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1944 - 2025

Sebastião Salgado já "desfilou" seu talento pelo Pantanal de MS

Ícone da fotografia brasileira e mundial morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, e um dos seus trabalhos durante a carreira foi defender a preservação do meio ambiente

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Nesta sexta-feira (23), o mundo perdeu um dos maiores fotógrafos já existentes, o mineiro Sebastião Salgado, aos 81 anos. Marcado por ajudar na preservação do meio ambiente, já capturou imagens do pantanal sul-mato-grossense em duas oportunidades. 

Em 2011, ainda aos 69 anos, o bioma foi responsável por ser o lugar onde Sebastião encerraria seu projeto intitulado Gênesis, que consistiu em uma “tour” de oito anos pelo mundo para registrar as regiões intocadas do Planeta Terra, como Sibéria, Patagônia, Alto Xingu, Guiana Holandesa, Amazônia venezuelana e África.

Durante seus 30 dias no Pantanal, tanto em Mato Grosso do Sul quanto no Mato Grosso, mais de 10 mil fotos foram produzidas, com auxílio de equipamentos analógicos e centenas de quilômetros percorridos de barco, carro e avião, além de ter adentrado em pequenos rios da região para se banhar.

Conhecer o bioma era um dos sonhos de Sebastião Salgado, afirmando ser um dos símbolos mais fortes do Brasil. Na parte sul-mato-grossense, fotografou na Reserva Particular do Patrimônio Natural Eliezer Batista e Acurizal, e em fazendas das subregiões da Nhecolândia, Paiaguás e Aquidauana.

Já naquela época, sobre o alto nível de desmatamento, afirmou que a única marca que o ser humano tem que deixar no Pantanal é o turismo, que ele diz ser “uma alternativa de distribuição de renda sustentável”.

A outra oportunidade foi mais recente, em 2021, na exposição “Pantanal e a Physis – Olhar o Presente para Ver o Futuro”, que começou em 25 de novembro e vai até 20 janeiro daquele ano. O trabalho reúne obras de Alexis Prappas, Sebastião Salgado, Bia Doria e Victor Chahin com a proposta de mobilizar o público para a urgência da questão ambiental, tanto que parte das vendas foi destinada ao Instituto do Homem Pantaneiro (IHP).

Em um cenário com luzes, sons e outros elementos que simulam a atmosfera quente e úmida do Pantanal, os quatro artistas apresentaram um conjunto de 20 trabalhos, entre fotografias e esculturas, do qual repercutiram suas leituras e sentimentos sobre o Pantanal e, de modo mais específico, a Serra do Amolar, na região de Corumbá, onde se localiza o IHP.

Morte e carreira

Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia mundial, morreu na França, aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado pelo fotógrafo e sua esposa, Lélia Wanick.

Reconhecido internacionalmente por seu trabalho, Salgado ficou marcado pelo registro de seres humanos vivendo em condições sub-humanas. Seu trabalho denunciou as mazelas da sociedade em mais de 40 países e chamou a atenção para a importância da justiça social e da preservação do meio ambiente.

Ele nasceu em Aimorés, no interior de Minas Gerais, e formou-se em Economia antes de migrar para a fotografia. Mestre em economia pela Universidade de São Paulo (1968) e doutor pela Universidade de Paris (1971), ele trabalhava na Organização Internacional do Café, em Londres, quando iniciou o desejo de fotografar. O trabalho exigia muitas viagens à África e Salgado gostava de documentar o que via.

Em 1974, fez seu primeiro trabalho como fotógrafo freelancer para a agência Sygma. Rapidamente se destacou, sendo contratado por outra agência, a Gamma. No final de 1979, Salgado passou a integrar a Magnum, cooperativa que revolucionou a fotografia documental no século 20, fundada por nomes como Henri Cartier-Bresson e Robert Capa.

Na década de 1980, o fotógrafo já havia se estabelecido o suficiente para financiar projetos pessoais. No livro Outras Américas, de 1986, ele registrou povos indígena de toda a América Latina. Já com a série Trabalhadores, de 1997, documentou o trabalho manual e penoso de indivíduos ao redor do mundo, de minas de enxofre na Indonésia à pesca de atum na Sicília.

