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Prefeitura de Corumbá vai administrar transporte público por 6 meses

Prefeitura de Corumbá vai administrar transporte público por 6 meses

Diário Online

20/01/2014 - 18h31
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Cansada de solicitar informações sobre a situação real do transporte público de passageiros em Corumbá à empresa que presta o serviço na cidade e não ser atendida, a Prefeitura decretou a intervenção pública municipal no serviço. Pelos próximos seis meses, o Executivo Municipal será o responsável pela administração da Viação Canarinho. Passado esse prazo, o objetivo é ter uma nova concessão regulamentando o serviço. O decreto nº 1.297 estabelecendo a intervenção foi publicado nesta segunda-feira, 20 de janeiro, no Diário Oficial do Município de Corumbá. A equipe interventora já entrou na empresa.

O lançamento de um novo processo licitatório, anunciado em 07 de janeiro pela direção da Agência Municipal de Trânsito e Transportes (Agetrat) e pela Procuradoria Geral do Município, um dia depois de um ônibus ser completamente destruído por incêndio, no bairro Jardim dos Estados, foi suspenso. “Não vamos abrir nenhum processo licitatório. Vamos nos concentrar nessa intervenção e buscar sair da situação de absoluto caos em que se encontra o transporte coletivo de Corumbá, que é uma situação praticamente de calamidade pública. Por essa razão, tomamos essa decisão”, afirmou o prefeito Paulo Duarte ao explicar, durante entrevista coletiva o que a Administração Municipal pretende ao encampar a gestão da Viação Canarinho pelos próximos 180 dias.

“Estamos fazendo essa intervenção para conhecermos a situação, vamos fazer um inventário da realidade do serviço. Só nestas primeiras horas fui informado que tem 12 ônibus parados por falta de peças; há uma parte dos funcionários, aproximadamente 15%, que ainda não recebeu os salários de dezembro. Desde às 07 horas desta segunda a comissão de intervenção está lá [na empresa] verificando a situação atual dos veículos e outras questões”, explicou o chefe do Executivo corumbaense. Comanda a comissão o analista de controle interno do Município de Corumbá, Valnei de Oliveira, que por 16 anos trabalhou na Canarinho e hoje é servidor público municipal de carreira.

Duarte afirmou que resolveu pela medida porque além de o usuário ter de conviver com a “péssima qualidade dos serviços prestados”, o sistema passou a oferecer “riscos iminentes” para a integridade física de quem precisa utilizar os ônibus pela cidade. “É uma situação de emergência, de risco iminente e vamos tomar todas as providências para sairmos dessa situação de caos”. A ideia não é simplesmente sanear a empresa e entregá-la novamente para a iniciativa privada, explicou. “Não estamos nessa para recuperar uma empresa privada e devolver para o dono. Injetar dinheiro até é possível nesse período, mas queremos conhecer a situação da empresa. Foi uma situação difícil a intervenção numa empresa deficitária ou com problemas de gestão. A Prefeitura traz para si um grande problema”, completou o prefeito.

Questionado pelo Diário Corumbaense sobre o fato de a Administração Municipal não dispor de informações sobre o serviço de transporte público de passageiros, apesar de o Município ser o detentor da concessão, Paulo Duarte afirmou que a empresa é quem deveria responder por que não repassa informações para a Prefeitura.

“Essa pergunta não deve ser feita só a mim, estou há um ano como prefeito. No segundo mês de administração abrimos processo licitatório, que durou meses, como dura um processo licitatório. Nós notificamos, intimamos. Nós não temos poder de Polícia, não vamos entrar dentro da empresa para pegar informações. A Silvana [Ricco, diretora da Agetrat] está desde o acidente tentando obter da empresa um laudo, e não conseguiu. Portanto, a Prefeitura não tem responsabilidade, teria se fosse omissa. Se tem uma coisa que a gente não foi, nessa situação, foi ser omisso. Estou trazendo para a Prefeitura um problema, seria muito mais fácil eu ficar dizendo que o problema não é meu e que a disputa está na Justiça. Tem que perguntar para a empresa por que ela não atendeu, nós encaminhamos notificações, multas. É bom lembrar que estamos em 2014, o contrato tem problema desse 2006, são oito anos e nós estamos tomando atitude, inédita e extrema, justamente pela situação de dificuldade. Não podia mais ficar nessa história de esperar a Justiça, é por conta dessa disputa interminável na Justiça que chegou à forma que chegou”, declarou. A exploração do serviço vem sendo exercida precariamente desde janeiro de 2007, por expiração de prazo contratual de concessão que se iniciou em 1º de janeiro de 1996.

