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CLIMA

Seca pode continuar pelos próximos cinco anos em Mato Grosso do Sul

Estado bateu recorde em calor nesta semana e, apesar de chuva prevista para este mês, fenômeno deve permanecer no futuro

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A população de Mato Grosso do Sul não sentia um calor tão intenso desde 1973. As altas temperaturas e a baixa umidade do ar criaram um ambiente propício para o aumento no número de focos de incêndio em todo o Estado, principalmente na região do Pantanal. 

A tendência ainda, de acordo com especialistas, é de que longos períodos de seca atinjam o território pelos próximos cinco anos, causando danos intensos para o bioma pantaneiro.  

Na quarta-feira (30), o secretário Alexandre Lucas Alves, da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, frisou durante audiência pública que a estiagem no Pantanal não deve acabar tão cedo, e os institutos de meteorologia preveem “mais cinco anos nessa situação. 

E aí eu quero desafiar a academia e todos os integrantes do sistema nacional de defesa civil para incêndios florestais a nos unirmos para estabelecer quais são as ações e quais são as metodologias e as tecnologias disponíveis para os próximos cinco anos”.

Ressaltando que “a exceção dessa seca, e a situação para os próximos cinco anos, é um desafio sobre o qual nós temos que nos debruçar, não só após vencermos esse desafio agora desse incêndio, mas para os próximos que virão, dado que as mesmas condições, pelo que nos parece, serão colocadas. 

Precisamos, então, da pesquisa aplicada para dizer ao poder público o que precisa ser feito”.

SECA EM OUTUBRO

Enquanto a resolução não chega, Mato Grosso do Sul lida com as altas temperaturas em plena primavera. 

Segundo o meteorologista Natálio Abrahão, nesta quinta-feira Coxim marcou 44,4°C, com sensação térmica de 52°C, enquanto Corumbá teve 43,4°C de máxima, com sensação de 51°C. 

Na Capital, a temperatura foi de 40,7ºC. Em algumas regiões de Mato Grosso do Sul, a umidade relativa do ar chegou a 8%. De acordo com Abrahão, o calor é tão intenso que a água em lagos, rios e reservatórios evapora com facilidade. 

O recorde do ano no quesito foi do último dia de setembro, quando a evaporação era em média de 13 ml por metro quadrado.  

A previsão do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima (Cemtec) aponta para a possibilidade de chuva entre os dias 11 e 14 de outubro, mas nada significativo. 

Durante uma live transmitida pela Semagro na tarde de ontem, no perfil do governo do Estado, a coordenadora do Cemtec, Franciane Rodrigues, explicou que todo o mês de outubro deve permanecer com poucas chuvas e altas temperaturas.  

“As chuvas estarão abaixo da média. Mesmo com as chuvas que estão estimadas principalmente a partir da segunda quinzena de outubro, as chuvas ainda se mantêm abaixo da média e não são volumosas, como normalmente acontece”, frisa. Segundo Franciane, o fenômeno La Niña é um dos responsáveis pela escassez de chuva neste período.  

QUEIMADAS

O cenário é propício para as queimadas em todo o Estado. De acordo com a assessoria do Corpo de Bombeiros, apenas no mês de setembro em Campo Grande foram atendidas 563 ocorrências de incêndios, enquanto no interior o número foi de 539. 

O índice foi ainda maior que no mês de agosto, quando foram atendidas 496 ocorrências de focos de incêndios na Capital e 472 no interior.  

De acordo com o tenente-coronel Waldemir Moreira, a vegetação continua seca e propícia às queimadas, e Mato Grosso do Sul aparece em quinto lugar no ranking de estados com focos de calor. 

“A vegetação vai continuar secando durante o mês de outubro com essas previsões do tempo. Até então nós estamos trabalhando com incêndios de causas humanas, mas com a chegada de possíveis nuvens de chuva, podem ocorrer a qualquer momento incêndios de causa natural por raio”, alerta.  

Ainda segundo o tenente, o Estado deve receber auxílio de 60 bombeiros do Distrito Federal, 18 de Santa Catarina e 15 militares da Força Nacional para o combate aos incêndios no Pantanal. 

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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