Da redação
A produção de lâmpadas incandescentes está com os dias contados no Brasil. Das quatro grandes multinacionais que operavam no mercado, apenas a Osram ainda mantém fábrica no País. O produto vem sendo substituído de forma gradativa pela oferta de lâmpadas fluorescentes compactas eletrônicas (CFL, na sigla em inglês), que são bem mais caras, mas consomem menos energia, e são importadas da China.
As incandescentes ainda representam boa parte das lâmpadas de domicílio. Mas, desde o apagão de 2001, houve aumento nas lâmpadas com menor consumo de energia. Nos últimos cinco anos, as vendas de lâmpadas CFL cresceram 20% ao ano.
Hoje, o País importa cerca de 80 milhões de lâmpadas fluorescentes (não só as compactas), das quais mais de 70% vêm da China. A fabricação desse tipo de lâmpadas no Brasil seria inviável, dizem os especialistas. Para eles, é impossível competir com os cerca de 2,2 mil fabricantes chineses.
O primeiro fabricante de lâmpadas incandescentes a jogar a toalha foi a GE, que demitiu 900 pessoas e fechou sua fábrica no Rio de Janeiro em 2009. A Sylvania, que foi adquirida em 2007 pelo grupo indiano Havells, também desativou sua fábrica na capital paulista, e passou a importar o produto da China.
No próximo dia 30 de junho será a vez da Philips. A multinacional holandesa vai interromper definitivamente a produção de lâmpadas incandescentes no Brasil. A empresa vai fechar a fábrica de Capuava, em Mauá, no ABC paulista, e passará a importar o produto de filiais na Ásia, Europa e América do Norte.
O encerramento da produção de lâmpadas no País resultará na demissão de 410 metalúrgicos da unidade. A justificativa da Philips é que as lâmpadas incandescentes, que respondem por 70% da produção da fábrica, fazem parte de uma tecnologia ultrapassada. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Firmino da Silva, defende que a empresa invista em novos produtos e tecnologias para evitar o fechamento da fábrica.
Ainda resta a fábrica da Osram em Osasco, região metropolitana de São Paulo. O presidente, Roger Michaelis, observa que a empresa sempre trabalha de acordo com a legislação dos países em que está presente.
"A partir do momento em que o governo determinar o banimento das lâmpadas incandescentes, a empresa estará apta para se adequar às novas exigências", diz Michaelis.
Ele conta que, nas discussões com o governo, tem defendido que a lei entre em vigor "de forma responsável e estruturada". "Por ser um mercado muito grande, as movimentações devem ser cautelosas para que os consumidores não sejam prejudicados com aumento de custos ou problemas de abastecimento. " (Do Estadão)