Cidades

CAMPO GRANDE

Licitação fracassa e Sesau corre contra o tempo para emplacar ambulâncias

Contratação direta estava prevista para acontecer ontem, mas disputa terminou sem interessados, segundo divulgado pelo executivo nesta quarta-feira (18)

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Em publicação feita no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) desta quarta-feira (18), a contratação direta para emplacar as sete ambulâncias doadas pelo Governo Federal terminou sem empresas interessadas e “novela” continua.

Semana passada, no dia 11 de junho, o Correio do Estado reportou que as ambulâncias paradas estavam sem placas, e por isso não estavam sendo utilizadas. Porém, a prefeita Adriane Lopes (PP) teria garantido uma solução em menos de 30 dias, perto de quando encerra o contrato com a empresa mineira A & G Serviços Médicos Ltda, responsável pela locação dos veículos hospitalares ao município.

“No dia 8 de julho, com o fim do contrato, as ambulâncias doadas estarão totalmente documentadas, asseguradas e prontas para atender a população. O serviço do Samu não pode ter a qualidade reduzida. Nós conseguimos recuperar o padrão do atendimento e não vamos permitir que ele volte a ser como era antes, com falhas no socorro”, disse.

Uma semana depois, a contratação direta para emplacamento dessas ambulâncias falhou, por não apresentar interessados dentro do prazo estabelecido, que era ontem, terça-feira (17), das 09h até às 15h.

A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), requisitante da licitação, para saber se haverá possibilidade de uma nova licitação até dia 08 de julho. Em resposta, a pasta confirmou que uma nova disputa será agendada para dia 26 de junho, com abertura de propostas a partir de segunda-feira (23), "considerando a permanência de necessidade do objeto".

Bom lembrar que, o contrato com a empresa mineira iniciou-se em meados do ano passado, com duração de 12 meses e contrato avaliado em R$ 1.910.974,20. De acordo com Adriane Lopes, locar ambulâncias é mais barato do que rodar uma frota própria do município.

“Manter uma ambulância própria custa, em média, R$ 35 mil por mês. Com a locação, pagamos R$ 15.800 por unidade, já com seguro, com troca e substituição imediata, se necessário. É bem mais barato alugar do que manter uma frota própria, especialmente em uma situação emergencial como a que enfrentamos”, afirmou.

Esse aluguel de viaturas, além de colocar um equipamento novo em circulação, diminuiu os custos com manutenção, que também ficavam sob responsabilidade da A&G Serviços Médicos.

Entregues em evento no final de abril, as sete ambulâncias que seriam emplacadas nesta licitação são investimentos oriundos do Ministério da Saúde/Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sob valor de R$ 2.734.000,00. São seis Renault Master Flash AM5 do ano 2024/2025 e um Mercedes-Benz Modelo 417, também de 2024/2025.

Segundo a prefeitura, são seis ambulâncias de suporte básico e uma de suporte avançado, com o primeiro tipo de veículo equipado com torniquetes, faixas, ataduras, prancha rígida para acidente e redblock, composta por técnico de enfermagem e um condutor socorrista.

A inutilização dos veículos, oriundos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e que seguem sem placas e estacionados no pátio da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), pode acarretar a devolução das ambulâncias à União.

AUDITORIA 

Em março do ano passado, o Sistema Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) detectou uma série de irregularidades no Samu de Campo Grande.

Entre os mais graves estavam a falta de medicamento básico em todas as viaturas em operação, sistema de ar-condicionado inoperante em todas as ambulâncias, defeitos em sirenes, giroglex, mau funcionamento de lâmpadas e danos em assoalhos. Foram encontradas viaturas com compartimentos para pacientes e macas soltos, pneus carecas e freios desgastados.

Foi constatada ainda a falta de medicamentos essenciais como dopamina, lidocaína sem vasoconstritor, ketalar, lanatotosídeo C, meperidina e quelecin.

