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Pontes aguarda verba do Ministério da Economia para bolsas do CNPq

Pontes aguarda verba do Ministério da Economia para bolsas do CNPq

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O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, disse que aguarda a liberação de recursos pelo Ministério da Economia para pagamento das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimentos Científico e Tecnológico (CNPq).

“Qual a solução para um problema desse? A solução vem do Ministério da Economia de se colocar um orçamento extra, com crédito e limite. Isso está na mão do Ministério da Economia, então venho pressionando há bastante tempo e tenho falado: ‘a situação vai ficar crítica em agosto, setembro’, porque nosso orçamento só chega até ali”, disse o ministro.

A declaração ocorreu durante a palestra Caminhos e o Futuro da Ciência e Tecnologia no Brasil, que abriu a 31ª Semana da Escola de Engenharia, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Com o tema Ciência, Inovação e Tecnologia, o evento reúne empresários do setor e pesquisadores para debater os desafios dos próximos anos. A programação inclui palestras e oficinas.

Por meio de nota, o Ministério da Economia informou que as solicitações de crédito orçamentário do MCTIC estão sendo avaliadas no âmbito da Junta de Execução Orçamentária, responsável pelo assessoramento direto ao Presidente da República na condução da política fiscal do governo.

Orçamento para bolsas

Pontes explicou que o orçamento destinado às bolsas do CNPq tem um déficit de mais de R$ 200 milhões do ano passado. “Já venho avisando sobre a questão do CNPQ desde o começo do ano porque isso vem do orçamento do ano passado, que tinha R$ 784 milhões, sabendo que o orçamento [necessário] para pagar as bolsas até o final do ano era de R$ 1,58 bilhão. Então, já era uma carta cantada e eu vim falando durante um tempo e chegamos a essa situação”.

Segundo o ministro, houve reestruturação de verba dentro do próprio ministério para garantia de pagamentos das bolsas por mais um mês. “Inclusive para estender um pouquinho, eu cortei projetos, cortei a parte de fomentos, R$ 82 milhões que eu tinha na parte de fomentos do CNPq transferi para as bolsas, para estender mais um mês. Até o dia 5 de outubro, eu tenho esse recurso para pagar e aí não tenha mais como fazer isso no ministério”.

Ele afirmou que a previsão de orçamento para o próximo ano inclui o valor total necessário para a garantia das bolsas, mas outras áreas terão cortes. “Pelo orçamento, as bolsas vão estar cobertas até o final do ano [que vem]. A parte de fomento perdeu bastante, aí é uma coisa que a gente vai ter de correr atrás. Dentro do orçamento do ano que vem, está prevista a carga completa para as bolsas do CNPq, o que dá um alívio. Em relação aos outros projetos, vamos ter que achar soluções”.

Investimentos

“Ciência e tecnologia não são gastos, são investimentos. Todos os países desenvolvidos investiram em ciência e tecnologia. [Se você tem] investimento em ciência e tecnologia, você tem retorno rápido, alto, garantido. É por meio da ciência e tecnologia que você traz inovações, com inovações vão trazer startups, novas empresas, novos produtos, novos serviços”, disse Pontes.

“A gente sabe que o futuro é composto de conhecimento. Os países que não cuidarem de conhecimento, vão estar muito atrás. Com tecnologia, a gente melhora a agricultura, toda a parte de segurança do país, produção, todas as áreas são favorecidas pela ciência e tecnologia”, acrescentou.

No entanto, para garantir recursos, ele afirmou que o ministério foi reconfigurado a fim de permitir a participação do setor privado. “O setor privado quando investe em tecnologia, tem mais lucro, ele consegue desenvolver melhor suas empresas, produtos e serviços. Acho que a solução passa por aí. Na dificuldade de fundos da parte pública, a gente corre atrás da participação privada”.

