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Douradensses "desperdiçam" milhares de vacinas contra dengue

Aplicação, que deveria ter acabado dia 30 de abril, foi prorrogada para o dia 19 de maio, três dias antes do fim do prazo de validade das 150 mil doses. Mais de 60 mil estão sobrando

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Das 150 mil doses da vacina contra a dengue disponibilizadas gratuitamente para Dourados, apenas 76.414, ou 50,9% haviam sido aplicadas até esta segunda-feira (13), conforme dados disponibilizadas pela prefeitura da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. Somando as pouco mais de 9 mil da segunda dose, o percentual sobe para 57,1% e a validade do medicamento acaba na próxima semana. 

Inicialmente, o prazo para aplicação da primeira dose estava previsto para acabar no dia 30 de abril, mas foi prorrogado para o dia 19 de maio, o próximo domingo. Por conta da baixa procura, os douradenses estão desperdiçando cerca de 64 mil vacinas disponibilizadas aos moradores que têm entre 4 e 59 anos. 

Inédito no mundo, o programa começou no dia 3 de janeiro e para atingir a imunização é necessário que a pessoa tome a segunda dose 90 dias depois da primeira, o que havia sido feito por 9.266 pessoas até esta segunda-feira em Dourados. 

Por enquanto, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura de Dourados, não existe a possibilidade de nova prorrogação do prazo. E uma das prováveis explicações é que a validade das vacinas acaba no próximo dia 22, conforme informação repassadas no final de janeiro ao Correio do Estado pelo infectologista Júlio Croda, da Fiocruz. 

Mas apesar de as doses estarem no limite do prazo de validade, a assessoria da prefeitura de Dourados diz que nenhuma dose será descartada. “Não existe essa possibilidade. A priori, nossos estoques já são para atender DOSES 1 e DOSES 2”, limitou-se a informar o setor de comunicação social da administração municipal. 

No início do programa, porém, foi anunciado que seriam 150 mil doses para a primeira dose e o mesmo volume para a segunda etapa, com novo prazo e validade. Além disso, como deixou claro o infectologista da Fiocruz, a primeira remessa não pode ser utilizadas depois do dia 22. E, a assessoria da prefeitura não informou se ocorreu algum remanejamento das vacinas com algum outro município para evitar o descarte. 

Segundo Júlio Croda, é justamente na eficácia que está um dos principais diferenciais da vacina contra a dengue. Enquanto outras protegem durante seis meses ou um ano, a Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, protege por até quatro anos e meio.  

NEGACIONISMO

Edvan Marcelo Marques, gerente do Núcleo de Imunização da Sems (Secretaria Municipal de Saúde), reconhece que a meta não foi atingida e e ele atribui isso “a várias situações. Inclusive vivenciamos desde 2016 uma onda de baixa cobertura vacinal como um todo, e isso também reflete na vacinação contra a dengue. Com a campanha da gripe,  que é a campanha mais tradicional que temos, acontece o mesmo”, lembra ele.

No ano passado, 42 pessoas morreram vítimas da dengue em Mato Grosso do Sul e justamente por conta da gravidade da situação é que Dourados foi escolhida para servir como uma espécie de laboratório dos pesquisadores. 

Neste ano, até agora, 18 óbitos foram confirmados em Mato Grosso do Sul, sendo um deles em Dourados, de uma criança de sete anos, conforme dados divulgado na semana passada. 

A quantidade de casos suspeitos no Estado já chega 17.141, sendo que 419 foram registrados em Dourados, que está em 64º no ranking estadual da incidência. Em todo o ano passado, o Estado registrou 41 mil casos suspeitos. 

Com 1,5 mil notificações e cinco mortes no ano passado, Dourados foi a primeira cidade do mundo com a aplicação gratuita da Qdenga. Em laboratórios, a dose custa em torno de R$ 450,00.

Espaço

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Eles detectaram impressões digitais químicas de gases.

17/04/2025 23h00

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena Divulgação

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Em uma descoberta potencialmente marcante, cientistas que utilizam o Telescópio Espacial James Webb obtiveram o que consideram os mais fortes sinais de possível existência de vida além do sistema solar, detectando na atmosfera de um planeta alienígena as impressões digitais químicas de gases que na Terra são produzidos apenas por processos biológicos.Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígenaCientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Os dois gases -- sulfeto de dimetila e dissulfeto de dimetila -- envolvidos nas observações do planeta denominado K2-18 b pelo Webb são gerados na Terra por organismos vivos, principalmente vida microbiana, como o fitoplâncton marinho.

Isso sugere que o planeta pode estar repleto de vida microbiana, disseram os pesquisadores. Eles enfatizam, no entanto, que não estão anunciando a descoberta de organismos vivos, mas sim de uma possível bioassinatura - indicador de um processo biológico -- e que os resultados devem ser vistos com cautela, sendo necessárias mais observações.

Os cientistas manifestaram entusiasmo, no entanto. Esses são os primeiros indícios de um mundo alienígena que pode ser habitado, disse o astrofísico Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, principal autor do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.

