Cidades

dakila pesquisas

"Pai" do ET Bilu ameaça jornais após ser indagado sobre elo com a gestão Tarcísio

Folha e Globo fizeram questionamentos sobre convênio que Urandir Fernandes firmou no ano passado com a secretaria de turismo de SP

Continue lendo...

O ufólogo Urandir Fernandes de Oliveira, mais conhecido como "pai" do ET Bilu, levantou de madrugada nesta quinta-feira (2) para gravar um vídeo com ameaças contra os jornais Folha de S. Paulo e O Globo por conta de questionamentos que estavam fazendo, por e-mail, sobre a parceria que ele havia firmado no ano passado com o governo paulista de Tarcísio de Freitas. 

No vídeo pediu para que a Dakila Pesquisas fosse deixada em paz Caso contrário, traria a público o que chama de esgoto dos veículos de impresa. "Se pesquisar a capivara de alguns de vocês, dos donos e de alguns jornalistas, vai só esgoto, só lama. Então, deixam Dákila em paz se não nós é que vamos lançar alguma sujeirada de vocês", afirmou Urandir no vídeo com pouco mais de quatro minutos divulgado em suas redes sociais.

Ele se antecipou à reportagem que acabou sendo publicada nesta sexta-feira na Folha. A autora da matéria (transcrita abaixo) que tentou falar com ele sobre um convênio que havia assinado com o Governo de Tarcísio de Freitas. 

"Busquem conhecimento." Registradas por uma equipe da Record em 2010, essas palavras viraram meme e alçaram seu suposto autor, o ET Bilu, a personagem do imaginário brasileiro. A fama também alcançou o homem que ficou conhecido como "pai" do extraterrestre, Urandir Fernandes de Oliveira. Ele ganhou notoriedade entre defensores de teorias conspiratórias e fechou uma parceria com o Governo de São Paulo.

O objeto do acordo é o Caminho de Peabiru que é, oficialmente, uma rede de trilhas indígenas pré-colombianas que atravessava a América do Sul e ligava o litoral atlântico brasileiro, na região de São Vicente, em São Paulo, até os Andes, no Peru. A rota é atribuída aos povos indígenas e teria sido usada para comércio, trocas culturais e também peregrinação.

Porém, a empresa de Urandir, a Dakila Pesquisas, defende que existe uma ligação do caminho com Ratanabá, uma cidade –cuja existência não é reconhecida por arqueólogos e pesquisadores– no norte do Brasil que teria sido fundada por extraterrestres há cerca de 450 milhões de anos.

Em junho de 2024, a Dakila assinou um protocolo de intenções com a gestão de Tarcísio de Freitas, por meio da Setur (Secretaria de Turismo), que não previa repasses financeiros. Conforme divulgado na época, o objetivo era explorar o milenar caminho.

No material divulgado pelo governo paulista na ocasião do acerto, Ratanabá não é citada. Porém, algumas teorias que são tidas como controversas são descritas, como o fato de que elas atravessariam o oceano, "chegando até o Monte Nemrut, na Turquia".

No anúncio da assinatura do protocolo é divulgado que o protocolo tinha como objetivo revitalizar e mapear no território paulista como forma de fomentar o turismo da região. A parceria foi cancelada seis meses depois, no dia 30 de dezembro, em decorrência de ausência de resultados.

Em seu site e suas redes sociais, Dakila defende que a exploração da região é parte de um "ambicioso projeto com objetivo de mostrar todas as interligações, principalmente do litoral brasileiro até o coração da Amazônia/Ratanabá". "Estabelecendo um mapeamento que será verdadeiramente histórico e trará muitas novidades para a ciência mundial", diz.

Urandir e o secretário de turismo de SP (os dois à esquerda) firmaram parceria em junho do ano passado

A Dakila fez ao menos duas visitas a prefeituras do estado de São Paulo, em Cananeia e São Vicente. De acordo com a Prefeitura de São Vicente, o grupo esteve na cidade em março deste ano e se apresentou como tendo um convênio com a Secretaria de Turismo —na data , o acordo com o governo de São Paulo já tinha sido cancelado.

