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Riedel adere a projeto da anistia para o 8 de janeiro, pauta de Jair Bolsonaro

Governador de Mato Grosso do Sul diz acreditar que Congresso Nacional "tem obrigação de votar a matéria, considerando-a inclusive como um passo imprescindível para a pacificação do país"

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), na véspera da manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela anistia aos envolvidos na depredação e invasão da sede dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, decidiu apoiar o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.

Para se manifestar favorável ao projeto, Eduardo Riedel publicou nas redes sociais uma foto ao lado de líderes de outros partidos, como a senadora Tereza Cristina (PP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

O projeto da anistia tem recrudescido a radicalização da política no Brasil, justamente porque perdoa de punição não apenas quem participou das manifestações de 8 de janeiro, mas todos que tenham participado de manifestações até 30 de outubro de 2022 e mais: anistia os que financiaram, organizaram ou apoiaram as manifestações. Esta é a brecha para livrar Jair Bolsonaro, que é réu por tramar um golpe de Estado.

Eduardo Riedel fala em questão “humanitária” e em rever a “dosimetria das penas”. Mas o projeto vai muito além e perdoa todos os envolvidos. “Não dá para errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar excessos cometidos naquele momento com excessos no atual momento.”

A postagem de Riedel era tudo o que pessoas ligadas ao ponto da direita mais radicalizado, chamado de extrema direita e liderado por Jair Bolsonaro, queriam. Parlamentares e até ativistas de grupos como o Endireita MS foram aos comentários comemorar. Também houve quem reprovasse o posicionamento.

No PT, os deputados estadual Zeca do PT e federal Vander Loubet se manifestaram contra a anistia para os envolvidos nas manifestações enquadradas como ato de uma tentativa de golpe de Estado.

Em 2022, em Mato Grosso do Sul, Jair Bolsonaro se posicionou a favor do então candidato Capitão Contar (PRTB), movimento que gerou adesão da esquerda sul-mato-grossense à candidatura de Eduardo Riedel e levou a esquerda para dentro de seu governo.

O Correio do Estado apurou que, ao longo desta semana, houve um empenho de Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina, além de Jair Bolsonaro, para aumentar a pressão pelo projeto da anistia aos envolvidos em todos os atos pós-eleição de 2022, incluindo o 8 de janeiro.

O objetivo seria fortalecer os bastidores não apenas da manifestação de Bolsonaro marcada para este domingo (6), na Avenida Paulista, mas também pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta, a pautar o projeto.

Mesmo dentro do PSDB, os entusiastas da anistia enfrentam dificuldades. Em Mato Grosso do Sul, seria 2 a 1 contra: Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira resistem, e só Beto Pereira tem simpatia pela anistia.

A expectativa do campo da direita ligado a Jair Bolsonaro é que o apoio de governadores reverta alguns votos.

A publicação foi feita cerca de 12 horas antes da execução do ato convocado pela ala bolsonarista para hoje (06), na Avenida Paulista, em São Paulo, para o qual Eduardo Ridel foi convidado pelo próprio Bolsonaro durante entrevista a uma rádio de Campo Grande, nesta quarta-feira (2).

Essa passeata que acontece neste domingo (06) tem objetivo de pressionar parlamentares a votarem a favor da anistia aos envolvidos nos crimes do ato de 8 de janeiro de 2023.

"O governador está convidado a comparecer, o Riedel, vai ser muito bem recebido se puder comparecer", disse Bolsonaro na ocasião. 

Com esse posicionamento, Riedel reconsidera a condenação feita por ele próprio aos atos de vandalismo e depredação do patrimônio, que classificou como "inaceitáveis" à época. 

MS a favor da anistia

Eduardo Riedel está longe de ser o primeiro político sul-mato-grossense a defender os projetos que buscam aos envolvidos nos ataques de 08 de janeiro de 2023.

Na última convocação de Jair Bolsonaro para ato em prol da anistia, que aconteceu no Rio de Janeiro - e que o próprio ex-presidente reconheceu o esvaziamento -, a Senadora Tereza Cristina (PP-MS) já havia se manifestado em apoio. 

Tereza Cristina afirmou que visitou o presídio e viu “muitas injustiças”: "Após o 8 de Janeiro, visitei os presídios e vi muita gente injustiçada. Continuo contra julgamentos políticos e penas excessivas. Passou da hora de pacificarmos o país”. 

Antes dela, até mesmo o parlamentar sul-mato-grossense que já defendeu voto impresso, Dr. Luiz Ovando (PP), fez uma fala relativizando os ataques de 08 de janeiro durante uma visita à Câmara Municipal de Campo Grande, defendendo a visão de anistia manifestada por Hugo Motta. 

Novo presidente da Câmara dos Deputados, cerca de uma semana após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta foi questionado do projeto que já foi pautado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em 2024, que prevê anistia aos vândalos já condenados pelos ataques marcados em oito de janeiro. 

Após condenar as agressões aos prédios dos Três Poderes, o atual presidente da Câmara dos Deputados foi cuidadoso em sua resposta ao rechaçar a proposta de golpe. 

"Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso. Ali foram vândalos, baderneiros, que queriam, com inconformidade com o resultado das eleições, demonstrar sua revolta", respondeu. 

Motta encontrou apoio do deputado Dr. Luiz Ovando, que questionado sobre as declarações feitas pelo presidente, a respeito dos atos de oito de janeiro, foi categórico e disse concordar com a versão, considerando ainda "um absurdo". 

