Manifestantes acampados em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande, têm 24 horas para desocupar a área.
A decisão foi tomada durante reunião realizada na manhã desta segunda-feira (9), entre o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira e os deputados Vander Loubet (PT), Zeca do PT e vereadores Luiza Ribeiro (PT) e Ayrton Araújo (PT).
“A gente protocolou o documento, falamos da importância que tem, que se cumpra essa decisão e ele [secretário Videira] assumiu o compromisso de cumprir essa decisão do ministro Alexandre”, afirmou Vander Loubet durante coletiva de imprensa.
Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PSL) devem retirar barracas, tendas, banheiros químicos, móveis, utensílios domésticos, geradores, palanques, equipamentos de som e caminhões de som, no máximo até às 11h desta terça-feira (9).
Caso a decisão seja desrespeitada, os objetos serão apreendidos e manifestantes responderão por crime de desobediência.
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) será o órgão responsável por forçar a desocupação e apreender os objetos.
Caso necessário, a Guarda Civil Metropolitana (GCM), Polícia Federal (PF) e Forças Armadas serão acionadas.
Conforme apurado pela reportagem do Correio do Estado, algumas tendas e barracas foram desmontadas na manhã de hoje (9). Poucas pessoas estavam no local.
Relembre
O protesto, no CMO, começou um dia após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 31 de outubro de 2022. Insatisfeitos e incrédulos com o resultado das urnas, manifestantes começaram a ocupar quartéis e estradas.
Eles pediam por intervenção militar, recontagem dos votos e diziam que a eleição poderia ter sido fraudada para dar vantagem ao petista.
Lula foi eleito com 60.345.999 votos (50,9%) e Bolsonaro 58.206.354 votos (49,1%). Em Mato Grosso do Sul, Bolsonaro ganhou com 59,49% (880.606) dos votos válidos e Lula 40,51% (559.547).
Ao todo, eles permaneceram por mais de dois meses no local. Refeições (café da manhã e almoço) eram servidas e o hino nacional era cantado a cada uma hora, no período vespertino.
Conforme apurado pelo Correio do Estado, fazendeiros, supermercados, empresários e até ex-prefeito eram os responsáveis por patrocinar o ato. Os manifestantes recebiam doações de carne, pão, água, arroz, feijão, ovos, mortadela, produtos de limpeza e outros diversos mantimentos.
Em 1º de janeiro, os manifestantes começaram a esvaziar as barracas, com o objetivo de preparar a viagem para Brasília e planejar o ataque contra os três poderes, ocorrido na tarde deste domingo (8).
Invasão em Brasília
Golpistas, vestidos de verde e amarelo, invadiram a Praça dos Três Poderes (Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional) a pauladas, pedradas e chutes, na tarde deste domingo (8). Vidros foram quebrados, janelas/portas arrombadas, paredes foram pichadas e cadeiras, mesas e outros objetos jogados ao chão.
Moradores de Mato Grosso do Sul estão entre os terroristas, como mostra vídeo feito dentro do local. Um rapaz, vestido com camiseta 'Patriota do MS', foi flagrado no segundo andar do Palácio, tentando abrir uma das portas.
A camiseta é similar a que estavam vendendo em frente ao acampamento bolsonarista do Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande.
Inclusive, na avenida Duque de Caxias, havia uma tenda com o mesmo nome 'Patriota do MS', que foi desmontada na semana passada.
Foram destruídos obras de arte, televisões, computadores, impressorasm quadros, móveis da sala da primeira-dama Janja Silva, vidraças, mesas, armários, galeria de fotos dos presidentes da República, vitrais, cadeiras e brasão da República.
Os terroristas entraram em confronto com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que revidou com bombas de efeito moral. O cavalo, pertencente a instituição, também foi atacado e saiu ferido.
O grupo de criminosos planeja a ida à Brasília há dias. Cerca de quatro mil manifestantes de todas as regiões do Brasil, alocados em 100 ônibus, desembarcaram na Capital Federal entre sábado (7) e domingo (8).
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ao menos 400 vândalos já foram presos.