Campo Grande

Alerta por doenças respiratórias faz prefeitura montar plano para reduzir fila de hospitais

Município conta com 328 casos e 29 mortes deste tipo desde o início do ano

24/03/2025 18h00

UPA do Leblon, em Campo Grande

UPA do Leblon, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Com 378 casos e 29 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) desde o início do ano (segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde), a prefeitura de Campo Grande montou um plano para reduzir a superlotação dos hospitais da capital.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (24), a administração municipal destacou que além dos casos de doença respiratória, o aumento expressivo de casos de baixa complexidade e o agravamento de quadros crônicos nas unidades de saúde, fizeram com que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) esboçasse um plano sanitário de contingência.

“A secretaria está reorganizando fluxos, ampliando pontos de cuidado e orientando a população sobre a busca por atendimento adequado, a fim de garantir a assistência segura e minimizar os impactos sobre o sistema de saúde”, diz parte da nota.

A Secretaria reforça que os atendimentos continuam sendo priorizados conforme a gravidade dos casos, seguindo os protocolos de classificação de risco.

Casos leves (azul) devem buscar preferencialmente as unidades de atenção primária, para evitar sobrecarga dos serviços de emergência.

“As medidas seguirão em constante avaliação e novas ações poderão ser adotadas conforme a evolução da situação.”, destaca outro ponto do comunicado.

De acordo com o último boletim estadual de Srag, já são 934 casos da doença em 2025, além de 67 mortes desde o início do ano. Ponta Porã, Dourados, Corumbá, Ivinhema, Chapadão do Sul, Guia Lopes, Aquidauana, Camapuã, Bela Vista, Mundo Novo também estão entre as cidades que registraram mortes pela doença respiratória.

 
Medidas imediatas adotadas pela prefeitura

  • Redefinição do uso de espaços físicos e ampliação de pontos de cuidado (como áreas para hidratação, observação rápida e inalação);
  • Reorganização da equipe médica e envio da EMAC e escritório de monitoramento clínico, conforme necessidade das unidades com maior demanda;
  • Mapeamento de áreas para possível expansão temporária de leitos nas unidades de urgência;
  • Atendimento por demanda espontânea nas unidades básicas;
  • Remanejamento de pacientes entre as unidades de urgência para atendimento seguro, principalmente crianças para unidades com escala infantil 24h;
  • Avaliação de possibilidade de alta para antibioticoterapia em casa com o auxílio do Serviço de Atendimento Domiciliar aos pacientes que possuírem critérios para o serviço; 
  • Avaliação contínua e reuniões do COE (Centro de Operações de Emergência) para monitoramento da situação e decisões rápidas;
  • Orientação à população para buscar as unidades básicas de saúde em casos leves, evitando a sobrecarga das UPAS e hospitais.

*Saiba

Nesta manhã, o diretor técnico da Santa Casa de Campo Grande, Dr. William Lemos, indicou que o hospital não deve admitir mais pacientes em virtude de superlotação

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Cidades

Mãe de Vanessa pede exoneração de delegada que atendeu a filha e critica apuração da Corregedoria

Corregedoria diz que todas medidas que estavam ao alcance das policiais foram concedidas, mas a mãe da vítima afirma que áudios expuseram falhas

24/03/2025 17h44

Família de Vanessa participou de audiência pública na Câmara Municipal

Família de Vanessa participou de audiência pública na Câmara Municipal Foto: Izaias Medeiros

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Maria Magdalena Ricarte, mãe da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, assassinada pelo ex-noivo, pediu a exoneração da delegada que atendeu a filha e criticou o inquérito da Corregedoria da Polícia Civil, que chegou a apontar falhas no sistema de proteção às vítimas de violência doméstica, mas não identificou culpados pelo não cumprimento de protocolos.

O depoimento emocionado foi feito na manhã desta segunda-feira (24), durante audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, convocada paara discutir sobre a rede de atendimento às mulheres em situação de violência.

“Os áudios mostram como ela ficou decepcionada com o atendimento. Houve falha sim. A Lei Maria da Penha garante à mulher atendimento contínuo e escolta policial. Se tivessem feito a escolta como determina a lei, ela não teria morrido esfaqueada”, desabafou a mãe da vítima.