Arquivo Diário
Incêndio em ônibus foi uma das razões para decretar intervenção, explicou o chefe do Executivo Municipal

Udo Faucon, gerente geral da Viação Canarinho, disse a este Diário que a empresa achou “satisfatória” a decisão da Prefeitura de Corumbá em decretar a intervenção da concessionária do serviço de transporte de passageiros e que a companhia não pensa em recorrer à Justiça para suspender o processo interventor.

“Fomos oficialmente comunicados e vamos seguir as orientações do decreto. A empresa vai acompanhar os trabalhos da comissão interventora, mas a responsabilidade passa a ser dele [do Poder Executivo Municipal], uma vez que o comando da empresa foi substituído por essa comissão. Achamos até satisfatória a iniciativa e não devemos recorrer”, completou o gerente geral.

O decreto
O decreto que estabeleceu a intervenção na Viação Canarinho determina que não será admitida alienação ou disposição de patrimônio da empresa concessionária; os atuais administradores privados ficam afastados de suas funções “diretivas”, mas não estão impedidos de acompanharem o “cotidiano administrativo da empresa”.

Determina ainda a instauração de procedimento administrativo para apuração de toda a situação. O processo deve ser aberto em até trinta dias e concluído em quatro meses. Estipula que a intervenção poderá ser revogada antes do prazo estabelecido, “desde que cessados os motivos que a determinaram”.

Segundo o decreto 1.297, ao final da intervenção, diante da conclusão do procedimento administrativo, “deverão ser apontadas as medidas necessárias para a resolução do contrato precário da concessionária, inclusive quanto a eventuais direitos indenizatórios, sem prejuízo do decreto de caducidade da concessão”.

PAIRA A DÚVIDA

No radar, volta do horário de verão é tida como improvável no curto prazo

Anteriormente adotada no mês de outubro de cada ano, medida seguia até fevereiro seguinte para reduzir pressão sobre o sistema elétrico

15/09/2024 18h00

Horário de verão foi extinto em 2019

Horário de verão foi extinto em 2019 Arquivo

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Mesmo que tenha entrado no radar, interlocutores do governo apontam - ao sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado -, que a possibilidade de volta do horário de verão é considerada improvável no curto prazo, já que o mecanismo requer um amplo planejamento prévio, inclusive com companhias aéreas.

Anteriormente adotada no mês de outubro de cada ano, até fevereiro do ano seguinte, o argumento central para um possível retorno do horário de verão é a possibilidade de redução da demanda no horário de pico e, consequentemente, a diminuição da pressão sobre o sistema elétrico, especialmente tendo em vista o cenário hidrológico desfavorável do momento, que tem levado ao acionamento de termelétricas, de custo mais elevado.

Porém, o governo já tem buscado adotar outras medidas para aumentar a confiabilidade do sistema, sem precisar imediatamente da volta do horário de verão, apontou uma fonte.

Do ponto de vista do planejamento e redução da demanda em horário de ponta, há um movimento em prol do avanço do programa Resposta da Demanda (RD) - quando grandes consumidores apresentam ofertas de redução de demanda em troca de uma remuneração. Ontem, a Aneel apresentou um novo desenho desse programa.