A gestão municipal afirma que, antes de receber a entidade, procurou a diretoria técnica do Governo de São Paulo e recebeu a informação de que, sim, a parceria existia. A gestão Tarcísio, por meio da Secretaria de Turismo, diz que, quanto "ao uso indevido da marca, a pasta adotará as medidas administrativas e legais cabíveis".

"Foi durante a visita e após a repercussão que tivemos conhecimento aprofundado sobre as críticas e controvérsias envolvendo a Dakila Pesquisas, incluindo o posicionamento da Sociedade de Arqueologia Brasileira", diz a secretaria de turismo de São Vicente, Juliana Santana.

"Não compactuamos com qualquer forma de pseudociência", completou.

Já a cidade de Cananeia diz que as ações promovidas por Dakila não contaram com apoio ou auxílio financeiro da prefeitura e que a entidade prometeu um relatório técnico gratuito que nunca chegou.

A reportagem solicitou uma entrevista com Urandir. Por meio da assessoria de imprensa, foi informada que deveria encaminhar os questionamentos por email, que seriam respondidos. A empresa confirmou que o acordo com a gestão estadual acabou em dezembro deste ano e disse que a pesquisa sobre Peabiru segue de forma independente, mas não respondeu sobre as relações que faz sobre Ratanabá.

AMEAÇAS

Na madrugada desta quinta, Urandir publicou um vídeo nas redes sociais em que critica a Folha e o jornal O Globo. Ele diz que os questionamentos encaminhados por email pela reportagem são tendenciosos e fruto de uma "reportagem paga". "Deixem Dakila em paz, quieto, se não nós vamos realmente lançar algumas sujeiradas de vocês aí, tá?"

Ao final, citou a conhecida frase do ET Bilu ao pedir que os jornais "busquem conhecimento".
'Irmão e grande amigo'

O secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Roberto Lucena, na assinatura do protocolo, em junho do ano passado, fez elogios a Urandir. "Você que é meu irmão, que é meu amigo, muito obrigado pela sua amizade." O momento foi registrado nas redes sociais da Dakila.

"É uma rota turística pouco conhecida, mas, a partir desta assinatura, o estado, por meio da secretaria de Turismo, mapearão as informações culturais e científicas a fim de criar a oferta turística e uma rota de aventura e contemplação", diz o secretário.

Lucena aparece com Urandir também na entrega de um prêmio, em julho deste ano, da Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito, na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).

Em 2020, o secretário, então deputado federal, também esteve com Urandir no encontro com Mario Frias, quando o empresário teria falado de Ratanabá —as teorias sobre a suposta cidade foram publicadas por Frias nas redes sociais. Na época, Lucena postou no Facebook sobre o encontro e não cita Ratanabá, mas diz que a reunião tratou sobre o Caminho de Peabiru.

A reportagem questionou a Secretaria de Turismo sobre a relação de Lucena com Urandir, mas não obteve retorno. A Folha apurou que a pasta considera que não pode negar ou restringir parcerias em decorrência de viés e que foi procurada pela empresa, que alegou ter ferramentas e tecnologia para o desenvolvimento da rota.

Para especialistas em arqueologia, o protocolo firmado com o governo de São Paulo trata-se uma forma de legitimar uma espécie de ecossistema criado por Urandir, apontado como propagador de pseudociência e teorias conspiratórias.

INVESTIGAÇÃO

O protocolo de intenções foi alvo de investigação por parte da deputada federal Sâmia Bômfim (PSOL-SP), que solicitou esclarecimentos ao Governo do estado de São Paulo e acionou o Ministério Público. A Promotoria arquivou o caso por não encontrar irregularidades, uma vez que a parceria não previu repasse do estado ao parceiro privado.

A atuação de Dakila não é reconhecida pela SAB (Sociedade Arqueologia Brasileira). Em um dossiê produzido pelo historiador e arqueólogo Artur Barcelos, a entidade alerta para as constantes tentativas da empresa de Urandir de obter licenças para pesquisas arqueológicas na amazônia brasileira.

"A ciência arqueológica refuta em absoluto essa tese", diz ele, que descreve que a teoria indica ainda que um povo extraterrestre chamado Muril veio há Terra e, há milhões de anos, criou a cidade de Ratanabá e os caminhos a ela conectados. Para ele, o protocolo de intenções foi uma forma do governo divulgar a empresa.

