Polícia

Milícia armada

Omertà: delegado teria recebido R$ 100 mil para ocultar provas de assassinatos

Provas ocultadas por Obara ligariam assassinatos de Ilson, Betão e Anderson a uma vingança pela morte de filho de Fahd Jamil

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O delegado Marcio Obara, ex-titular da delegacia de homicídios e atualmente na 2ª Delegacia de Polícia, teria recebido R$ 100 mil para ocultar provas sobre a morte de Ilson Figueiredo. Ele também teria obstruído as investigações de um duplo homicídio e assediado dois colegas integrantes da Operação Omertà.

A situação veio à tona durante a Operação Omertà, que deflagrou ontem (18) sua terceira fase, nomeada Armagedom, e prendeu Obara, o investigador Célio Monteiro, o ex-deputado e atual conselheiro do Tribunal de Contas, Jerson Domingos, e uma sobrinha de Jamil Name, apontado como chefe da milícia, chamada Cinthya Name.

Ilson trabalhava como segurança na Assembleia Legislativa e foi executado no dia 11 de junho de 2018 com mais de 35 tiros em seu carro, um Kia Sportage, na avenida Guaicurus. Fuzis com capacidade de perfuram blindagens foram usados para matar Ilson, que teria relação com a morte de Daniel Georges, filho de Fahd Jamil.

Ainda na cena do crime que vitimou Ilson, policiais da Homicídios encontraram um envelope nomeado como "dossiê", onde haviam cópias de conversas entre a vítima e uma pessoa identificada apenas como "Padrinho". Ali, eles trataram sobre uma reunião em que foi discutinda sua morte. Padrinho disse que não teria como reverter.

Nesses documentos, também havia citação à Alberto Aparecido Nogueira, o Betão, morto em duplo homicídio junto a Anderson Celin Gonçalves da Silva, em 2016. Ambos também teriam ligação com o caso de Daniel Georges - o corpo nunca foi encontrado, mas desaparecido desde 2011, foi declarado morto no início de 2020.

Ocultação de provas

Mesmo diante de tais provas que poderiam ligar os assassinatos de Betão, Anderson e Ilson à morte de Daniel, o delegado teria desconsiderado o documento ao fechar o inquérito policial - pelo menos dois investigadores confirmaram ao Gaeco e Garras a existência de tais provas, não anexadas à investigação já finalizada.  

Além disso, possíveis provas encontradas com Ilson, como caneta-espiã e cartões de memória, teriam sido descartadas da investigação por Obara e sequer passaram por exames periciais de praxe. Quanto aos crimes contra Betão e Anderson, a força-tarefa ainda aponta que diligências para esclarecer as mortes não foram realizadas.

Duas testemunhas, pai e filho, que chegaram a ser ouvidas por Obara, também teriam sido desconsideradas no inquérito, assim como detalhes repassados por investigadores sobre ligações telefônicas entre vítimas e possíveis pistoleiros.

Assédio a delegados da Omertà

Ainda segundo a Omertà, dois delegados do Garras e que atuam na investigação passaram e ser assediados por Obara, que inclusive se ofereceu para comandar parte dos trabalhos. Além disso, ele fez questionamentos sobre até onde a dupla iria com as apurações e se sabiam que, se continuasse, chegariam às duas organizações mais poderosas do Estado.

No caso, ele se referia à milícia armada comandada por Jamil Name e Jamil Name Filho, ambos presos no fim de 2019 e cumprindo preventiva no presídio federal de Mossoró (RN), e à Fahd Jamil, conhecido como 'rei da fronteira' e alvo de mandado de prisão também nessa terceira fase da Omertà. Porém, ele conseguiu escapar.

No mesmo pedido de prisão, consta que ele teria repassado R$ 60 mil para o investigador Célio  Monteiro, também preso, para ajudá-lo na ocultação de provas. No cumprimento da mandado, Obara foi encontrado com armamentos, entre eles um fuzil, o que motivou a decretação de mais uma prisão preventiva contra ele.

O que diz a defesa

Responsável por defender Obara, o advogado Ronaldo Franco afirma que vai impetrar ainda nesta tarde um habeas corpus pedindo a liberdade do delegado pela prisão por suposto envolvimento com a milícia armada. Já o habeas corpus referente à preventiva relacionados às armas encontradas deve ser ingressada apenas na segunda-feira (22).

"Acho que na época da morte do Betão e do Anderson o delegado nem era o Obara e estão atribuindo isso a ele. Além disso, a liberdade dele não atrapalha a investigação, já que ele saiu da Homicídios em 26 de abril de 2019 e em todo esse período que a Omertà fala ele nunca foi chamado para explicar nada", comenta Franco.