Fala de especialistas

O ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) Luiz Carlos Ciocchi, que deixou a instituição em maio, comenta que todos os anos o Operador costuma realizar, a pedido do governo federal, estudos sobre os benefícios, do ponto de vista elétrico, de retomar o horário de verão, atualizando os dados de acordo com a situação de cada ano.

"Nos anos anteriores, o resultado sempre foi que, do ponto de vista energético, a diferença é pequena, não vale a pena [adotar o horário de verão]", diz.

Ele cita, porém, que outros benefícios devem ser levados em consideração, como maior estímulo ao turismo.

Procurado hoje para comentar sobre estudo atualizado sobre o tema, o ONS evitou responder e indicou questionar o Ministério de Minas e Energia.

Diante de reservatórios de hidrelétricas mais baixos e temperaturas mais elevadas, que estimulam maior consumo, o preço da energia tem acelerado, em especial no fim da tarde, entre 17h e 19h - justamente no período que seria influenciado pela mudança no relógio.

Na semana passada, por exemplo, o preço spot horário da energia - tecnicamente conhecido como Preço de liquidação das diferenças (PLD) - chegou a bater os R$ 712 por megawatt-hora (MWh), às 18 horas.

Para Ciocchi, a adoção do mecanismo somente alteraria o horário do preço-teto diário, sem efetivamente provocar benefício substancial de redução de custos, porque não haveria mudança significativa na demanda de ponta.

Ele explica que o preço sobe no fim do dia justamente quando a geração solar diminui, exigindo maior produção de energia - basicamente hidrelétricas e termelétricas.

"Todos os dias, quando o sol se põe, vemos uma rampa de 20 a 25 gigawatts para cobrir; o sol se põe na hora que ele tem que se pôr, se você chama aquela hora de 5, 6 ou 7 horas da noite, pouco importa, a rampa é a mesma."

Na visão do sócio da CBIE Advisory Bruno Pascon, a retomada do horário de verão traria "alguma ajuda", mas nada significativo.

Ele lembra que a razão original do mecanismo era deslocar o pico de consumo de energia, que se dava quando as pessoas voltavam para casa e utilizavam chuveiros elétricos no início da noite. Atualmente o pico ocorre entre 14h30 e 15h30, devido ao uso de ar condicionado.

"Com essa dinâmica, o efeito do horário de verão é muito pontual", diz Ele cita que em 2018,último ano de vigência do mecanismo, o efeito de economia de energia foi de somente 0,4%.

Para o ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana, o horário de verão jamais deveria ter sido cancelado. "Diante da situação atual, de escassez de recursos hídricos, que limita a geração de energia exatamente na hora da demanda máxima, que é entre o fim da tarde e o início da noite, o horário de verão seria positivo. Não é nada excepcional, mas ajuda" argumenta.

Já o ex-diretor-geral do ONS Luiz Eduardo Barata avalia que a política do horário de verão é positiva, pois reduz a geração de termelétricas. Na direção do ONS à época em que o governo acabou com a medida, ele ressalta que foi contra o fim do adiantamento dos relógios e considera que a decisão de voltar "é política e não técnica".

"Eu não acredito que a mudança no clima [favorável para os reservatórios] vai ocorrer de forma abrupta, a nossa expectativa é contar com temperaturas altas por mais tempo", diz, em relação às propostas para a confiabilidade do sistema elétrico, incluindo o horário de versão.

Por sua vez, o presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica, Alexei Macorin, lembra que o País tem aumentado a inserção de fontes intermitentes (solar e eólica) - em que a curva de demanda não acompanha a curva de geração.

Ele também defende o horário de verão como alternativa viável para aliviar o sistema, no horário de pico de demanda.

 

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JARDIM IMÁ

Falta de iluminação pública em avenida da Capital vira alvo do Ministério Público

Reclamações ocorrem desde 2022 e moradores relatam que escuridão gera insegurança, além de pagarem taxa de iluminação mesmo sem contar com o serviço na rua

15/09/2024 17h29

Parte da Avenida Ulisses Serra não tem nem postes de iluminação, no Jardim Imá

Parte da Avenida Ulisses Serra não tem nem postes de iluminação, no Jardim Imá Reprodução / Google Street View

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou procedimento administrativo para acompanhar a adoção de políticas públicas por parte do município de Campo Grande para a prestação de serviço público de iluminação pública na Avenida Ulisses Serra, no bairro Jardim Imá.

