São Paulo
Colchões Castor/FIO/Unimed/Ourinhos e Açúcar Cometa/Unimed/Catanduva entram em quadra nesta segunda-feira, às 20 horas, em Ourinhos, no interior de São Paulo, para a decisão daquele que pode ser o último Campeonato Nacional Feminino de Basquete após 12 edições realizadas. A intenção da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) é de que assim que as finais terminarem, a Liga Feminina comece a ser tirada do papel, nos moldes do Novo Basquete Brasil (NBB). "Ainda não temos o formato da Liga, mas começaremos a pensar nisso assim que o Nacional terminar", afirma José Carlos Brunoro, consultor de marketing da CBB e um dos responsáveis pela criação da Liga.
De qualquer maneira, a Liga Feminina já nascerá sob um aspecto que a difere em relação à dos homens: a CBB terá papel fundamental na criação da novo campeonato, enquanto o NBB é totalmente realizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), gerida pelos clubes. A entidade já conseguiu a aprovação, via Lei de Incentivo ao Esporte, de verba de R$ 1,2 milhão para o torneio, que pode começar em setembro.
A dificuldade é estruturar as próprias equipes - e os problemas, neste Nacional, não foram poucos. Enquanto Ourinhos promoveu grande reforma no piso de seu ginásio, o Monstrinho, onde as finais começam a ser disputadas hoje, Catanduva teve que adiar um jogo contra o rival, na fase de classificação, por causa de goteiras. Após reformas emergenciais no telhado, a direção do clube espera que o ginásio Anuar Pachá não sofra com outros vazamentos. Apesar de a CBB ter bancado hospedagem e viagens, os clubes encararam longos trajetos de ônibus.
Nesta 12ª edição, apenas oito equipes se inscreveram, sendo que apenas Botafogo e Blumenau eram "estrangeiras" no Nacional paulista. Além disso, para a ex-jogadora Hortência, agora diretora do departamento feminino, é preciso investir fortemente no repatriamento de atletas e nas divisões de base. No cenário que classifica como terra arrasada, as principais jogadoras do País dividem-se entre times da Europa e algumas, como a pivô Érika e a ala Iziane, atuam também na WNBA.
CATANDUVA TENTA EVITAR HEXA - O domínio do basquete de Ourinhos é impressionante. O time comandado pelo técnico Urubatan Paccini tentará seu 6º título nacional consecutivo. Em 2009, a equipe também se tornou campeã continental. Para chegar à decisão, Ourinhos venceu Santo André por 3 a 0.
Tão vencedoras quanto o time que defendem, a armadora Bethânia e a ala Chuca podem chegar ao primeiro lugar do pódio pela 7ª vez. As duas participaram das cinco vitoriosas campanhas ourinhenses e também ganharam o Nacional por Vasco (2001) e Santo André (1999), respectivamente. São as recordistas de títulos.
Catanduva passou pela vice-campeã Americana (também por 3 a 0) nas semifinais e tem o ataque mais eficiente da competição. A equipe de Edson Ferreto foi vice-campeã em 2007 e 3ª colocada no torneio de 2008. Um dos destaques da equipe é a pivô Gilmara Justino, 4ª melhor cestinha (média de 15,5 pontos) e nos rebotes (média de 7,5).