O valor da tarifa técnica do transporte coletivo de Campo Grande será de R$ 5,80.
O valor foi aprovado nesta quinta-feira (19), em reunião entre a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande e representantes do Consórcio Guaicurus.
A reunião foi marcada para apresentar os cálculos referentes ao reajuste da tarifa de ônibus.
Ontem, em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul (TRT/MS), a Agereg apresentou já havia anunciado que o valor da tarifa técnica deveria ser de R$ 5,80.
A tarifa técnica representa o valor que é cobrado do público mais o subsídio (verba pública) que é repassado para o concessionário.
Dessa forma, o valor a ser efetivamente cobrado dos passageiros ainda não foi definido.
Segundo o diretor-presidente, Odilon de Oliveira Júnior, a decisão quanto ao valor cabe à prefeitura.
Conforme ele, a decisão da prefeitura deve ser baseada levando em conta os aportes que o Município e o Estado irão dar para o Consórcio Guaicurus neste ano.
No ano passado, prefeitura e governo subsidiaram a gratuidade dos estudantes das redes municipal e estadual, respectivamente.
O diretor executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Strengali, afirmou, no início da reunião, que a tarifa técnica deveria ser de R$ 7,80.
Ele alega que, desde 2016, há queda no número de usuários do transporte coletivo e que, em 2018, foi feito um alerta para a prefeitura sobre esta queda continua, além do aumento de custos, o que geraria defasagem e contas "que não fecham".
Ele afirma que para o transporte se manter, corrigir o desequilíbrio econômico e renovar a frota, o valor necessário é o de R$ 7,80 na tarifa técnica.
Strengali cobrou ainda que seja feita a revisão tarifária, prevista em contrato para ser feita a cada sete anos, mas que ainda não foi realizada.
No entanto, durante a reunião, houve acordo e a tarifa técnica foi aprovada nos R$ 5,80.
Atualmente, a tarifa cobrada dos passageiros é de R$ 4,40.
Impasse e paralisação
A indefinição do valor da tarifa do transporte coletivo para este ano também tem causado impasse entre o Consórcio Guaicurus e motoristas.
Isto porque os motoristas cobram reajuste salarial, enquanto o Consórcio afirma que, para negociar, é necessário que a prefeitura defina o valor da passagem.
Aindefinição do reajuste salarial que provocou a paralisação desta quarta-feira (18), e é esta mesma indefinição que pode fazer com que o sistema de transporte pare, em uma greve, na semana que vem.
Para que o Consórcio considere um reajuste, o desembargador e vice-presidente do TRT, Tomás Bawden, propôs aos motoristas um aumento de 10%, sendo 8% retroativo a novembro, e reajustes de 1% nos meses de maio e setembro.
Novas paralisações só vão poder ser realizadas a partir de sábado (21), respeitando todos os mandamentos da lei de greve, como, por exemplo, o mínimo para garantir a circulação da frota.
A porcentagem não foi definida, já que a Prefeitura pediu 90% da frota circulando, mas o sindicato informou que deixará apenas 30%.