Abandonadas há quase um ano, as obras do Corredor de Transporte Coletivo Sudoeste, na Avenida Marechal Deodoro, seguem sem previsão de retomada e conclusão. O projeto, lançado em 2012 e financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, tinha como objetivo garantir melhorias para a Copa do Mundo do Brasil, em 2014.
Apesar da Capital não ter sido escolhida como sede do mundial, durante a gestão de Nelsinho Trad (PSD), o município recebeu o aporte de R$ 180 milhões do PAC Mobilidade Urbana para implantação de três corredores exclusivos para o transporte coletivo; construção de quatro terminais; reforma e ampliação do Terminal Morenão; construção de estações de embarque pré-pago; e modernização do Centro de Operação e Controle de Transporte Coletivo e Coordenação Semafórica.
As obras na Avenida Marechal Deodoro são o último braço do Corredor Sudoeste, que fará a ligação do terminal Aero Rancho ao centro da cidade, passando pelo Terminal Bandeirantes.
De acordo com o Portal Mais Obras da prefeitura da Capital, a previsão inicial de conclusão do corredor era neste mês. As obras inicialmente orçadas em R$ 13 milhões já tiveram R$ 7 milhões empregados no projeto.
IMPASSE NO CONTRATO
A retomada das obras no corredor da Avenida Marechal Deodoro depende de um impasse contratual. A empreiteira Engepar Engenharia – ganhadora da licitação – pediu à Prefeitura de Campo Grande o reequilíbrio no contrato, em razão do encarecimento do preço dos materiais usados no projeto.
Ao Correio do Estado, o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, afirmou que o pedido permanece em análise e que não há previsão para as obras serem retomadas.
“Estamos analisando o pedido da empresa responsável pelas obras. A empreiteira Engepar solicitou o reequilíbrio financeiro no contrato e, por ora, as obras continuam com todas as frentes paralisadas”, disse Fiorese.
Conforme o secretário, a Sisep pretende deliberar sobre o pedido da empreiteira de reequilíbrio do contrato ainda neste ano. A reportagem entrou em contato com a prefeitura da Capital e com a Engepar para questionar o acréscimo de valores que foram pedidos à secretaria, no entanto, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.
CORREDORES
O projeto do corredor de ônibus na Avenida Marechal Deodoro prevê a implantação de 1,1 km de drenagem e a execução de 5,5 km de recapeamento.
O corredor também terá quatro estações de pré-embarque, que serão implantadas na faixa exclusiva, entre as ruas Tabira e Visconde de Suassuna, entre a Avenida Panambi Vera e a Rua Guaraí e entre as ruas Roney Paim Malheiros e Tenente Antônio João Ribeiro. A última estação será entre as ruas Eduardo Contar e Túlio Alves Quito.
Iniciada há seis anos, além das obras no corredor de transporte coletivo da Avenida Marechal Deodoro, os trabalhos nos corredores da Avenida Bandeirantes e da Rua Bahia também estão parados.
Conforme Fiorese, no caso das construções na Avenida Bandeirantes e na Rua Bahia, a implantação dos terminais de embarque/desembarque deve ser relicitada, mas ainda não há prazo para que isso aconteça.
Os corredores de transporte estão previstos no Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana, e o investimento corresponde à implantação de quase 69 quilômetros de faixas exclusivas, o que reduzirá em até 20% o tempo de viagem dos ônibus, tanto centro/bairro quanto bairro/centro.
A redução do tempo de viagem é possível porque a velocidade média dos ônibus aumenta de 16 km/h para 25 km/h.
Os ônibus vão circular em faixa exclusiva e terão trânsito livre, com semáforos funcionando de forma sincronizada nos cruzamentos onde haverá estações de pré-embarque.
Entretanto, dos corredores previstos, apenas o da Avenida Brilhante está finalizado e operando. Vale ressaltar que a prefeitura entregaria o corredor da Rui Barbosa em setembro, mas voltou atrás e adiou para o mês de dezembro.
O motivo do atraso, segundo a prefeitura da Capital, seria a mitigação de impactos ao comércio da região, que abrange mais de sete quilômetros de asfalto entre a Avenida Fernando Corrêa da Costa e a Avenida Rachid Neder.
Saiba: Em 2012, a gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad (PSD) foi responsável por viabilizar 10 projetos do Ministério das Cidades para a Capital. À época, o aporte foi de R$ 456,6 milhões em investimentos nas áreas de saneamento básico, mobilidade urbana, urbanização de vales de córregos e habitação.
O maior valor foi destinado para as obras de mobilidade urbana, que totalizaram R$ 180 milhões, sendo R$ 56 milhões do governo federal e R$ 114 milhões em recursos de financiamento.