À época, a auditoria verificou viaturas sem estetoscópio infantil, esfigmomanômetro infantil, protetores para queimados ou eviscerados, bandagens triangulares, lanternas de mão e óculos de proteção.

Na ocasião, a Sesau havia dito que a falta de ambulâncias se dava justamente por falta de repasses do governo federal.

“O município, assim como a maior parte dos municípios do País, necessita da renovação de sua frota, uma vez que, conforme pactuação tripartite, o Ministério da Saúde tem por obrigação a troca da frota a cada cinco anos, além dos repasses de custeio desses veículos, que está acontecendo normalmente”, destacou a prefeitura, à época.

“Porém, quando se trata do tempo de vida útil das viaturas, esse ultrapassa os cinco anos preconizados, onerando o município em relação ao alto valor das manutenções necessárias para que continuem em circulação”, adicionou a Pasta.

“Em 2021, o Ministério da Saúde também autorizou o desfazimento de oito viaturas que já apresentavam critérios para serem enviadas a leilão. Com isso, é de responsabilidade do governo federal a reposição dessas, seja enviando veículos novos, seja realizando o repasse para que o município faça a aquisição por conta própria. Contudo, ainda não houve um retorno sobre tal situação. O último envio de viatura ocorreu em 2019”, finalizou a prefeitura na ocasião.

*Colaborou Alison Silva e Leo Ribeiro

** Matéria atualizada às 11h50 para acréscimo de informação

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Trafico

PCC escondia cocaína e maconha em carga de salgadinhos feitos em MS

Gaeco revela esquema que usava caminhão-baú com produtos industrializados em Campo Grande para transportar drogas para São Paulo

13/11/2025 21h07

Caminhão Volvo que era usado pelos traficantes

Caminhão Volvo que era usado pelos traficantes Reprodução

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Um grupo criminoso ligado à organização Primeiro Comando da Capital (PCC) usava cargas de salgadinho industrializado, produzidos em Campo Grande, para esconder drogas como maconha e cocaína.

O transporte era feito em um caminhão Volvo, ano 2007/2008, que pertencia a Kleyton de Souza Silva, traficante ligado ao PCC, que, de dentro do presídio de Aquidauana, comandava uma extensa rede de distribuição de maconha e cocaína para todas as regiões do Brasil, com foco no Estado de São Paulo. O veículo, contudo, estava em nome de Fabrício Aparecido Silva Guilherme, motorista exclusivo, que usava tal artifício para não levantar qualquer suspeita dos policiais.

O caminhão de Kleyton era do tipo baú e frequentemente viajava para o Estado de São Paulo carregado de salgadinhos de uma marca famosa, produzidos na capital de Mato Grosso do Sul, e que tinham como destino a capital paulista e cidades do interior, como São José do Rio Preto e Araçatuba.

Os investigadores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) mapearam pelo menos três fretes agenciados por Kleyton, sendo que, no último deles, Fabrício acabou preso pela Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo, em Araçatuba (SP).

Antes, contudo, em 7 de julho de 2022, houve uma entrega bem-sucedida em São José do Rio Preto (SP), de aproximadamente 200 quilos de maconha. Depois, o caminhão seguiu viagem para São Paulo (SP), onde entregou mais uma carga de maconha (a suspeita é que foram outros 200 quilos) em um lava-jato na zona norte da cidade.

Caminhão Volvo que era usado pelos traficantesPreparação de carga de maconha, em Campo Grande (MS), para ser entregue em São José do Rio Preto (SP)/Reprodução Gaeco

Nas notas fiscais, sempre havia cargas de salgadinhos — batatas fritas, salgadinhos de milho e de trigo, entre outros.