O advogado ainda argumenta que as armas encontradas com ele são herança deixadas por seu pai, que também foi delegado. Já o fuzil encontrado com ele seria uma arma cautelada, de uma apreensão em Amambai, e trazida para Campo Grande por não estar sem uso na cidade quando ele foi realizar instruções de tiro no local.  

"Já sobre esse dinheiro repassado ao Célio, foi um empréstimo que ele fez usando a herança dele, de uma conta corrente, e depois devolvida ainda. Se fosse propina não seria por transferência bancária. Além disso, a testemunha que disse saber do pagamento de R$ 100 mil para um delegado, não citou ele. Pode ser qualquer um", conclui.

ACIDENTE FATAL

Idoso morre atropelado na BR-060, saída para Sidrolândia

Vítima não portava documentos pessoais, mas havia uma pulseira de atendimento médico em seu pulso, em nome de Joaquim Alves Cordeiro

21/11/2024 08h45

BR-060

BR-060 Paulo Ribas - ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO

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Joaquim Alves Cordeiro, de 60 anos, morreu atropelado na noite desta quarta-feira (20), na BR-060, saída para Sidrolândia, zona rural de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, o idoso, que estava a pé, foi atingido por um veículo que seguia no sentido Sidrolândia-Campo Grande, na BR-060. Ao que tudo indica, o motorista fugiu sem prestar socorro.

Havia uma pulseira de atendimento médico no pulso da vítima em nome de Joaquim Alves Cordeiro e data de nascimento 8 de fevereiro de 1964. Ele não portava documentos pessoais.

O acidente aconteceu por volta das 23 horas e o óbito foi constatado às 23h28min.

Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Polícia Civil, Polícia Científica e funerária estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

O caso foi registrado como “Morte a Esclarecer” na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL).

Dados do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran) apontam que 10.548 acidentes de trânsito e 65 mortes foram registrados, neste ano, em Campo Grande.

Do total de mortes registradas neste ano, 44 são motociclistas, 8 pedestres, 6 ciclistas, 3 motoristas e 4 passageiros.

BR-060Escreva a legenda aqui

Polícia

Em 24 horas, dois morrem em confronto com a polícia

Confrontos policiais ocorreram em Bataguassu e Dourados

20/11/2024 12h00

Marcas de sangue na parede decorrente do confronto em Bataguassu

Marcas de sangue na parede decorrente do confronto em Bataguassu Portal O Cenário MS

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Dois homens, um de 32 anos e outro de 33, morreram em confronto com a Polícia Civil nas últimas 24 horas. O primeiro confronto ocorreu à tarde e o segundo à noite, nesta terça-feira (19).

Homem, de 32 anos, foi baleado e morto por policiais civis após reagir ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão, na tarde desta terça-feira (19), em Bataguassu, município localizado a 310 quilômetros de Campo Grande.

A Polícia Civil não divulgou muitos detalhes a respeito da ocorrência, apenas que o confronto ocorreu durante cumprimento de mandando de busca e apreensão.

Outro homem, de 33 anos, morreu após reagir a abordagem de policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG), na noite desta terça-feira (19), próximo ao Aeroporto de Dourados, município localizado a 229 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela mídia local, o criminoso estava sendo monitorado pela polícia por ameaçar uma família por conta de uma dívida.

Nesta noite, o autor trafegava em uma rua quando recebeu ordem de abordagem dos policiais, mas, desobedeceu, sacou a arma e disparou contra a equipe.

Para se defender, foi baleado e desarmado. Ele foi encaminhado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Na noite de segunda-feira (18), Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, responsável pelo assassinato do médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, foi baleado e morto por policiais, após resistir à prisão e tentar fugir da delegacia, em Dourados, município localizado a 229 quilômetros de Campo Grande.

ESTATÍSTICA

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que 70 pessoas morreram em confronto com agentes de Estado, de 1º de janeiro a 11 de novembro de 2024, em Mato Grosso do Sul.

Das 70 mortes,

  • 36 ocorreram em Campo Grande
  • 34 ocorreram no interior do Estado
  • 9 ocorreram em janeiro
  • 6 ocorreram em fevereiro
  • 13 ocorreram em março
  • 4 ocorreram em abril
  • 5 ocorreram em maio
  • 8 em junho
  • 2 em julho
  • 5 em agosto
  • 7 em setembro
  • 6 em outubro
  • 5 em novembro

Mortes registradas em confronto policial são classificadas como homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.

O confronto entre forças de segurança governamentais e grupos armados ocorrem em situações de abordagem policial, roubos, flagrantes de tráfico de drogas, policiamento ostensivo em bairros, entre outras ocorrências.

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