Durante a produção da série, Salgado realizou um dos trabalhos pelo qual é mais lembrado: o registro de garimpeiros na Serra Pelada, no Pará, que revela as condições desumanas em que a extração do ouro ocorria. Uma das imagens da série, a obra Mina de Ouro de Serra Pelada, Estado do Pará, Brasil, foi eleita pelo jornal New York Times como uma das 25 imagens que definem a modernidade.

O fotógrafo também se dedicou a registrar a vida de migrantes, desabrigados e refugiados nos livros Exôdos e Retratos de Crianças do Êxodo. Para o projeto, ele viajou durante seis anos por mais de 40 países. "Este livro [Êxodos] conta a história da humanidade em trânsito. É uma história perturbadora, pois poucas pessoas abandonam a terra natal por vontade própria", escreveu ele na introdução da obra.

Em 1994, Salgado fundou a agência Amazonas Images, dedicada ao seu trabalho. A maior floresta brasileira também foi tema de seus trabalhos. O fotógrafo passou seis anos viajando pela região e documentando seus povos, rios, montanhas e animais. As imagens estão reunidas em um livro e foram apresentadas em uma exposição que passou por cidades como Paris, Rio de Janeiro e São Paulo em 2022.

O mineiro foi reconhecido com alguns dos principais prêmios da fotografia mundial, como o Eugene Smith de Fotografia Humanitária, dois Prêmios ICP Infinity de Jornalismo, o Prêmio Erna e Victor Hasselblad e o prêmio de melhor livro de fotografia do ano do Festival Internacional de Arles por Workers, por Trabalhadores.

Ele morava em Paris com a mulher, Lélia Wanick Salgado, e deixa dois filhos, Juliano, que nasceu em 1974, e Rodrigo, de 1979. Juliano é cineasta e lançou em 2015, ao lado do diretor Wim Wenders, o documentário O Sal da Terra, que conta a trajetória de seu pai. O longa foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário e recebeu o prêmio César, principal premiação do cinema francês.

*Com algumas informações do Estadão Conteúdo

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OPERAÇÃO

Justiça toma duas fazendas de contrabandistas de cigarros em MS

Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em quatro municípios sul-mato-grossenses e em outros dois do Paraná, com bloqueio de bens de R$ 30 milhões

12/06/2025 09h45

Veículos, embarcações e armas de fogo também foram apreendidos na ação

Veículos, embarcações e armas de fogo também foram apreendidos na ação Foto: Divulgação/PF

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Terras Frágeis, na manhã desta quinta-feira (12), da qual apreendeu fazendas e bens de organização criminosa suspeita de atuar em quatro municípios de Mato Grosso do Sul em tráfico de drogas e contrabando de cigarros.

Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Itaquiraí, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Palotina, Douradina (PR) e Icaraíma (PR), seguindo autorização da Justiça Federal da 3ª Região.

Ao todo, houve bloqueio de bens da organização criminosa que ultrapassa a casa dos R$ 30 milhões, além de duas fazendas localizadas em Iguatemi e Coronel Sapucaia, distantes a cerca de 400 km de Campo Grande.

Suspeita-se que ambas as terras rurais foram adquiridas com dinheiro oriundo do contrabando de cigarros e outras atividades criminosas. Também foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos, veículos, embarcações, armas de fogo, gado e outros bens.

Pelo porte ilegal de arma, dois indivíduos foram presos em flagrante e também devem responder pelos crimes citados acima.

Cigarros, contrabando & MS

Em Mato Grosso do Sul, a comercialização de cigarros contrabandeados do Paraguai é muito mais comum que no restante do Brasil, por conta da fronteira com o país vizinho.

Esse cenário faz com que, de 10 maços vendidos no Estado, 7 sejam de marcas ilegais, o que resulta em uma perda bilionária aos cofres do governo do Estado, que não recolhe o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desses produtos.