No celular de Kleyton, havia conversas entre ele e seu subordinado Fabrício. O caminhoneiro relatava como pretendia fazer um dos fretes, usando salgadinho:

“Eu tô vendo aqui se eu consigo. As cargas que têm daqui de Campo Grande pra lá são só pra São Paulo. Aí eu pego uma carga pra São Paulo mesmo, tô vendo uma carga pequena aqui de salgadinho, se o cara vai me passar, aí eu vou e passo em Birigui, pego essas caixas de som e vou direto pra Rio Preto, e lá descarrega. Daí eu sigo e deixo as caixas de som em Catanduvas, depois desço lá em São Paulo, daí carrego e venho aqui pra Campo Grande de novo”, disse o caminhoneiro.

Frete seguro

Kleyton tinha orgulho do negócio, que chamava de “frete seguro”. A carga de salgadinhos, o caminhão relativamente novo e o mesmo motorista sempre quase não levantavam suspeitas dos policiais.

“Trata o procedimento pelo nome de ‘frete seguro’, modalidade que consiste em embarcar, juntamente com a carga ilícita, mercadoria lícita e regularmente documentada (como regra, a Orcrim escolhia alimentos não perecíveis, como salgadinhos), como forma de encobrir os entorpecentes. Ou seja, o ‘frete seguro’ é arquitetado e executado com a finalidade de conferir aparente legalidade à operação, permitindo que os carregamentos atravessassem as mais diversas barreiras de fiscalização sem levantar suspeitas das forças policiais”, explicam os promotores do Gaeco.

A afirmação acima está na denúncia contra Kleyton, Fabrício e dezenas de outros integrantes da organização criminosa, que operava em grande esquema não apenas de remessa de maconha e cocaína, mas também de extorsão e violência contra pessoas que emprestavam dinheiro de Kleyton ou contra outros traficantes — como um grupo de Santa Catarina que usou os serviços de frete da quadrilha e não pagou.

A suspeita dos policiais do Gaeco é que Kleyton prestou vários serviços de transporte de maconha no fundo falso de seu caminhão-baú, até que seu motorista, Fabrício, foi preso em 22 de outubro de 2022, com 280 quilos de cocaína, na rodovia Marechal Rondon, no município de Araçatuba (SP). A droga tinha como destino a cidade de Birigui (SP).

Conforme a denúncia do Gaeco, o preço do frete variava: R$ 150 por quilo para cargas de maconha e até R$ 700 por quilo para cargas de cocaína.

Se negociado pelo preço máximo, o transporte dos 280 quilos apreendidos no interior paulista renderia R$ 196 mil à quadrilha. A carga, contudo, é avaliada em dezenas de milhões de reais.

Operação Blindagem

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul apresentou um novo pedido de prisão contra Kleyton de Souza Silva, apontado como líder da organização criminosa investigada na operação deflagrada em 14 de outubro de 2025. Mesmo já preso por condenação anterior, o Gaeco afirma que ele continuava exercendo comando de dentro do presídio de Aquidauana.

A análise do telefone celular apreendido em sua cela revelou fotografias pessoais, conversas e registros que, segundo o órgão, evidenciam que Kleyton seguia envolvido em negociações de drogas e outras práticas ilícitas, o que justificou a necessidade de reforçar a custódia preventiva.

A operação descreve uma ampla estrutura criminosa vinculada ao PCC, atuando em tráfico interestadual de drogas, remessas pelos Correios, transporte por caminhões com cargas de fachada, comércio ilegal de armas e práticas de extorsão. O relatório destaca que o grupo possuía logística complexa, com caminhões equipados com rastreadores, grande volume de entorpecentes sob sua propriedade e conexões operacionais em diversos estados.

Além de Kleyton, o Gaeco listou outros suspeitos ligados ao grupo, entre eles Sebastião Balejo de Arruda, Ênio de Andrade e Silva Filho, João Lucas Paes de Mello e Ângelo Paes Marquesan. Para esse conjunto de investigados, a promotoria solicitou apenas mandados de busca e apreensão, por ainda não haver elementos suficientes para medidas cautelares mais severas.

