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ALERTA

Polícia investiga se metanol pode ter sido a causa da morte de rapaz em MS

Jovem de 21 anos ingeriu cachaça na quarta-feira e passou o dia seguinte com dores graves e vômitos escuros, até sua morte

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Após a explosão de notificações de casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, Mato Grosso do Sul também está em alerta sobre as bebidas destiladas falsificadas após Matheus Santana Falcão, de 21 anos, morrer sob suspeita de ter ingerido uma cachaça adulterada comprada em conveniência do bairro onde morava, em Campo Grande.

Segundo consta no boletim de ocorrência da Polícia Civil, a bebida foi comprada na quarta-feira, na conveniência NaschBeer, pelo irmão da vítima, Thiago Santana Falcão, após uma tentativa frustrada de comprar no Supermercado da região, visto que o estabelecimento estava fechado. No caso, foi comprada uma cachaça, conhecida como Camelinho.

No dia seguinte, por volta das 15h, Matheus se queixou de dores e apresentou sintomas graves, como mal-estar gástrico, náuseas e vômito escurecido. É neste momento que, de acordo com a família, foi crucial para o que viria a acontecer cerca de cinco horas depois: a demora no atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“Quando chamamos o Samu, eram 16h. Chamamos quatro vezes e ele não veio. Quando foi 18h que eles chegaram para levar ele para lá”, explica Antônia Duarte, de 59 anos, tia da vítima.

Às 18h20min, Matheus chegou à Unidade de Pronto-atendimento (UPA) do Bairro Universitário e, mesmo com fortes dores, respondeu aos principais estímulos e conseguiu caminhar até a triagem, falava e estava consciente de suas ações.

Na triagem, ele relatou ter consumido bebida alcoólica no fim de semana também –whisky no sábado e cachaça no domingo. Ademais, disse que fazia uso de bebida alcoólica para dormir desde seus 19 anos.

Após seus sinais vitais serem checados, sua situação foi classificada com a cor amarela (gravidade moderada). Porém, tudo mudou em cerca de 15 minutos. Às 18h45min, Matheus apresentou um quadro de crise convulsiva, o que o fez ser transferido para a área vermelha da unidade de saúde, já inconsciente.

O jovem apresentou quadro de parada cardiorrespiratória e, por isso, foi colocado em intubação orotraqueal (procedimento médico de emergência que insere um tubo pela boca, assegurando a oxigenação, a ventilação e a proteção das vias aéreas).

Após isso, o rapaz teve algumas paradas cardiorespiratória, até sua morte ser constatada, às 19h53min.

Depois do óbito, o corpo de Matheus foi recolhido para exames necroscópicos. De acordo com a família, até a tarde de sexta-feira não houve um retorno da Polícia Civil ou Instituto Médico Legal (IML) para a liberação para velório e sepultamento.

Para análise toxicológica, amostras de sangue e urina da vítima foram encaminhadas ao Laboratório Central do Município de Campo Grande.

Obviamente, a bebida ingerida pela vítima também foi confiscada para análises complementares, já que suspeita-se de intoxicação por metanol, que, conforme previsão do governo do Estado, deve demorar até 30 dias para ficar pronto.

“Não nos ligaram e nem falaram nada, apenas disseram que estavam fazendo exame por causa desse negócio do álcool [metanol]. Nem dão satisfação, porque a pessoa que é pobre, você sabe o jeito que é, né?”, lamenta a tia de Matheus.

OUTRO LADO

A bebida que supostamente teria causado a morte do jovem foi comprada na conveniência NaschBeer, que fica localizada no Jardim Nashiville. Maria Silva, dona do estabelecimento, confirmou que a bebida foi adquirida no local, mas acredita que não há metanol na referida cachaça.

“Eu não acredito que seja metanol, porque esse Camelinho já está no mercado há muitíssimo tempo. Então assim, apresentou agora, pode ser que ele ingeriu outro tipo de bebida, pode ser que ingeriu bebida com algum outro tipo de substância”, afirma.

Após o caso se tornar público, a Secretaria-Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS) foi ao local para confiscar o lote da bebida a qual pertencia aquela ingerida por Matheus.

Sobre isso, Maria explicou que a cachaça foi fornecida por uma grande distribuidora de bebidas, parceira da conveniência há 11 anos. Além da Camelinho, uma marca de vodka do mesmo fabricante também foi confiscada, por ter chegado no mesmo carregamento que a cachaça.