Estimativa feita pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), com base nos dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), mostra que, nos últimos seis anos, R$ 2,7 bilhões deixaram de ser arrecadados em Mato Grosso do Sul em razão da venda ilegal de cigarros contrabandeados.

Só no ano passado, ainda de acordo com o FNCP, foram R$ 150 milhões perdidos em imposto que poderia ter sido cobrado.

Esse valor é alto porque o ICMS cobrado em Mato Grosso do Sul sobre o cigarro legal é de 30%. Essa política de impostos altos incidentes sobre esse tipo de produto é uma prática comum no País inteiro, como uma forma de desestimular que a população faça uso de um produto que comprovadamente faz mal à saúde.

Pelos dados do Ipec, no ano passado, 72% dos cigarros comercializados em todo o Estado tinham origem ilegal, porcentual que representa mais que o dobro do valor nacional, que foi de 32% em 2024.

Apesar de o valor ser alto, ele representa uma pequena queda em relação a 2023, quando esse mercado representava 74% das vendas de cigarro no Estado. E esse porcentual já chegou a ser de 85%, em 2019.

Matéria publicada em fevereiro deste ano pelo Correio do Estado mostrou que, de acordo com números da Polícia Federal, no ano passado, a corporação apreendeu R$ 87.771.190 em cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul.

*Colaborou Daiany Albuquerque

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"Não vem mais"

Show da banda Natiruts no dia dos namorados é cancelado em Campo Grande

Apresentação marcada para acontecer no Shopping Bosque dos Ipês às vésperas de feriado, foi cancelada cerca de 12 horas antes do início

12/06/2025 09h36

Turnê de despedida da banda Natiruts teria show em Campo Grande e foi cancelada

Turnê de despedida da banda Natiruts teria show em Campo Grande e foi cancelada "por motivos técnicos" Divulgação

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Show que faz parte da turnê de despedida "leve com você" da Banda Natiruts, a apresentação marcada para esta quinta-feira (12) de Dia dos Namorados e véspera de feriado no Bosque Expo em Campo Grande está oficialmente cancelada. 

Por meio de nota, o Shopping Bosque dos Ipês e as páginas do Bosque Expo e página para divulgar o show da Natiruts em Campo Grande informaram que o evento está oficialmente cancelado. 

Além disso, foi esclarecido para aqueles apaixonados que compraram ingresso para o show que será possível solicitar o reembolso, que será feito da mesma forma que a compra do ingresso, tanto online como para quem adquiriu direto no ponto de venda. 

Para quem fez a compra online, é necessário acessar o site meubilhete.com.br e pedir o estorno de forma automática, enquanto quem comprou diretamente precisa estar com ingresso em mãos no mesmo ponto de venda e há o prazo de até 72 horas para recuperar o valor. 

Sem maiores justificativas, foi apenas apontado pelas partes responsáveis que o cancelamento está se dando "por motivos técnicos", cancelado cerca de 12 horas antes do início. 

Turnê de despedida

Referências do reggae brasileiro, a banda Natiruts anunciou oficialmente sua despedida dos palcos e Campo Grande estaria entre as cidades escolhidas para a turnê final já nesta quinta-feira. 

Com quase três décadas de carreira, a banda brasiliense já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, entre outros pontos apresentando seus últimos shows. 

Em Campo Grande, os portões estavam previstos para abrirem à partir de 20h, com o show se estendendo de 22h até às quatro horas da manhã do feriado de Santo Antônio na Cidade Morena. 

Formada em 1996, a banda ganhou notoriedade nacional com a proposta de fazer um reggae genuinamente brasileiro, misturando influências jamaicanas com sonoridades locais e letras que falam de espiritualidade, amor, natureza e consciência social. 

O álbum de estreia, Nativus (1997), trouxe o primeiro sucesso da banda, "Liberdade pra Dentro da Cabeça". Ao longo dos anos, o grupo consolidou uma carreira sólida, com turnês pelo Brasil e pelo mundo.

Importante lembrar que Campo Grande já recebeu o Natiruts em diversas oportunidades ao longo da carreira do grupo, com apresentações em festivais, casas de shows e eventos culturais. 

 

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