Polícia

RELACIONAMENTOS ABUSIVOS

"Pelo amor de Deus, para, a gente tem uma filha", implorou Natali, morta com 15 facadas

Delegadas frisam que quem presenciou discussão do casal em festa poderia evitar mutilação brutal, do 4º feminicídio com arma branca na Capital

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Brutalmente assassinada pelo companheiro, Cléber Corrêa Gomez, Natali Gabrieli da Silva Souza - morta com 15 facadas, na madrugada do dia 1º - poderia ter sido salva pelas testemunhas, amigos e familiares, que estavam na festa e viram toda a discussão do casal, horas antes de o rapaz de 30 anos mutilar a jovem de 19, na Rua Leopoldina de Queiroz Maia, bairro Jardim Lageado. 

Na manhã desta segunda-feira (03), as delegadas, Elaine Cristina Ishiki Benicasa [titular da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher] e Analu Lacerda Ferraz, prestaram esclarecimentos em coletiva sobre esse que é o quinto feminicídio registrado na Capital em 2023, e a quarta mulher morta a facadas neste ano.  

Registrado por volta de 05h da madrugada de sábado (1º), o autor do crime tentou se evadir do local, porém foi preso pelo Grupo de Operações Especiais (GOI) e encaminhado para interrogatório na delegacia, onde optou por exercer o direito constitucional de permanecer em silêncio. O casal tinha uma filha de um ano e quatro meses. 

Algumas testemunhas que estavam na festa, que aconteceu no local crime, já foram ouvidas, enquanto familiares da vítima ainda deverão depôr, por serem poupados durante o fim de semana devido à organização do funeral de Natali. 

Conforme as delegadas, todos eles tinham ingerido bebida alcoólica e, como apontam testemunhas, as discussões começaram ainda na frente dos convidados, motivada por ciúmes do autor que chegou a quebrar o celular da vítima.

Com boletim de ocorrência por vias de fato, contra sua ex-companheira, em seu histórico, informações preliminares apontam que Cléber e Natali mantinham um relacionamento difícil, com discussões e brigas, porém sem qualquer denúncia por parte da vítima morta brutalmente. 

Analu Ferraz faz questão de ressaltar que Cléber demonstrou muita raiva nos golpes, devido ao estado de mutilação que ficou o corpo da jovem, que levou mais de 14 facadas. A faca ainda passa por perícia, e as delegadas aguardam a emissão do laudo. 

Crime poderia ser evitado

Elaine Benicasa destaca que uma das primeiras ações, diante de feminicídios, é justamente consultar algum possível registro de boletim de ocorrência, que não foi encontrado nesse caso. 

As delegadas detalham que esses crimes só acontecem por arma branca porque "na maioria das vezes" o autor não está de posse de arma de fogo. 

 

"A faca propicia a aproximação. Então, obviamente, os crimes cometidos dentro do ambiente doméstico proporciona ao autor essa aproximação à vítima. Momentos geralmente de raiva, discussão, no interior da residência é o primeiro instrumento que encontram", expõe Benicasa. 

Ainda, a delegada comenta que uma testemunha diz que ouviu a vítima pedindo "pelo amor de Deus" para que parasse e, as conclusões da polícia é que nesse momento ele já teria desferido várias facadas contra ela, 

"Porque o próprio local e fotos do corpo percebemos que foram mais de 15 facadas, mutilando, na verdade, a vítima, o que retrata o crime de ódio que caracterizam os feminicídios, onde o autor possui ódio em razão da condição de ser mulher", pontua. 

Analu também esclarece que, iniciada a discussão, Cléber quebrou uma garrafa de cerveja na cabeça de Natali ainda dentro da casa, momento em que ele correu para a rua pedindo socorro, antes de ser brutalmente esfaqueada. 

"Testemunhas dizem que ela gritava 'pelo amor de Deus, para. A gente tem uma filha'... e ele estava com muito ódio", diz.

Ainda, Analu faz questão de rechaçar um comportamento tido como "cultural na nossa sociedade", onde as pessoas costumam dizer que em briga de marido e mulher não se mete a colher, e tendem a ficar inertes, sem agir para evitar qualquer situação. 

"Então as pessoas tendem a não agir. Acredito que, se as pessoas que estavam no local tivessem intervindo nesse tipo de situação, não teria acontecido da forma que aconteceu. Porque também, muita gente não acredita que o autor vai ter uma maldade tão grande de fazer uma barbaridade dessa", comenta a delegada. 

Por fim, elas frisam que, independentemente, não há o que justifica o crime que resulta na morte de alguém, nem mesmo a costumeira desculpa de culpar a vítima, jogando nas costas da mulher os ciúmes e descontrole que levam ao feminicídio. 

Além desse, outro caso que aconteceu na semana passada entra no mesmo prazo, de 10 dias para as medidas, e até sexta-feira serão encaminhados ao poder judiciário para que a denúncia seja oferecida, aponta a Deam. 

"É muito fácil diante de uma situação dessa e você tentar colocar a culpa na vítima, que é ele que é desequilibrada e violenta, que é ela quem briga e começou a discussão, mas só ela que foi morta, com mais de 14 facadas, e não o autor", conclui. 

