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MATO GROSSO DO SUL

Polícia Federal apura corrupção e tráfico de drogas em Ivinhema

Possível superfaturamento na compra da merenda gerou devassa na prefeitura do "mais louco do Brasil"

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A cidade de Ivinhema, distante 289 km da Capital, tem dado bastante trabalho para a Polícia Federal (PF) nos últimos 90 dias.

O principal órgão de investigação do País tem a cidade como foco de pelo menos dois inquéritos: um que apura o superfaturamento na compra de merenda escolar por parte da administração de Juliano Ferro (PSDB), que se autoproclama nas redes sociais como o prefeito “mais louco do Brasil”, e outro contra uma quadrilha de traficantes de maconha que, indiretamente, respinga nele, resultando na apreensão da casa em que Ferro mora e da caminhonete importada que ele usou durante a campanha eleitoral.

Ontem, mais um capítulo dessas investigações foi escrito. Agentes da PF realizaram diligências na prefeitura, para a qual Juliano Ferro foi reeleito no início deste mês. O objetivo foi colher mais informações em um inquérito que teve início em uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU).

Superfaturamento de merenda em ivinhema

Corrupção

O conteúdo da auditoria, publicado em primeira mão pelo Correio do Estado, revelou um superfaturamento de R$ 224.955,00 na compra de merenda para as escolas públicas com recursos federais provenientes do Fundo Nacional para a Alimentação Escolar (Fnae) – e os agentes federais pretendem comprovar in loco a informação constatada pelos auditores.

Somente na compra de carne bovina para a merenda da cidade, o superfaturamento teria sido de R$ 98,19 mil. Segundo a investigação, enquanto os supermercados da cidade cobravam em média, em 2022, R$ 33,99 por quilo da carne bovina, a prefeitura pagava a um dos fornecedores R$ 44,90/kg.

Como foram comprados 9 mil quilos de carne, o superfaturamento chegou a R$ 98 mil. Já na compra de pão francês o sobrepreço foi de R$ 61,4 mil, além de outros R$ 17,4 mil superfaturados de leite pasteurizado, R$ 15,3 mil de cenoura e R$ 12,4 mil de óleo de soja.

A mesma auditoria da CGU – e que agora serve de base para a investigação da PF – também indicou um favorecimento a uma empresa que omitiu o seu faturamento milionário para concorrer com microempresas, burlando assim o edital, o qual, segundo os auditores, já havia sido considerado muito restritivo.

Ao inspecionar os contratos da prefeitura, a CGU percebeu que a empresa C. E. G. de Matos Eireli declarou ser uma microempresa e informou ter movimentado R$ 360 mil nos documentos anexados ao processo licitatório para a contratação de merenda, realizado no início de 2022.

No entanto, a empresa auferiu em 2021 um total de R$ 1,76 milhão em receita, valor muito superior ao limite de R$ 360 mil para ser considerada uma microempresa. Além disso, em 2022, a C. E. G. de Matos Eireli obteve receitas de R$ 1,07 milhão.

“Dessa forma, a empresa obteve vantagem em relação às demais concorrentes, ao declarar seu enquadramento como microempresa”, apontam os auditores da CGU.

Tráfico

A PF também investiga uma rede de traficantes de drogas, principalmente de maconha, que tem a cidade de Ivinhema como um de seus quartéis-generais.

Já houve duas ações contra a mesma quadrilha na cidade: a Operação Lepidosiren, desencadeada no dia 8/8, e a Operação Defray, em 15/10. Em ambas, após ter sido decretada a prisão de pessoas envolvidas com a quadrilha, houve impactos na imagem do prefeito Juliano Ferro.

A casa em que ele mora foi apreendida pela Justiça em agosto. Mais recentemente, neste mês, a caminhonete que ele usava – uma Chevrolet Silverado avaliada em mais de R$ 500 mil – também foi apreendida.

Tanto a residência quanto o veículo de luxo do prefeito foram adquiridos de Luiz Carlos Honório, preso em 8/8 acusado de envolvimento com o narcotráfico. A casa, oficialmente avaliada em R$ 750 mil, foi comprada em 2021, mas até agora não havia sido definitivamente registrada em nome do prefeito, razão pela qual foi apreendida.

Já a caminhonete foi adquirida em janeiro e não havia sido quitada. À PF, o prefeito informou que deu um veículo Troller de cerca de R$ 140 mil e um cheque de R$ 380 mil que seria liquidado entre dezembro deste ano ou janeiro de 2025.

Com relação ao dinheiro para quitar esse cheque, segundo Honório, o prefeito conseguiria com a venda de rifas. Atualmente, o “mais louco do Brasil” está de fato vendendo rifas para sortear um Landau considerado relíquia.

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PREVISÃO DO TEMPO

Formação de ciclone extratropical deve trazer chuva e ventania para MS

Fim de semana será marcado por chuva forte e intensas rajadas de ventos

25/10/2024 11h00

Ciclone extratropical, indicado pela letra B, e frente fria, indicada pela curva azul

Ciclone extratropical, indicado pela letra B, e frente fria, indicada pela curva azul Foto: Divulgação

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Com a formação de um ciclone extratropical na costa brasileira na última quinta-feira (24), os planos para o fim de semana dos sul mato-grossenses devem tomar uma nova rota a partir desta sexta-feira (25) à tarde. 