A falta de iluminação pública na região é alvo de reclamação dos moradores há alguns anos, já havendo duas notícias de fato registradas no órgão ministerial, relatando insegurança e possível irregularidade, pois há cobrança da taxa de iluminação, mesmo sem o efetivo serviço.

A reiteração do teor das reclamações motivou a abertura do novo procedimento administrativo, que está disponível no Diário Oficial do MPMS de segunda-feira (16), 

Segundo o órgão, há a necessidade de políticas públicas referentes à iluminação pública na rua Ulisses Serra, que se situa em bairro localizado nas proximidades do aeroporto da Capital, além de ser conveniente acompanhar a implementação das mesmas.

Denúncias

Em 2022, foram registradas duas reclamações junto à Prefeitura de Campo Grande e, sem sucesso, também na ouvidoria do Ministério Público Estadual com a mesma reclamação e denunciou uma possível irregularidade na prestação do serviço, pois os moradores pagam a taxa de Contribuição de Serviço de Iluminação Pública (Cosip), mesmo não havendo postes na rua.

Uma moradora relatou que a rua Ulisses Serra é de pista dupla, separadas por canteiro central e árvores muito altas que, durante o dia, proporcionam grande cobertura e sombras, enquanto na parte da noite acabam por deixar a via ainda mais "sombria".

Isto porque não há iluminação pública e a rua fica no escuro, causando medo nos moradores e pessoas que passam pelo local, pois, ainda segundo a denúncia, ocorrem muitos roubos e furtos na região.

"Além disso, instalado na via pública encontra-se um estabelecimento de reciclagem, o qual é muito frequentado por andarilhos que coletam resíduos e despacham no local, de modo que se faz imprescindível a instalação de iluminação para fins de resguardar a segurança pública dos residentes locais", diz ainda a reclamação.

Em primeira análise, de 2022, o Ministério Público deliberou pelo arquivamento do procedimento.

Na ocasião, o promotor citou que outros procedimentos já tramitaram na Promotoria de Justiça com o mesmo objeto e a então Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação esclareceu que a necessidade do serviço de iluminação pública é determinada pelo adensamento populacional da localidade.

Com relação ao pagamento da Cosip mesmo sem contar o serviço na rua de suas casas, foi considerado que não há lesão aos consumidores, pois a legislação que permite a cobrança para o custerio foi julgada constitucional pelo Tribunal de Justiça.

"A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública não confere ao sujeito passivo da relação tributária a garantia e o direito de contar, imediata e diretamente, com iluminação pública especificamente na rua de sua casa. Tem de haver, isso sim, iluminação pública na cidade onde o sujeito passivo da relação reside. E não há dúvida, por ser público e notório, que Campo Grande dispõe de iluminação pública", disse o promotor, na ocasião.

"Sem maiores delongas, a verdade é que no município e no Jardim Imá há iluminação pública, havendo ausência desse serviço apenas em alguns pontos do referido bairro, o que se mostra insuficiente, dada a natureza da contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, para acusar lesão a direito", acrescentou, afirmando que o fato não configura lesão aos direitos dos consumidores.

Desta forma, a notícia de fato foi arquivada.

Outra denúncia, do mesmo teor, foi feita em 2023, na ouvidoria do MPMS, onde a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) foi oficiada para adotar medidas visando solucionar a demanda.

Segundo a moradora, equipe chegou a ir até o local para supostamente realizar a instalação, mas como não há postes, informaram que seria feito um comunicado para a concessionária de energia elétrica, a Energisa, mas não houve mais retorno 

Assim, a mesma moradora realizou nova denúncia que motivou a abertura do novo procedimento.

 

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