“Prefiro aguardar, mas me resguardo porque tenho nota fiscal de compra. Em questão da família, é uma perda grande e eu como comerciante também fico no prejuízo, porque é o nome da minha empresa que está em jogo”, finaliza a proprietária.

A reportagem tentou entrar em contato com a distribuidora, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

PREFEITURA

Em resposta ao Correio do Estado, a Prefeitura de Campo Grande se solidarizou com a morte do jovem, mas afirmou que Matheus teve um atendimento rápido e adequado, contrariando a versão da família, que defende que houve negligência do Samu.

“O jovem recebeu atendimento imediato e adequado desde o acionamento do Samu 192, que realizou o transporte com estabilidade até a UPA, onde foi classificado como amarelo conforme o protocolo de risco. O paciente estava consciente e orientado, sendo acompanhado de perto pela equipe na unidade e, diante da piora súbita do quadro, recebeu todas as manobras de emergência previstas em protocolo”, disse o Executivo Municipal em nota.

Além disso, a prefeitura afirmou que emitiu, por meio da Coordenadoria de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-CG), um Alerta Epidemiológico sobre os casos de intoxicação por metanol relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas no País, “diante da preocupação crescente e da notificação de situações semelhantes em outros estados”.

APURAÇÃO

Segundo apurou o Correio do Estado, a Polícia Civil esteve presente em locais que podem ter bebidas adulteradas ou de pessoas que fazem essa prática ilegal. Mesmo diante da forte suspeita, a fonte afirmou que não é possível confirmar ainda a intoxicação por metanol em Matheus, visto que uma decisão precoce pode gerar grandes prejuízos ao comércio campo-grandense.

“Não é momento da gente falar sobre eventual intoxicação por metanol. Nós não sabemos do que esse rapaz morreu. É prudente aguardar o laudo, até para não causar um alarde desnecessário. Então, a gente pode causar um prejuízo ao comércio, à imagem das empresas, propagando algo que nós não sabemos ainda. Nós estamos com cautela”, explicou uma fonte.

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MANIFESTAÇÃO

Esquerda de MS vai às ruas contra PL que diminui pena de Bolsonaro

Protesto começou às 08h, no encontro da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena, e contou com a presença de políticos sul-mato-grossenses

14/12/2025 09h45

Esquerda de MS se reúne para protestar contra a PL da Dosimetria

Esquerda de MS se reúne para protestar contra a PL da Dosimetria Foto: Felipe Machado/Correio do Estado

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Contra o Projeto de Lei da Dosimetria (Projeto de Lei 2162/23), que foi aprovada na Câmara dos Deputados nesta semana e diminui pena de condenados pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro e por Golpe de Estado, a esquerda de Mato Grosso do Sul foi às ruas na manhã deste domingo (14) em Campo Grande.

Em resposta a aprovação por 291 a 148votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta a PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

BANCADA DE MS

Com o texto apresentado pelo relator da matéria, os deputados iniciaram a votação do PL às 1h36min de quarta-feira (10) e a estenderam por quase uma hora, até às 2h26min. Ao todo foram 441 votos, sendo 291 favoráveis e 148 contrários e uma abstenção.

A bancada do estado se dividiu. Metade a favor e metade contra. Foram favoráveis ao texto Beto Pereira (PSDB), Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira (os dois do PL). Os parlamentares contrários foram Camila Jara e Vander Loubet (ambos do PT) e Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende (os dois do PSDB).

TEXTO

A matéria acaba com a soma de penas e estipula que será aplicada a mais grave nos crimes de tentativa de acabar com o Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado, quando praticados no mesmo contexto. 

As regras aprovadas poderão retroagir para beneficiar o réu, desta forma os já condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) vão ter direito à revisão do total para esses dois crimes, prevalecendo a pena maior (4 a 12 anos) por tentativa de golpe de Estado. Agravantes e atenuantes ainda serão aplicáveis sobre o cálculo.

Outra mudança ocorreu na progressão de regime fechado para semiaberto. Atualmente, exceto para condenados por crimes hediondos, o réu primário obtém progressão de pena se cumprir 16% dela em regime fechado, mas o crime não pode ter sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça. 