Dakila também tenta firmar parcerias em universidades. A Universidade Estadual do Amazonas havia firmado um termo de cooperação no início deste ano, mas afirma que o projeto foi cancelado. A instituição não explicou o motivo do cancelamento.

(Reportagem da Folha de S. Paulo)

CIDADES

Segunda parcela do 13º salário deve ser paga até a próxima sexta-feira

Salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia, segundo o Dieese

14/12/2025 23h00

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Continue Lendo...

A segunda parcela do décimo terceiro salário deve ser depositada a 95,3 milhões de brasileiros até a próxima sexta-feira (19). A primeira foi paga até 28 de novembro, conforme a legislação.

Um dos principais benefícios trabalhistas do país, o salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia neste ano, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em média, cada trabalhador com carteira assinada deverá receber R$ 3.512, somadas as duas parcelas.

Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Como nos últimos anos, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio e a segunda, entre 26 de maio e 6 de junho.

Quem tem direito

Segundo a Lei 4.090/1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Com isso, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro, com pagamento integral da gratificação correspondente àquele mês.

Trabalhadores em licença-maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício. No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.

Cálculo proporcional

O décimo terceiro salário só será pago integralmente a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa.

Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. A cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a um doze avos (1/12) do salário total de dezembro. Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados.

A regra que beneficia o trabalhador o prejudica no caso de excesso de faltas sem justificativa. O mês inteiro será descontado do décimo terceiro se o empregado deixar de trabalhar mais de 15 dias no mês e não justificar a ausência.

Tributação

O trabalhador deve estar atento quanto à tributação do décimo terceiro. Sobre o décimo terceiro, incide tributação de Imposto de Renda, INSS e, no caso do patrão, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela.

A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada num campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

BRASIL

Segunda parcela do décimo terceiro deve ser paga até sexta-feira

Valor extra vai beneficiar 95,3 milhões de trabalhadores e injetar R$ 369,4 bilhões na economia

14/12/2025 19h00

O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro

O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro Divulgação/ Agência Brasil

Continue Lendo...

A segunda parcela do décimo terceiro salário deve ser depositada até a próxima sexta-feira (19) para cerca de 95,3 milhões de brasileiros. O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro.

Considerado um dos principais direitos trabalhistas do país, o décimo terceiro salário deve injetar aproximadamente R$ 369,4 bilhões na economia brasileira em 2025, conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em média, cada trabalhador com carteira assinada receberá R$ 3.512, considerando a soma das duas parcelas.

O calendário de pagamento vale apenas para trabalhadores na ativa. Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tiveram o décimo terceiro antecipado, como ocorreu nos últimos anos. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio, enquanto a segunda foi liberada entre 26 de maio e 6 de junho.

Quem tem direito ao décimo terceiro

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, que instituiu a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro salário os trabalhadores com carteira assinada, aposentados e pensionistas que tenham trabalhado por pelo menos 15 dias no ano. Nesses casos, o mês em que o empregado trabalhar 15 dias ou mais é considerado como mês completo para efeito de cálculo.

Também recebem o benefício trabalhadores em licença-maternidade e aqueles afastados por doença ou acidente. Já em casos de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser pago de forma proporcional ao período trabalhado, junto com as verbas rescisórias. O direito é perdido apenas quando a demissão ocorre por justa causa.

Como é feito o cálculo

O pagamento integral do décimo terceiro é garantido a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa. Para quem atuou por menos tempo, o valor é calculado de forma proporcional: a cada mês com ao menos 15 dias trabalhados, o empregado tem direito a 1/12 do salário de dezembro.

A regra, porém, também prevê descontos. Caso o trabalhador tenha faltado mais de 15 dias no mês sem justificativa, aquele período não entra no cálculo do décimo terceiro.

Atenção à tributação

Os descontos de Imposto de Renda e contribuição ao INSS incidem apenas sobre a segunda parcela do décimo terceiro. A primeira metade do benefício é paga integralmente, sem descontos. Já o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é obrigação do empregador.

As informações sobre a tributação do décimo terceiro salário devem constar em campo específico na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

**Com Agência Brasil**

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).