"Ali foi simplesmente uma perseguição à direita, que eles não querem... e agora eles vão ter que engolir o Trump porque está repercutindo no mundo inteiro, essa volta da direita", expõe o deputado. 

Atos golpistas em 8 de janeiro de 2023Reprodução/Agência Brasil-Marcelo Camargo

Em complemento, a fala de Ovando que apoia Motta ainda traça um paralelo entre o que seria o objetivo do projeto (a anistia) e quem estaria impedindo de alcançar tal meta, o Supremo Tribunal Federal (STF), no que ele chama de "consórcio". 

"Aquilo é consequência de um consórcio entre a parte executiva e o STF. A gente precisa entender, ser frio e observar que o país está sendo governado por um consórcio e quem está mandando é o STF, não é o Lula, não", afirma. 

Anistia em projeto

Mesmo com uma posição favorável ao projeto de anistia, os esforços do presidente da Câmara dos Deputados foram voltados para a aprovação da lei de reciprocidade tarifária e em montar a comissão que discutirá a isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais. 

O projeto de lei articulado na Câmara dos Deputados propõe perdoar os crimes referentes aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O projeto prevê anistia a manifestantes, caminhoneiros, empresários e a todos os que tenham participado de manifestações “em qualquer lugar do território nacional”.

Bolsonaro estava na Flórida no momento dos ataques aos Poderes, mas um dos parágrafos amplia o perdão a quem tenha participado também do “financiamento, organização ou apoio de qualquer natureza”. O ex-presidente é réu no processo que tramita do STF.

“A anistia de que trata o caput compreende crimes políticos ou com estes conexos e eleitorais. Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política”, diz um parágrafo do documento.

No Senado Federal, em 2023, o Senador Hamilton Mourão (REPUBLICANOS/RS), ex-vice de Bolsonaro, protocolou um projeto em busca de anistia aos acusados e condenados pelas manifestações ocorridas em Brasília, na Praça dos Três Poderes. 
**(Glaucea Vaccari e Laura Brasil)

 

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Anvisa proíbe produtos à base de alulose, um tipo de adoçante; entenda

Substância pode ser encontrada naturalmente em alguns alimentos, como figo e uva

23/12/2025 22h00

Divulgação: Anvisa

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Na última segunda-feira, 22, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no Diário Oficial da União uma resolução que proíbe a comercialização, a distribuição, a importação, a propaganda e o uso de todos os lotes de produtos à base de alulose da empresa Sainte Marie Importação e Exportação.

A medida foi adotada porque a alulose não consta na lista de substâncias autorizadas pela Anvisa para uso como adoçante ou ingrediente alimentar no Brasil.

O que é a alulose

Segundo Tarcila Campos, nutricionista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a alulose pode ser encontrada naturalmente em alguns alimentos, como figo e uva. Trata-se de um tipo de açúcar semelhante à frutose, mas com diferenças químicas capazes de reduzir sua absorção pelo organismo.

"O mecanismo de ação é semelhante ao de outros adoçantes. Ela tem baixo valor calórico e estudos indicam pouco impacto sobre a glicose e a resposta insulínica", explica. Daí por que passou a ser vista como alternativa ao açúcar comum.

"Há estudos que indicam um certo grau de segurança no consumo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Food and Drug Administration (FDA, agência semelhante à Anvisa) autoriza seu uso com base em estudos toxicológicos e clínicos", afirma a especialista.

No Brasil, no entanto, não houve processo de regularização do ingrediente. "Talvez o produto não tenha sido submetido à aprovação ou não atendeu aos requisitos exigidos pela Anvisa para liberação", esclarece.

A Anvisa informa que alimentos ou ingredientes sem histórico de consumo no País são classificados como novos e, por isso, devem passar pela avaliação da agência. Para isso, a empresa interessada precisa apresentar documentação técnico-científica para análise.

"Nessa avaliação, a Anvisa verifica se o processo de fabricação do novo alimento ou ingrediente não introduz ou concentra substâncias que possam causar danos à saúde e se a indicação de consumo respeita níveis considerados seguros", diz a agência.

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Inscrição para o Sisu começa em janeiro; veja datas

A partir de 2026, o Sisu passará a considerar o resultado das três últimas edições do Enem

23/12/2025 21h00

JUCA VARELLA/AGÊNCIA BRASIL

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O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta terça-feira, 23, o edital do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com o cronograma e os critérios do processo seletivo de 2026.

As inscrições vão de 9 a 23 de janeiro de 2026 e serão realizadas exclusivamente pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Cada candidato poderá se inscrever em até duas opções de curso.

Uma mudança importante é que, a partir de 2026, o Sisu passará a considerar o resultado das três últimas edições do Enem. Segundo o MEC, a seleção terá como referência a nota da edição do exame que resultar na melhor média ponderada de acordo com a opção de curso, desde que o participante não tenha sido treineiro.

O resultado da chamada regular será divulgado no dia 29 de janeiro e a matrícula nas instituições começará em 2 de fevereiro. Só candidatos que tenham concluído o ensino médio podem concorrer a uma vaga e ingressar nos cursos superiores, conforme o edital.

Maior edição do Sisu

Segundo o governo federal, a edição é a maior da história do Sisu em quantidade de instituições participantes, com oferta de 274,8 mil vagas em 136 instituições públicas do País.

Na seleção do início do ano, serão ofertadas vagas em cursos que iniciam as aulas tanto no primeiro quanto no segundo semestre de 2026.

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