Executores diretos das ordens da liderança também foram identificados: Thiago Gabriel Martins da Silva, conhecido como “Especialista PCC”, aparecia como um dos mandantes de cobranças violentas. Já Osvaldo Vianna dos Santos Júnior, o “Juninho”, e Johan Fabiano Rodrigues Lescano foram apontados como responsáveis por extorsões, ameaças e deslocamentos forçados de vítimas em Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

A investigação ainda revelou um setor interno de inteligência, operado por Monique Siqueira Lopes Meireles e pelo próprio “Especialista PCC”, responsável por acessar ilegalmente dados sigilosos de vítimas e repassar informações estratégicas ao grupo.

Essa estrutura hierarquizada reforçou, na avaliação do Ministério Público, a necessidade de impedir que Kleyton continuasse exercendo liderança criminosa a partir do sistema prisional, resultando no novo pedido de prisão apresentado à Justiça.

Caminhão Volvo que era usado pelos traficantesKlayton, com a namorada, de dentro da cadeia, onde comandava o tráfico

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Cidades

Gerente de transporte é exonerado após morte de estudante de enfermagem

Com relação ao motorista do ônibus que estava com a CNH vencida, a secretária de Educação do município informou que o caso deve passar por sindicância, devido a ele ser concursado

13/11/2025 18h07

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A Prefeitura Municipal de Coxim exonerou o gerente de Transporte Escolar, Djair Bezerra Leite. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município nesta quinta-feira (13), um dia após o acidente que tirou a vida da estudante.

No caso que envolveu o servidor Cleyton Matos Campos, de 47 anos, que, segundo a secretária de Educação, Marly Nogueira, é concursado desde 2022 e estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há mais de um ano.

Segundo a Polícia Civil informou, após o acidente que resultou no atropelamento da jovem Letícia Camargo, de 25 anos, ele chegou a dizer que manuseava o celular no momento do ocorrido, mas mudou a versão em seguida.

A secretária de Educação, Marly Nogueira, admitiu que houve falha na verificação da documentação do servidor, o que culminou na exoneração de Djair, que comandava a pasta de Transporte Escolar desde 6 de janeiro de 2025.

“A pasta não averiguou, então nós tomamos as medidas cabíveis. Já instauramos um procedimento interno para apurar e responsabilizar as pessoas, porque houve uma falha”, disse.

Questionada sobre a situação do servidor que atua como motorista do ônibus escolar, a secretária informou que o município instaurou uma sindicância. Uma comissão será montada para apurar os fatos e, por enquanto, ele não será exonerado.

“Não [será exonerado]. É por isso que foi aberto o processo de sindicância, para avaliar e ver como vai ficar a situação dele”, respondeu a secretária.

Devido ao fato de ele ser concursado, segundo explicou a gestora, ele tem direito à defesa.

“Conforme formos avançando com a instauração do procedimento interno, vamos colhendo as provas, com o jurídico e com a controladoria do município”, pontuou.

Morte da Estudante


A estudante de enfermagem Letícia Camargo, de 25 anos, da  Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), morreu após ser atropelada por um ônibus escolar na manhã desta quarta-feira (12), em Coxim, região norte do Estado. O acidente aconteceu por volta das 7h, na Avenida Mato Grosso do Sul, quando a jovem seguia para o estágio.

De acordo com testemunhas, o veículo trafegava em alta velocidade no momento do atropelamento. O ônibus atingiu a estudante e colidiu contra uma árvore. Após o impacto, o ônibus ainda passou por cima da vítima.

Letícia chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao Hospital Regional Álvaro Fontoura Silva, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Coxim. Natural de Pedro Gomes, a estudante cursava o último semestre de enfermagem e estava prestes a se formar.

O motorista do ônibus também foi encaminhado ao hospital e, após atendimento, prestou depoimento à Polícia Civil, que investiga as causas do acidente, posteriormente ele foi preso em flagrante. 


Funcionário efetivo da prefeitura municipal,  Cleyton dirigia um ônibus escolar com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há mais de um ano, recusou-se a realizar o teste do bafômetro e possui antecedentes criminais por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

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