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Por que gripes são mais frequentes no inverno?

Vírus influenza se torna mais transmissível com mudanças bruscas de temperatura e fatores comportamentais contribuem para a propagação

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Com a previsão de aproximação de uma nova frente fria em Mato Grosso do Sul a partir desta quinta-feira (22), os casos de gripe tendem a aumentar significativamente. Isso ocorre principalmente devido ao comportamento do vírus influenza, responsável pela doença, e às condições climáticas e comportamentais.

Mas por que as gripes são mais frequentes justamente no inverno? A resposta envolve uma série de fatores científicos e ambientais, incluindo as mudanças climáticas.

O papel do inverno

O vírus influenza se torna mais transmissível em baixas temperaturas. Segundo cientistas, o frio pode solidificar e tornar mais elástica a membrana externa do vírus, criando um revestimento "emborrachado" que facilita sua circulação entre as pessoas. Esse fenômeno aumenta a eficiência do contágio, fazendo com que o vírus se espalhe com mais facilidade durante o inverno.

A inalação de ar frio afeta diretamente o sistema imunológico. Um estudo publicado em 2022 no The Journal of Allergy and Clinical Immunology (O Jornal de Alergia e Imunologia Clínica) revelou que a exposição ao ar frio pode reduzir a imunidade em até 50%. A pesquisa mostrou que a redução de apenas 5ºC na temperatura dentro do nariz pode matar quase metade das células nas narinas responsáveis por combater vírus e bactérias, aumentando a vulnerabilidade a infecções.

Além do frio, a baixa umidade do ar no inverno também desempenha um papel crucial. Um estudo do National Institutes of Health (Institutos Nacionais da Saúde, dos Estados Unidos) sugere que o ar seco ajuda o vírus da gripe a permanecer infeccioso por um período maior. Com o ar menos úmido, as partículas virais ficam suspensas por mais tempo, aumentando as chances de contaminação.

Comportamento

O inverno também é marcado por mudanças nos hábitos sociais e comportamentais. As pessoas tendem a se aglomerar mais em ambientes fechados, buscando proteção contra o frio. Esse confinamento facilita a transmissão do vírus de pessoa para pessoa.

Além disso, o aumento da poluição durante o inverno pode irritar as vias respiratórias, tornando-as mais vulneráveis a infecções. Outro fator é o uso de casacos e cobertores que, após longos períodos guardados, podem estar carregados de ácaros, provocando reações alérgicas que também enfraquecem o sistema respiratório.

Mudanças climáticas

Apesar de estarmos no inverno, o Mato Grosso do Sul enfrentou uma onda de calor atípica para a estação nas últimas semanas. O fenômeno é causado por mudanças climáticas que têm intensificado as oscilações bruscas de temperatura, o que pode agravar a disseminação do vírus da gripe.

Essas variações de temperatura são cada vez mais comuns, com dias de calor anormais seguidos por quedas acentuadas na temperatura. Essas mudanças repentinas podem enfraquecer o sistema imunológico, tornando o organismo mais suscetível a infecções respiratórias, como a gripe. Além disso, as alterações climáticas também podem influenciar os padrões de circulação do vírus, tornando a previsão de surtos mais desafiadora.

Vacinação anual

Diante desse cenário, a vacinação anual contra a gripe torna-se uma medida essencial para a proteção da população. A vacina estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos específicos contra o vírus influenza, garantindo proteção caso a pessoa seja exposta ao vírus. Devido às constantes mutações do influenza, é necessário atualizar a vacina todos os anos, para que ela seja eficaz contra as cepas mais recentes.

A vacinação não só reduz o risco de contrair gripe, mas também minimiza as chances de complicações graves, como pneumonia, e a necessidade de hospitalizações. Além de ser altamente eficaz, a vacina é considerada segura e é a principal ferramenta para prevenir surtos da doença durante o inverno.

Proteção

Para reduzir o risco de contrair gripe durante o inverno, é essencial adotar algumas medidas de prevenção:

  • Vacinação anual: A vacina contra a gripe é a forma mais eficaz de prevenção, pois é atualizada anualmente para combater as cepas mais recentes do vírus.
  • Higiene: Lavar as mãos com frequência e utilizar álcool em gel ajudam a eliminar o vírus de superfícies e das mãos, evitando o contágio.
  • Ambientes arejados: Sempre que possível, manter os ambientes ventilados, mesmo nos dias frios, para reduzir a concentração de vírus no ar.
  • Hidratação e alimentação saudável: Manter o corpo hidratado e uma dieta equilibrada ajuda a fortalecer o sistema imunológico.

Casos recentes

 De acordo com o Boletim Epidemiológico de Influenza divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram notificados 5.516 casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRGA), dos quais 597 foram confirmados como influenza.

Dos casos de influenza hospitalizados, 121 (20,3%) ocorreram em crianças entre 1 e 9 anos. Em seguida, os mais hospitalizados foram os idosos com mais de 80 anos, com 90 casos (15,1).

Em relação ao número de óbitos pela doença, o quadro se inverte. Enquanto houve apenas uma morte entre crianças entre 1 e 9 anos (1,4% dos casos), 25 idosos acima de 80 anos faleceram pela influenza (36,2%).