Ela se refere a áudios enviados por Vanessa a uma amiga,  onde ela narrava ter sido tratada com descaso e não ter tido apoio policial solicitado após a concessão de medida protetiva contra o ex. Vanessa morreu horas depois.

Ainda na audiência, a mãe de Vanessa diz que a filha não conseguiu atendimento e proteção e pediu a exoneração da delegada.

“Cadê o conhecimento da delegada em não convencer a vítima a voltar para a casa? Por que Vanessa não conseguiu alterar o boletim de ocorrência? A Casa da Mulher Brasileira tão grande, imponente, mas ineficaz”, concluiu.

O pai de Vanessa, Agmar Ricarte, fez um pronunciamento mais brando, mas solicitou que as delegadas peçam às vítimas para avisarem os familiares da violência que estão sofrendo.

Sobre o caso de Vanessa, a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), delegada Elaine Benicasa, afirmou que “os inquéritos administrativos ou criminais foram apurados de forma pormenorizada, juntado provas documentais e testemunhais”, e que a investigação foi apurada nos mínimos detalhes.

A delegada citou ainda o trabalho da Polícia Civil para indiciar o músico Caio Nascimento pelo feminicídio de Vanessa, incluindo na denúncia a violência doméstica e o cárcere privado.

Por fim, Elaine Benicasa disse que o momento é de olhar para trás e ver o quanto já foi feito e quantas vidas foram salvas.

“É preciso ainda olhar para o presente para nos abrirmos a eventuais dificuldades, déficits e problemas que precisam ser enfrentados”, declarou.

Assassino vira réu

Na última semana, o juiz  Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, aceitou a denúcia contra o músico Caio Cesar Nascimento Pereira, assassino da jornalista.

O Ministério Público Estadual denunciou o músico por quatro crimes e se fosse condenado ao tempo máximo em todos, a pena chegaria aos 86 anos. Mas, o juiz rejeitou parte das denúncias e agora a pena máxima não passaria dos 61 anos, em tese.

Na denúncia do MPMS, a Promotoria enquadrou Caio pelos crimes de feminicídio qualificado pelo motivo torpe e com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, violência psicológica a cárcere privado, em relação à Vanessa, e por tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil em relação ao amigo.

O juiz, no entanto, rejeitou a tentativa de homicídio contra o amigo, por considerar que ele não sofreu lesões e não haver descrição de como teria ocorrido essa tentativa.

Na imputação dos crimes de cárcere privado e violência psicológica, o juiz afirmou que o MPMS não descreveu, suficientemente, qual seria a conduta criminosa em concreto e que os pontos precisam ser esclarecidos.

Caso Vanessa

Vanessa Ricarte foi assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro, em Campo Grande.

O boletim de ocorrência foi registrado na noite de terça-feira (11) e Vanessa retornou à Deam na quarta-feira (12) à tarde para verificar o andamento do pedido da medida protetiva, que foi deferido pelo Poder Judiciário.

Conforme reportagem do Correio do Estado, a delegada informou, na ocasião, que todo o procedimento de praxe foi seguido e que a vítima recusou abrigo.

No entanto, áudios encaminhados pela vítima à uma amiga, antes de ser assassinada, revelam que ela não teve o atendimento esperado, como uma escolta policial para retirar o agressor de sua casa e ajudá-la a buscar as coisas.

Além disso, ela narrou que foi tratada com descaso e frieza.

Ao sair da Deam, já com a medida protetiva contra o ex deferida, a vítima foi com um amigo para buscar as coisas, sendo surpreendida pelo ex-noivo, que aproveitou o momento em que o amigo de Vanessa ligava para pedir ajuda a outra pessoa e a atingiu com três facadas no peito, próximo ao coração.

O amigo de Vanessa a levou para dentro de um quarto e trancou-se lá com ela, à espera de ajuda. Ele acionou a polícia nesse período, com o agressor esmurrando a porta. 

Ela chegou a ser encaminhada para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Cario foi preso ainda no local e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva no dia 14 de fevereiro e segue preso. 

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