""Este é um momento transformador na busca por vida além do sistema solar, em que demonstramos que é possível detectar bioassinaturas em planetas potencialmente habitáveis com as instalações atuais. Entramos na era da astrobiologia observacional", afirmou Madhusudhan.

Ele observou que há vários esforços em andamento na busca de sinais de vida no sistema solar, incluindo suposições de ambientes que podem ser propícios à vida em lugares como Marte, Vênus e diversas luas geladas.

K2-18 b é 8,6 vezes mais maciço que a Terra e tem diâmetro cerca de 2,6 vezes maior que o do nosso planeta.

Ele orbita na "zona habitável" -- distância em que a água líquida, um ingrediente fundamental para a vida, pode existir em uma superfície planetária -- em torno de uma estrela anã vermelha menor e menos luminosa que o nosso Sol, localizada a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, 9,5 trilhões de quilômetros. Outro planeta também foi identificado orbitando essa estrela.

Mundo oceânico

Cerca de 5.800 planetas além do nosso sistema solar, chamados exoplanetas, foram descobertos desde a década de 1990. Os cientistas levantaram a hipótese da existência de exoplanetas cobertos por um oceano de água líquida habitável por microorganismos e com atmosfera rica em hidrogênio -- os chamados mundos oceânicos.

Observações anteriores do Webb, que foi lançado em 2021 e entrou em operação em 2022, identificaram metano e dióxido de carbono na atmosfera do K2-18 b, primeira vez que moléculas à base de carbono foram descobertas na atmosfera de um exoplaneta na zona habitável de uma estrela.

"O único cenário que atualmente explica todos os dados obtidos até agora pelo JWST (James Webb Space Telescope), incluindo as observações passadas e presentes, é aquele em que o K2-18 b é um mundo oceânico repleto de vida", disse Madhusudhan. "No entanto, precisamos estar abertos e continuar explorando outros cenários."

Madhusudhan disse que com os mundos oceânicos, se existirem, "estamos falando de vida microbiana, possivelmente como a que vemos nos oceanos da Terra".

A hipótese é que seus oceanos sejam mais quentes do que os da Terra. Questionado sobre possíveis organismos multicelulares ou até mesmo vida inteligente, Madhusudhan disse: "Não poderemos responder a essa pergunta neste estágio. A suposição básica é de vida microbiana simples".

O DMS e o DMDS, ambos da mesma família química, são considerados como importantes bioassinaturas de exoplanetas. O Webb descobriu que um ou outro, ou possivelmente ambos, estavam presentes na atmosfera do planeta com um nível de confiança de 99,7%, o que significa que ainda há chance de 0,3% de a observação ser um acaso estatístico.

Os gases foram detectados em concentrações atmosféricas de mais de 10 partes por milhão por volume.

"Para referência, isso é milhares de vezes mais do que suas concentrações na atmosfera da Terra e não pode ser explicado sem atividade biológica com base no conhecimento existente", afirmou Madhusudhan.

Cientistas que não participaram do estudo aconselham cautela.

"Os dados ricos do K2-18 b o tornam um mundo tentador", disse Christopher Glein, cientista principal da Divisão de Ciências Espaciais do Southwest Research Institute, no Texas.

"Esses dados mais recentes são uma contribuição valiosa para nossa compreensão. Entretanto, devemos ter muito cuidado para testar os dados da forma mais completa possível. Estou ansioso para ver trabalhos adicionais e independentes sobre a análise de dados, que começarão já na próxima semana."

*(Reportagem adicional de Stuart McDill)

Guerra

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia em conversa entre Lavrov e Rubio

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, abordaram os esforços para encerrar o conflito na Ucrânia

17/04/2025 20h00

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia

Rússia e EUA discutem proposta de paz para Ucrânia Divulgação

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Em conversa telefônica nesta quinta-feira, 17, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, abordaram os esforços para encerrar o conflito na Ucrânia, com Washington apresentando uma proposta de paz e Moscou mantendo sua disposição ao diálogo, segundo comunicados oficiais de ambos os países.

O Ministério das Relações Exteriores russo informou que Rubio, que está em Paris para discussões com aliados europeus e ucranianos, detalhou a Lavrov seus recentes contatos diplomáticos. O ministro russo "reafirmou a disposição de Moscou em continuar o trabalho conjunto com os colegas americanos para eliminar de forma confiável as causas fundamentais da crise ucraniana", segundo a nota da Rússia.

Do lado americano, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que Rubio apresentou a Lavrov a mesma proposta de paz discutida com europeus e ucranianos. "O presidente Donald Trump e os EUA querem que esta guerra termine, e apresentaram a todas as partes os contornos de uma paz duradoura e sustentável", declarou.

A nota americana destacou a "recepção encorajadora" à proposta em Paris, sugerindo abertura das partes para negociações. Enquanto isso, o comunicado russo enfatizou o acordo em manter "comunicação ativa", especialmente antes das próximas reuniões diplomáticas previstas para a semana que vem.

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