Recentemente, o apresentador e empresário Silvio Santos faleceu em decorrência de uma broncopneumonia, causada pelo vírus da influenza H1N1.

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Cidades

Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda

O benefício de vale-natal faz parte do ACT firmado pela empresa e os trabalhadores da estatal, em 2024

05/12/2025 19h00

Foto: Emerson Nogueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

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Em crise, os Correios decidiram não renovar este ano um benefício de vale-natal de R$ 2,5 mil aos seus funcionários, valor que foi pago em 2024, após Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A empresa comunicou seus funcionários sobre o não pagamento na noite de quarta-feira. Ao mesmo tempo, a estatal espera a avaliação da equipe econômica sobre os próximos passos nas negociações com os bancos.

O benefício de vale-natal faz parte do ACT firmado pela empresa e os trabalhadores da estatal, em 2024. Ele vem sendo renovado, enquanto a atual direção negocia novos termos, mas o benefício de Natal foi cancelado em função da crise e da necessidade de cortes de custos. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Em paralelo, a empresa aguarda avaliação do Tesouro Nacional sobre o plano de recuperação, para poder voltar a negociar com os bancos um empréstimo na casa dos R$ 20 bilhões. A expectativa era de que isso fosse concluído ainda esta semana, mas o desfecho dessa análise deve ficar para a semana que vem.

Na terça-feira, o Tesouro informou à estatal que não dará aval a um empréstimo de R$ 20 bilhões caso as taxas de juros estejam acima de 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A proposta dos bancos, segundo apurou o Estadão, foi de 136% do CDI. Ou seja: com essa taxa, a proposta foi recusada, dando início a uma nova rodada de negociação.

A equipe econômica estuda uma forma de dar um fôlego de curto prazo para a companhia, para que ela não negocie com os bancos sob forte pressão. Mas o desenho dessa ajuda ainda não foi definido.

Nesta quinta-feira, 4, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se isso ocorrer com aportes do Tesouro, será dentro das regras fiscais.

Rombo bilionário

Os Correios correm para conseguir a liberação do empréstimo para lidar com uma crise financeira sem precedentes. De janeiro a setembro deste ano, a empresa teve prejuízo de R$ 6,05 bilhões, em uma combinação de queda de receitas com aumento de despesas.

Com o empréstimo, a empresa pretende quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão, além de financiar um programa de desligamento voluntário (PDV) e fazer investimentos para tentar recuperar espaço no mercado de encomendas e elaborar novas fontes de receitas.

A estatal também precisa regularizar pendências com fornecedores Isso é visto como crucial pela atual gestão para que a empresa recupere a performance no setor de entregas, a confiança de clientes e tenha aumento de receitas.

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Prefeita sanciona lei que dificulta emissão de atestado médico em Campo Grande

Lei pretende desestimular o uso indevido e fraudulento de atestado

05/12/2025 18h45

Foto: Reprodução

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A prefeita Adriane Lopes (PP) sancionou a o Projeto de Lei que endurece e dificulta o acesso a atestado médico aos pacientes da rede municipal de Saúde em Campo Grande.

O texto foi aprovado em regime de urgência e única discussão instituindo o Programa Atestado Responsável, com a finalidade de endurecer a emissão de atestados, proposta  dos vereadores Rafael Tavares e André Salineiro.

Segundo o texto aprovado, a emissão de atestados deverá ocorrer de forma criteriosa e ética, sendo prerrogativa exclusiva do médico, que decidirá sobre a necessidade e o período de afastamento do paciente.

Quando não houver justificativa médica para afastamento, poderá ser emitida apenas uma declaração de comparecimento, comprovando a presença do paciente na unidade de saúde. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não especifica sobre a apresentação deste documento para abonar  a falta no trabalho, ou seja, a empresa não tem a obrigação de pagar o salário do dia.

Conforme a lei, o programa “Atestado Responsável” tem objetivo de promover a emissão de atestados médicos de forma responsável e ética, priorizando as reais necessidades clínicas dos pacientes, contribuir para a redução da sobrecarga de atendimentos nas UPA’s e Postos de Saúde, direcionando os recursos para os casos de maior urgência e gravidade. 

Além disso, pretende desestimular o uso indevido e fraudulento de atestados para fins de justificação de ausências sem real necessidade de afastamento laboral, fortalecer a autonomia, a segurança e a responsabilidade do profissional médico na tomada de decisão clínica sobre a necessidade de afastamento do trabalho.

Conforme o texto, o intuito do programa é implementar medidas de controle, registro e transparência na emissão de atestados médicos incluindo o monitoramento da quantidade de documentos emitidos, identificação de padrões de uso e eventuais fraudes, de modo a permitir a avaliação contínua da política pública e seus ajustes futuros.

O que diz as regras da CLT?

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não especifica a declaração de comparecimento, exceto em situações específicas, prevista no Artigo 473, em que o trabalhador pode se ausentar sem prejuízo do salário para acompanhar a esposa ou companheira durante a gravidez até dois dias para consultas médicas e exames, ou para acompanhar um filho de até 6 anos em consulta médica, uma vez por ano.

Para outros tipos de consultas e exames, o abono de faltas não é previsto na lei e a aceitação do documento depende da política interna da empresa ou de acordos coletivos.

 

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