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Mato grosso do sul

Riedel reafirma promessa de igualar salários de professores

Governador é categórico em dizer que o MS enfrenta um regime de restrição fiscal, sendo necessário aguardar o fim dessa dieta econômica "para dar continuidade nesse processo"

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Durante visita do Ministro da Educação do Brasil, Camilo Santana, à Escola Estadual Lúcia Martins Coelho em Campo Grande, o governador Eduardo Riedel reafirmou hoje (1°) a sua promessa de campanha de que pretende igualar os salários pagos a professores temporários e concursados em Mato Grosso do Sul.  

Segundo o chefe do Executivo de Mato Grosso do Sul, a proposta de igualar os salários "está em andamento". 

"Se você pegar o reajuste dos professores concursados, desde 2023 quando assumi, foi de 25%. Para os convocados foi de 40%, então nós estamos diminuindo esse 'gap'", respondeu o governador à equipe do Correio do Estado in loco.

Entretanto, o próprio governador faz questão de lembrar que, pelo menos desde meados de 2025 o assunto "corte de gastos" passou a ganhar cada vez mais força, com a estimativa do Governo à época de que a ação alcance R$ 800 milhões até o fim do ano, com plano concentrado em despesas de custeio. 

Eduardo Riedel é categórico ao dizer que o Estado enfrenta um regime de restrição fiscal (acima de 46,55%), sendo necessário aguardar sair dessa dieta econômica "para dar continuidade nesse processo". 

"O caminho é esse, mas vai sendo feito na medida que haja condição", concluiu. 

Na visita à instituição de ensino estadual em Campo Grande, o ministro da Educação reafirmou a qualidade do salário pago em Mato Grosso do Sul, indicando que os problemas também se concentram em outros pontos. 

"A maior demanda dos professores não é nem questão salarial... claro que é importante, aliás, MS paga o melhor salário hoje na educação base, no ensino médio brasileiro. Mas a maior reclamação era a falta de reconhecimento por parte da sociedade", expôs Camilo Santana. 

Entenda

Na rede pública de ensino, a categoria de professores temporários já ocupa mais da metade da quantidade de disponíveis em Mato Grosso do Sul, porém, a remuneração desse grupo ainda é menor que a dos concursados no cargo, como acompanha o Correio do Estado, apesar dos vencimentos estarem dentro da lei do piso nacional. 

Já no dia 05 de agosto, em meio a um agravamento da crise fiscal que atinge o Estado, o governador Eduardo Riedel anunciou um corte de despesas no governo estadual, por meio da redução de 25% no custeio da máquina pública que atingiu todas as secretarias. 

Por meio de decreto, ficou estabelecido que os órgãos da administração direta e demais autarquias do Poder Executivo Estadual deverão:

  • Revisar os contratos vigentes, visando à redução de 25% (vinte e cinco por cento) dos valores contratados a título de despesas de custeio;
  • Reduzir outras despesas de custeio, tais como pagamento de diárias, passagens, participação em eventos e seminários e horas extras, entre outros;
  • Evitar as despesas com a aquisição de novos veículos, mobiliários, equipamentos ou de outros bens permanentes.

Conforme o texto, para racionalização temporária e controle de gastos, foi levado em consideração o Relatório de Gestão Fiscal, relativo ao primeiro quadrimestre de 2025, que aponta que o Estado se encontra no limite prudencial de gastos com pessoal.

Os números de Mato Grosso do Sul apontam para uma diferença de entre o salário-base do professor concursado para um temporário já que, de acordo com a tabela salarial disponibilizada pela Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), o menor vencimento dos docentes que não são fixos na Rede Estadual de Ensino (REE) corresponde a R$ 5.363,00.

Se graduado sem licenciatura ou com alguma especialização, essa remuneração aumenta consideravelmente, podendo chegar a R$ 7.512,00. 

Aqui cabe esclarecer que, esses valores correspondem ao parâmetro estabelecido para 40 horas de carga horária semanal.

Ainda pela tabela da Fetems, o docente com jornada de 40 horas semanais na REE, no nível mais baixo de progressão, é remunerado com R$ 8.671,00.

Conforme anúncio do Ministério da Educação (MEC) de janeiro deste ano, o piso salarial nacional dos professores com jornada de 40 horas semanais em 2025 é de R$ 4.867,77 para a rede pública de todo o País. 

Ou seja, Mato Grosso do Sul até cumpre a Lei do Piso Salarial (Lei nº 11.738/2008) aos temporários, entretanto aparece longe de equiparar à remuneração dos concursados.

Também vale reforçar que Mato Grosso do Sul aparece entre os sete Estados com legislação específica, por meio da  (Lei Estadual nº 4.135/2011), para a contratação temporária na educação.

