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ELEIÇÕES 2024

Saúde: pesquisador da Fiocruz diz que planos de candidatas são fracos

Para o infectologista Julio Croda, falta objetividade nas propostas de Adriane Lopes e Rose Modesto, as quais, no último domingo deste mês, disputam o segundo turno à Prefeitura de Campo Grande

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O Correio do Estado convidou especialistas para avaliar os planos de governo das duas candidatas à Prefeitura de Campo Grande que disputarão o segundo turno no dia 27.

Na primeira reportagem desta série, convidamos o médico infectologista Julio Croda, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para analisar as propostas da atual prefeita  e candidata à reeleição, Adriane Lopes (PP), e da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

A saúde, conforme indicam pesquisas de opinião, está entre os maiores problemas a serem resolvidos pela futura gestão. Para Croda, que ganhou notoriedade na opinião pública durante a pandemia de Covid-19, os planos de governo das duas candidatas para o setor carecem de objetividade.

“Achei os dois planos muito fracos, não trazem metas claras. Quantas novas UBS [Unidades Básicas de Saúde]? Quantas reformas? Quando vai entregar o Hospital [Municipal de Campo Grande]? As duas propostas trazem a questão desse hospital, mas ele vai ter PPP [parceria público-privada]? Como resolver o problema crônico da Santa Casa e do Hospital Regional, que são pactuados pela macro?”, questionou o médico a respeito das iniciativas apresentadas pelas candidatas.

Em entrevista ao Correio do Estado, Croda ainda pontuou que faltou os planos de governo responderem essas questões e se aprofundarem realmente nas soluções aos problemas de saúde da Capital, como as cirurgias eletivas e os exames represados e a informatização do sistema de saúde de Campo Grande, que para o especialista são três problemas centrais da cidade.

“São planos similares, mas pouco objetivos. Não estabelecem metas claras, não trazem inovação para a gestão  em saúde. A saúde digital foi pouco abordada nas duas campanhas”, acrescentou Croda.

A respeito da vacinação, o médico infectologista ainda questionou a sobre o aumento da cobertura vacinal, de quando isso de fato acontecerá e quais vacinas serão as prioritárias para esse objetivo ser atingido.

PLANOS DE SAÚDE

O programa de governo da candidata Rose Modesto traz como propostas principais o fortalecimento da atenção e do atendimento à saúde, a implementação de uma central de telemedicina para atendimentos especializados, a modernização da infraestrutura das unidades de saúde e a implementação de uma central de compras específica para a área da saúde, buscando atender às demandas de forma mais ágil e eficiente.

No quesito fortalecimento da atenção e dos atendimentos à saúde, estão subitens que abrangem desde a ampliação da rede de UBS, a agilidade da triagem de urgência e emergência, os mutirões para atender à fila de espera, a ampliação do atendimento odontológico até a ampliação de leitos hospitalares e de atendimentos ambulatoriais.

Na saúde mental, Rose promete ampliar o atendimento psicossocial para a comunidade por meio da reestruturação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), além de qualificar as ações em saúde mental, garantir a reabilitação psicossocial, ampliar o cuidado com pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), reduzir danos e prevenir suicídios visando a inclusão da população LGBTQIAPN+, negra, em vulnerabilidade social e com deficiência e dos povos originários.

A ex-deputada federal ainda propõe a modernização da infraestrutura das unidades  de saúde, com a aquisição de novos equipamentos e insumos, e a instituição do Hospital Municipal com um centro diagnóstico.

Já Adriane Lopes promete a ampliação de equipes para  o fortalecimento da atenção básica, a utilização da tecnologia como ferramenta de agilidade, o investimento em capacitação e a valorização dos profissionais da saúde.

Para a melhoria do atendimento de urgência e emergência, a atual prefeita pretende “investir na atenção primária como ordenadora do sistema de gestão de filas e fortalecer 
o trabalho em rede com as instituições contratualizadas”.

Além disso, ela propõe “implementar a transparência das demandas de procedimentos em filas únicas com critérios claros e publicizados” e promover “a capacitação de profissionais, adotando protocolos de atendimentos eficazes e implantando o novo Centro de Reabilitação Psicomotora e de Saúde Digital”.

Adriane promete ainda colocar em operação o Hospital Municipal de Campo Grande, promover campanhas de vacinação e prevenção de doenças, garantir o acesso de medicamentos à população, implementar o Saúde Digital para facilitar a consulta com farmacêuticos, informatizar todas as unidades de saúde, ampliar 
a telessaúde, fortalecer a vigilância epidemiológica, entre outras iniciativas.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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