O texto muda a Lei de Execução Penal para fazer valer os 16% de regime fechado para crimes com ou sem violência ou grave ameaça. Sem a mudança, a progressão ocorreria apenas com o cumprimento de 25% da pena pelo réu primário. Para os reincidentes, o índice de cumprimento no regime fechado passa de 30% para 20%.

O projeto aprovado permite que o estudo ou o trabalho passe a valer para reduzir a pena no caso de prisão domiciliar, como já é permitido no regime fechado.

Com o resultado favorável, possibilita que todos os condenados pela tentativa de golpe sejam beneficiados com a nova fórmula de soma de penas, entre eles o ex-presidente da República Jair Bolsonaro; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; e Alexandre Ramagem, deputado federal.

Esse grupo foi condenado a penas que variam de 16 anos a 24 anos em regime fechado pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em caráter definitivo, em 25 de novembro deste ano. Outras penas de detenção devem ser cumpridas depois daquelas de reclusão.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

SAIBA

Além do claro pedido pela queda do PL da Dosimetria, o movimento também serviu para ir contra o Marco Temporal, do qual prevê que os povos indígenas têm direito apenas às terras que ocupavam ou disputavam na data de promulgação da Constituição de 1988, o que foi colocado como inconstitucional pelo Superior Tribunal Federal (STF) em 2023. Ao todo, 25 estados estão participando do protesto na manhã deste domingo.

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ETAPA

Passe da UFMS é realizado hoje com 18 mil inscritos

As provas serão aplicadas na manhã deste domingo (14), das 8h às 13h, em 11 cidades do Estado

14/12/2025 08h00

Mais uma etapa do Passe da UFMS será realiza neste domingo (14)

Mais uma etapa do Passe da UFMS será realiza neste domingo (14) Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Programa de Avaliação Seriada Seletiva (Passe) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul será realizado na manhã deste domingo (14), com mais de 18 mil inscritos em todo o Estado interessados em ingressar no Ensino Superior.

Com característica específica voltada para alunos que estão no Ensino Médio (EM), o "Passe UFMS" é um modelo de prova que avalia o estudante desde o seu primeiro ano da última etapa da escola.

De forma cumulativa, o aluno deve se inscrever e realizar a prova durante o triênio que encerrará sua fase escolar. Então, no último ano do ensino médio, durante a inscrição da avaliação, é possível escolher o curso que deseja ingressar.

Com a soma dos pontos ao longo das três etapas, a classificação para entrar na Universidade Federal do Estado é baseada na média adquirida. A pontuação de cada uma das tapas tem pesos diferentes na somatória para formar a média geral, sendo a 3ª com maior peso.

  • Neste ano, alunos que completaram o 1º ano do ensino médio irão realizar a primeira etapa do triênio 2025-2027.
     
  • Alunos que no ano de 2025 terminaram o 2º ano do ensino médio irão realizar a segunda etapa do triênio 2024-2026.
     
  • Por fim, os que encerraram o ensino médio e saíram do 3º ano, irão realizar a terceira e última etapa do triênio 2023-2025, para no ano que vem ingressar na universidade.

As provas acontecem das 08h às 13h, no horário de Mato Grosso do Sul nas cidades de Aquidauana, Chapadão do Sul, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

Com 60 questões contemplando as quatro áreas de conhecimento, a pontuação máxima total é de 120 pontos. Cada pergunta equivale a 2 pontos, o que totaliza 30 pontos em cada área, sendo elas:

  • 15 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Ciências Humanas e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Matemática e suas Tecnologias - 30 pontos;

Cada fase aborda conteúdos que seguem a proposta curricular do respectivo ano. Além disso, as três etapas incluem uma redação dissertativo-argumentativa que soma a pontuação de cada fase e à média final ao terceiro ano.

Cronograma

  • Divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva – 16 de dezembro de 2025;
  • Período de recurso administrativo do gabarito preliminar – 17 e 18 de dezembro de 2025;
  • Divulgação do gabarito definitivo da prova objetiva e dos recursos administrativos do gabarito – 29 de dezembro de 2025;
  • Resultado preliminar da prova objetiva – 08 de janeiro de 2026;
  • Período de recurso administrativo do resultado preliminar da prova objetiva – 08 e 09 de janeiro de 2026;
  • Divulgação do resultado final – 11 de março de 2026.

*Colaborou Noysle Carvalho

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