De acordo com a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), no Estado, 3 municípios desrespeitam a Lei do Piso dos professores: Batayporã, Paraíso das Águas e Paranaíba.

Escola modelo

Desde ontem (30 de agosto) em Mato Grosso do Sul, Camilo Santana esteve em Dourados para inauguração do prédio da reitoria que estava há 12 anos paralisado, dizendo que são recomendações do governo Lula retomar as obras inacabadas. 

"Não somente na Universidade Federal, mas na educação básica, todas as obras de creches, escolas… estamos investindo mais de nove bilhões de reais (em obras do PAC).

Há uma deficiência muito grande na aprendizagem de matemática e na educação básica no Brasil, então é essa a construção que tem que ser trabalhada ali, dando ordem de serviço, inaugurando, visitando obra e também construindo as políticas e relações importantes na educação do país, do Estado", disse ele em justificativa às visitas. 

"Aqui é uma escola que passou por uma grande reforma alguns anos atrás, é uma referência a educação e esse tipo que a gente quer que todo o Brasil tenha. Unidade moderna, equipada, com boa refeição", disse. 

Para Riedel, a observação do cotidiano pelos Estados é fundamental para a "política macro" praticada por Camilo à frente do MEC em Brasília, dizendo que Mato Grosso do Sul busca ser um "grande agente de transformação". 

Nas palavras do governador de Mato Grosso do Sul, das 348 escolas da Rede Estadual, a restauração se deu praticamente na totalidade das unidades, chegando fibra ótica em todas elas, que transformam o ensino também para o ambiente digital, que Eduardo Riedel encara como "um grande desafio dos nossos tempos".

"Uma escola que vem formando professores de maneira permanente e o resultado apareceu... na alfabetização em tempo certo, no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] que vem melhorando. É um trabalho de longo prazo, consistente, não é 100 metros rasos, mas uma maratona que tem que ter dedicação, política pública e harmonia entre União, Estado e município", conclui o governador. 
**(Colaborou Felipe Machado)

 

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Cidades

Guilherme Mello diz que novas regras do PAT podem diminuir preços

Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, disse nesta sexta-feira, 14, que as novas regras para o vale-alimentação e vale-refeição podem ter impacto em preços específicos

14/11/2025 21h00

Crédito: José Cruz / Agência Brasil

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O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta sexta-feira, 14, que as novas regras para o vale-alimentação e vale-refeição podem ter impacto em preços específicos, mas não necessariamente vão afetar os índices de inflação.

"Com essas mudanças, você vai reduzir o custo de intermediação, inclusive para os estabelecimentos comerciais, que transferiam isso para os preços. Então, como você está reduzindo os custos, isso pode gerar uma redução de preços", disse Mello, em entrevista à CNN Money.

As novas normas do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foram assinadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira. O decreto limita a taxa cobrada dos estabelecimentos, a chamada Merchant Discount Rate (MDR), a 3,6% A tarifa de intercâmbio fica limitada a 2%.

Segundo o secretário, a reforma deve ser positiva para consumidores de forma geral, mas a redução de preços pode acabar sendo pontual. "Não necessariamente isso vai ter um impacto em indicadores da inflação, mas pode ter um impacto em alguns preços de alguns produtos, o que é bom para o consumidor", ele disse.
 

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Moraes aponta necessidade 'evidente' de prisão e rejeita libertar Marcelo Câmara

Em sua decisão, o ministro afirma que a necessidade da prisão é "evidente" para evitar tentativas de obstrução do processo

14/11/2025 19h00

Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Ministro do STF, Alexandre de Moraes Divulgação

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve nesta sexta-feira, 14, a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara.

Em sua decisão, o ministro afirma que a necessidade da prisão é "evidente" para evitar tentativas de obstrução do processo e "resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública".

"A tentativa do réu, por meio de seu advogado, de obter informações então sigilosas do acordo de colaboração premiada de Mauro César Barbosa Cid indicam o perigo gerado pelo estado de liberdade do réu, em tentativa de embaraço às investigações", escreveu Moraes.

O ministro argumentou que as razões que o levaram a decretar a prisão, em junho, "permanecem inalteradas, não se verificando qualquer fato superveniente apto a afastar a necessidade e adequação da prisão preventiva decretada".

Marcelo Câmara é réu no "núcleo de gerência" da trama golpista. O julgamento está previsto para dezembro na Primeira Turma do STF.

O coronel teve a prisão preventiva decretada depois que seu então advogado, Eduardo Kuntz, expôs conversas que alega ter trocado com o tenente-coronel Mauro Cid durante o processo de delação premiada.

Na época, o acordo de colaboração de Mauro Cid estava em sigilo e Marcelo Câmara havia sido proibido de manter contato com outros investigados, inclusive por intermédio de terceiros. Moraes considerou que ele burlou a restrição por meio do advogado.
 

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