De acordo com o Climatempo, apesar de a formação do ciclone ter ocorrido entre o Uruguai e o Rio Grande do sul, o fenômeno causou uma queda acentuada da pressão atmosférica e foi responsável por criar nuvens de tempestade que provocarão ventania e chuva intensa em algumas regiões do Estado nos próximos dias.

Deste modo, conforme a previsão, diversas regiões devem registrar o alerta de intensas rajadas de ventos , que podem atingir até os 50km/h com chuvas fortes, raios e granizos.

Em Campo Grande, ainda hoje, pancadas de chuva devem marcar a sexta-feira, apesar do céu aberto. No sábado e domingo, a previsão indica a chegada de uma frente fria leve na capital, com uma queda das temperaturas e pancadas de chuva que devem prolongar até o começo da semana que vem, na segunda-feira (28), acumulando 34,4mm de chuva.

Já na capital do Pantanal, em Corumbá, o mesmo cenário deve se repetir, porém com chuva mais intensa ao sábado, com nuvens e trovoados. Segundo o Climatempo, a cidade deve receber cerca de 30mm de chuva somente em um dia. Apesar do temporal, a cidade pode chegar a marcar a máxima de 39°C ainda hoje. 

Mais ao norte, em Coxim, a previsão é que o acumulado chuva de sexta à segunda-feira seja de 42mm, com chuvas mais fortes a partir de amanhã, no sábado. Contudo, apesar do temporal, não há previsão de frente fria para a região, o que significa que as temperaturas permanecerão altas, com o clima levemente abafado. 

Em Três Lagoas, a previsão segue a do restante do Estado, com chuvas em todos os dias até a próxima segunda-feira (28). No geral, a cidade deve registrar um tempo nublado, com abertura de sol à tarde e noite com pancadas de chuva. Segundo o Climatempo, a região irá receber cerca de 60mm de chuva, mas com máximas ainda altas, beirando os 36ºC.

Confira a previsão detalhada:

 

 

 

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Afastados

Alvos de operação da PF custaram mais de R$ 1,1 milhão ao TJMS em setembro

Cinco desembargadores,e um juiz foram afastados de seus cargos, e dois ex-desembargadores também estão na lista de suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção dentro do órgão; salários chegam a R$ 138 mil

25/10/2024 10h22

Marcelo Victor/Correio do Estado

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Os alvos da operação da Polícia Federal que investiga possíveis crimes de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), custaram R$ 1.175.587,41 ao Poder Judiciário do estado somente no mês de setembro.

Já o valor líquido, ou seja, o valor que os suspeitos embolsaram no mês passado, foi de R$ 954.357,20. Os números são públicos, e estão disponíveis no portal da transparência do TJMS. (Confira a tabela abaixo) 

Salários dos desembargadores

Os cinco desembargadores, que foram afastados de seus cargos na última quinta-feira (24) a pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ), custaram, juntos, R$ 831.947,11 ao Poder Judiciário. O valor líquido recebido pelos magistrados foi de R$ 672.170,21.

Quem recebeu a maior remuneração em setembro foi o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, que embolsou R$ 100.556,86 somado a uma gratificação de R$ 60 mil, totalizando R$ 160.556,86.

Na sequência, aparece o desembargador e presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins, que recebeu R$ 150.084,68 - já somada a gratificação de R$ 60 mil.

Alexandre Aguiar Bastos recebeu R$ 127.603,77 - valor que também já inclui a gratificação de R$ 60 mil.

Sideni Soncini Pimentel também recebeu gratificação, e a remuneração final foi de R$ 121.927,16.  

E por fim, Vladimir Abreu recebeu R$ 111.997,74 - já somada a gratificação, que também foi de R$ 60 mil.

Salário do Juiz

Já o juiz da primeira instância, Paulo Afonso de Oliveira, tem salário bruto de R$ 108.037,46 e recebeu gratificação de R$ 30 mil. Em setembro, considerados os descontos, o magistrado embolsou R$ 115.809,12.

Salários dos ex-desembargadores

Os ex-desembargadores Divoncir Schreiner Maran e Júlio Roberto Siqueira custaram R$ 205.602,84 ao Poder Judiciário de MS. Além dos salários, eles receberam gratificação de R$ 50 mil no mês de setembro.

Divoncir embolsou R$ 83.403,08 no mês, e Júlio R$ 82.974,00 - ambos os valores já somadas as gratificações.

Confira a tabela:

Relembre

Na última quinta-feira (24), a Polícia Federal deflagou a "Operação Ultima Ratio", que tem como objetivo investigar possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

Foram afastados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) cinco desembargadores, um juiz de primeira instância, um procurador do Ministério Público Estadual (MPE) e um conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE).

Os magistrados da alta cúpula estão suspensos de exercer suas atividades pelos próximos 180 dias, e terão que usar tornozeleira eletrônica. Além disso, estão proibidos de acessar as dependências dos órgãos públicos e de manter contato com outras pessoas investigadas.

Ao todo, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, em diversos locais, como residências de investigados e seus familiares, o prédio do TJMS, a sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o fórum e escritórios de advocacia. Além de Campo Grande, alvos são investigados em Brasília, São Paulo e Cuiabá.

Quase R$ 3 milhões em espécie

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, somente na casa de um dos investigados foram encontrados R$ 2,7 milhões em espécie, além de notas de euro e dólar.

Três anos de investigação

A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.

Saiba: A operação foi batizada de "Ultima Ratio", uma referência ao fato de a Justiça ser  o último recurso do Poder Público para parar a criminalidade.

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