 

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TRÁFICO DE DROGAS

Sogro e genro são presos com 157 quilos de crack em Hilux

Sogro era responsável pelo transporte e logística do entorpecente na cidade, já o genro atuava como batedor e olheiro

11/12/2025 11h30

Tabletes de crack

Tabletes de crack Divulgação/Polícia Civil - MS

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Sogro, 49 anos e genro, de 40 anos foram presos em flagrante transportando 157 quilos de crack, nesta quarta-feira (10), na região do Parque dos Coqueiros em Dourados, município localizado a 226 quilômetros de Campo Grande.

Tabletes de crackTabletes de crack. Foto: Polícia Civil

Um terceiro possível envolvido também foi conduzido à unidade policial e será investigado pelas autoridades.

O entorpecente estava distribuído em tabletes e acondicionado em uma Toyota Hilux. Eles foram presos por policiais civis da Seção de Investigação Geral/Núcleo Regional de Inteligência (SIG/NRI) de Dourados.

Conforme apurado pela reportagem, o sogro era responsável pelo transporte e logística do entorpecente na cidade. Já o genro atuava como batedor (escoltando a droga) e olheiro (observando a presença de forças policiais).

A ação faz parte de uma investigação contra uma organização criminosa que atua na cidade e região da fronteira, abastecendo pontos de distribuição em Dourados e região.

TRÁFICO DE DROGAS

O tráfico de drogas é um problema crescente no Brasil.

Comércio, transporte e armazenamento de cocaína, maconha, crack, LSD e haxixe são proibidos no território brasileiro, de acordo com a Lei nº 11.343/2006.

Mas, mesmo proibidos, ainda ocorrem em larga escala em Mato Grosso do Sul. O Estado é conhecido como um vasto corredor no Brasil, devido à sua extensa fronteira com outros países. Com isso, é uma das principais rotas utilizadas para a entrada de substâncias ilícitas no país. 

O tráfico resulta em diversos crimes direta e indiretamente, como furto, roubo, receptação e homicídios.

Dados divulgados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 13.130 quilos de cocaína, 502.682 quilos de maconha e 378 quilos de outras drogas foram apreendidos, entre 1º de janeiro e 11 de dezembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

As forças de segurança responsáveis em apreender entorpecentes são Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Polícia Militar (PMMS), Polícia Civil (PCMS) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

 

HOMICÍDIO E TRÁFICO

Mulher foge de violência doméstica em MG e é morta por ordem da prima em MS

Mulher encontrada morta na tarde de quarta-feira (3), na BR-262, estava cansada de apanhar do marido em Minas Gerais e veio buscar abrigo na casa da prima em MS, que a abandonou

05/12/2025 11h45

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5) Foto: Naiara Camargo

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Maria de Fátima Alves, de 40 anos, encontrada morta na tarde de quarta-feira (3) no anel viário da BR-262, saiu de Minas Gerais para Mato Grosso do Sul para fugir de violência doméstica que sofria do marido. Ela deixou três filhos no estado mineiro.

Ela veio para Campo Grande (MS), há três meses, procurar abrigo na casa da prima, que prometeu acolhê-la em sua casa, localizada no bairro Moreninhas. Mas, não foi o que aconteceu. Sua prima, de 32 anos, recusou o abrigo, pegou seus documentos por motivos ainda desconhecidos e a abandonou nas ruas.

Ela se tornou moradora de rua, passou a fazer uso exagerado de bebidas alcoólicas e foi abrigada no Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (CENTRO POP), em Campo Grande.

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)Vítima, Maria de Fátima Alves, de 40 anos

Na tarde de terça-feira (2), Maria de Fátima pegou uma bicicleta emprestada e foi buscar seus documentos na casa da prima, pois queria arrumar um emprego. De acordo com a vítima, sua prima seria uma pessoa “muito perigosa”.

Ao chegar no endereço, a prima se negou a devolver os documentos. Em seguida, Maria de Fátima foi até o quarto, abriu o guarda-roupa e flagrou diversos tabletes de cocaína dentro do móvel e, curiosa, começou a manuseá-los.

Com receio de ser denunciada, a prima repreendeu a vítima e a colocou dentro de um Hyundai HB20 com ajuda de um comparsa, de 41 anos. Em seguida, a levaram até o anel viário da BR-262, onde a executaram com um tiro na cabeça e outro no ombro. Após o crime, eles fugiram e o corpo ficou abandonado.

O titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, acredita que a vítima tenha sido morta pelo rapaz e não pela prima.

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)Prima, de 32 anos e seu comparsa, de 41 anos

“Ele assumiu que a droga era dele, mas negou a questão de ser o coautor do homicídio. Todo o tempo ele negou o homicídio e sempre confessou o tráfico de drogas. Na cabeça deles, o tráfico é mais fácil obter a liberdade.

Na tarde de quarta-feira (3), a Polícia Militar recebeu uma denúncia que havia um cadáver, às margens do anel viário da BR-262, saída para Terenos/Rochedo.

Viaturas se deslocaram até a rodovia e os militares constataram que se tratava de uma mulher, sem identificação até então. Polícia Civil e Polícia Científica estiveram no local para recolher os indícios do assassinato e retirar o corpo.

A prima, de 32 anos e seu comparsa, de 41 anos, estão presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A mulher é empresária, possui transportadoras e não tem passagens pela polícia. O homem tem passagens por tráfico de drogas.

O caso continua sendo investigado pela DHPP.

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