Após um desentendimento, uma forte gritaria e correria aconteceu nas ruas do bairro. Alguns instantes depois da confusão, um grande grupo de pessoas foi embora do local e deixou o corpo de Jader, já sem vida, próximo ao meio fio.

A Polícia Militar e a perícia científica foram chamadas, que contataram a morte em decorrência de múltiplas lesões na cabeça e tórax da vítima, causadas por objetos perfurantes.

Envolvimento com droga e crime

No local do crime, o padrasto da vítima relatou aos policiais que Jader era usuário de drogas e possuía várias desavenças no bairro. Entre os seis suspeitos flagrados pela câmera de segurança, é possível identificar uma mulher.

Conforme vizinhos, a moça teria gritado "vamos embora, pai, vamos embora, pai!", logo após o linchamento. A informação indicou à polícia que quem ela chamava de pai foi embora do local levando uma faca, a mesma que teria sido utilizada no crime.

No local, a perícia recolheu um capacete com manchas de sangue; uma bainha na cor preta — instrumento usado para acondicionar faca — um casaco na cor escura, também com manchas de sangue; e um aparelho celular possivelmente de propriedade de Jader.

Além da perícia técnica, também compareceram na cena do crime equipes da Policia Militar e uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até o momento, os suspeitos pelo crime ainda não foram identificados ou qualificados.

O caso foi registrado como crime de homicídio qualificado e segue em investigação pela Polícia Civil.

Confira na íntegra as imagens registradas pela câmera de segurança no bairro Danúbio Azul, apuradas pela reportagem do Correio do Estado:

 

 

Saiba

Jader Alves Correa, ou "Nego Jader", possuía ligação com o assassino em série Luiz Alves Martins Filho, também conhecido como "Nando", condenado por matar 15 pessoas.

Nego Jader também possui acusação de assassinar uma mulher identificada como Ana Cláudia Marques, junto com Nando, em 2016. Em razão desta acusação, sofreu um atentado a tiros no mesmo ano, sendo foi alvejado seis vezes. Além disso, foi esfaqueado outra vez em 2020.

Homicídios em MS

Neste ano, já foram registrados 59 vítimas de homicídio doloso em Mato Grosso do Sul, conforme dados da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

A maioria dos casos foram registrados em Campo Grande, que já tem 25 casos neste ano. Ainda conforme o levantamento, a maioria esmagadora de vítimas são homens, com 54 registros. Mulheres possuem apenas 4 registros.

Do total de vítimas, 40 são adultos, 15 jovens, 2 idosos, 1 adolescente e 1 não informado. Durante todo o ano passado, foram registrados 420 casos no estado, sendo 357 vítimas homens, 56 mulheres e 7 não informados.

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