Com 35,1 quilômetros recapeados entre 2024 e 2025, a Prefeitura de Campo Grande está finalizando um programa para recuperar a malha viária de um novo grupo de ruas e avenidas da Capital no próximo ano.
Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, a intenção é de resolver o problema dos buracos nas vias pavimentadas da cidade.
O Programa de Recuperação Funcional do Pavimento começou no ano passado e já atuou em trechos críticos, como na Avenida Ernesto Geisel.
“Nós temos muito asfalto envelhecido comprometido na cidade de Campo Grande, e não tem outra forma de resolver esse problema, inclusive diminuindo a quantidade de tapa buraco, que não seja por meio dessa recuperação funcional do pavimento. E por que recuperação funcional do pavimento? Porque nós vamos focar em realmente restaurar a capa asfáltica, porque uma grande parte das ruas de Campo Grande tem problema estrutural e nós queremos realmente fazer uma revitalização por meio de um contrato continuado, que foi o que nós fizemos no ano passado, um piloto, e deu muito certo, nós conseguimos recapear várias ruas de Campo Grande, em vários bairros, nessa modelagem”, relembrou Miglioli.
“A ideia é a gente fazer os contratos de prestação de serviço na parte de aplicação e fazer um contrato de fornecimento de massa [asfáltica] por meio do consórcio, que tem uma usina, e aí a gente pode montar um cronograma de recuperação funcional continuado, ou seja, todo mês a gente faz um pouco. A gente acredita que, com uma agenda dessa, possa realmente dar uma resposta melhor, recurso próprio também”, explicou o secretário.
Conforme Miglioli, uma das prioridades para os pacotes deste ano e do ano que vem será a Avenida Mascarenhas de Moraes, localizada na região norte de Campo Grande.
“Algumas obras estruturantes são mais caras, obras que envolvem mais uma parte de estrutura de pavimento, uma parte de drenagem, aí a gente cria os contratos específicos, como é o caso, por exemplo, da Mascarenhas de Moraes. Ali, a gente tem de fazer um projeto específico separado, porque é uma obra que tem uma parte de infraestrutura muito mais pesada, ela é uma prioridade nossa. Em termos de obras estruturantes, ela é a nossa prioridade número um”, declarou o secretário ao Correio do Estado.
A previsão é de que esse programa, que ainda está em construção, tenha cerca de R$ 45 milhões de investimentos, que devem ser de recursos próprios e de parcerias com outros entes públicos, como o governo do Estado.
“Num primeiro momento, a intenção nossa, na parte de aplicação, é de fazer contratos na casa de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões por região para aplicação, e o contrato de massa nós vamos fazendo ele de acordo com a necessidade e a disponibilidade financeira, então, deve girar aí uma licitação em torno de R$ 45 milhões”, avalia Miglioli.
TAPA BURACO
Segundo o secretário, a intenção é de que, com essas recuperações das vias pavimentadas Campo Grande, o serviço de tapa buraco seja menos necessário, entretanto, ele afirma que o programa não pode ser abandonado.
“Na agenda de [vias] pavimentadas nós só temos um caminho, que é realmente criar um programa de recapeamento ou recuperação funcional do pavimento, e é por isso que nós estamos construindo esse programa. Hoje existe um consenso de todos que realmente Campo Grande precisa passar por um grande programa de recuperação funcional do pavimento, não dá mais para sobreviver em cima de tapa buraco”, afirmou.
“O tapa-buraco é um mal necessário, e nós vimos isso agora, nesse período de chuva deste ano, porque o tapa-buraco sempre foi serviço muito marginalizado no sentido até negativo, só que é um mal necessário. Nesse período de chuva, que nós ficamos sem fazer o tapa-buraco porque, realmente, na chuva ele é comprometido, nós quase colocamos a cidade em colapso, então, Campo Grande não consegue conviver sem o tapa-buraco, mas não é a solução, a solução é a recuperação, só que aí depende de recurso e de bons programas”, completou Miglioli.
RECURSOS
O secretário ainda afirma que para conseguir esses R$ 45 milhões para pôr em prática o programa, a prefeitura deverá “bater à porta” de outras entidades públicas, como o governo do Estado e a bancada federal em Brasília (DF).
“Campo Grande precisa de parceria, nós vamos buscar o governo do Estado, nós vamos buscar a bancada federal, vamos buscar recurso federal. Uma vez estando com o programa ativo, nós vamos buscar parceria onde for possível para que a gente possa ter êxito nesse programa, e eu acredito muito nele, porque existe realmente um reconhecimento por parte de todos que Campo Grande precisa urgentemente de um programa desses”, declarou o secretário.
JÁ ENTREGUE
De acordo com a Sisep, entre 2024 e 2025, dos 35,1 km de recapeamentos entregues em Campo Grande, 12,7 km foram feitos por meio da secretaria. O programa beneficiou, ao todo, 20 trechos de vias da Capital.
Foram recapeadas as seguintes vias: Avenida Tancredo Neves, Avenida Ezequiel Ferreira Lima, Rua Campo Nobre, Avenida Souza Lima, Avenida Pedro Paulo Soares de Oliveira, Avenida Marginal Bálsamo, Rua Camocim, Rua Anacá, Rua Palmácia, Rua Minas Novas, Rua Ariti, Rua Jerônimo Paes Benjamin, Avenida Ernesto Geisel (as duas pistas, entre a Avenida Mato Grosso e Shopping Norte Sul), Rua 15 de Novembro, Rua Eduardo Santos Pereira e Rua Caconde.
Talvez o trecho de maior impacto tenha sido a Avenida Ernesto Geisel, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Antônio Maria Coelho, onde foram investidos cerca de R$ 2,5 milhões de recursos próprios para recuperar um trecho que estava em situação crítica.
A avenida também recebeu recapeamento em outro trecho, entre a Avenida Afonso Pena e o Shopping Norte Sul Plaza, totalizando 1,5 quilômetro ao longo de cada margem do Córrego Segredo e do Rio Anhanduí.
Esse trecho da obra foi feita pela empreiteira AR Pavimentação e Sinalização, pelo valor de R$ 5.180.249,98, conforme licitação.
Além dessas obras feitas pelo município, a concessionária de abastecimento e tratamento de água de Campo Grande, a Águas Guariroba, também realizou o serviço de recapeamento em vias que sofreram algum tipo de serviço na rede.
Ao todo, foram 13 km revitalizados pela concessionária nas seguintes vias de Campo Grande: Rua Américo Carlos da Costa (3 trechos), Rua Santa Adélia, Rua São Cosme e Damião (3 trechos), Rua Aristóteles (2 trechos), Avenida Tiradentes (3 trechos), Rua Sebastião Lima (3 trechos), Rua da Liberdade (4 trechos), Rua 15 de Novembro (3 trechos), Rua 25 de Dezembro, Rua João Pedro de Souza (4 trechos), Rua Rio Negro e Avenida Centáurea (2 trechos).




