Sem receber novos pacientes desde o dia 1º de julho, a Santa Casa de Campo Grande informou que não irá reabrir o setor de Psiquiatria da instituição até que a prefeitura da Capital renove o contrato para custear os custos do serviço.
Em vídeo publicado na tarde desta quarta-feira (12), o Diretor Técnico da Santa Casa, Wliiam Lemos, explicou que a diretoria da unidade de saúde se reuniu com a secretária adjunta da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e com o secretário de governo, João Rocha, ocasião em que tentaram chegar a um consenso do que poderia ser feito para solucionar o impasse, contudo, não houve acordo.
Ainda conforme explicado pelo médico, a proposta do Executivo consiste em custear a ala psiquiátrica usando a verba de uma emenda parlamentar federal que foi destinada para a Santa Casa no intuito de apoiar outros setores da instituição como a neurocirurgia e cirurgia pediátrica, serviços que, de acordo com Leite, “são as vocações do hospital”.
O diretor técnico explica que a Sesau tem acesso a esse recurso, já que, por regra, a verba é transferida diretamente para o Fundo Municipal de Saúde, o que fez a prefeitura propor o uso do dinheiro para o setor que está fechado. No entanto, o serviço é mantido por meio de contrato com o Executivo, que está vencido desde dezembro de 2022 e ainda não foi renovado.
“A secretaria então propôs utilizar este dinheiro que seria usado para a Santa Casa ter seu custeio interno de várias atividades para manter o serviço de psiquiatria, mas isso não faz parte dos projetos da Santa Casa”, explicou.
Leite define como injusta a proposta de destinar a verba conseguida para custear outros serviços, como o da neurocirurgia, que recentemente também passou por uma crise, para a ala psiquiátrica, enquanto a prefeitura não renova o contrato e a habilitação desde o ano passado.
“A única proposta da Secretaria Municipal de Saúde foi utilizar esse dinheiro para custear o serviço de psiquiatria. Isso não foi aceito pela nossa diretoria corporativa e a nossa presidente foi enfática em afirmar que o serviço de psiquiatria não faz parte da vocação da Santa Casa”, destacou.
O diretor técnico ainda enfatiza que desde o vencimento do contrato, a Santa Casa está em contato com a prefeitura para que o contrato seja renovado e o problema sanado, no entanto, nada foi feito por parte da pasta de Saúde. Assim, a instituição continuará sem receber novos pacientes.
“Durante todo esse ano vários ofícios foram enviados à Secretaria Municipal para que pudéssemos resolver esta situação. Então, neste momento, a decisão da Santa Casa é irrevogável. Nós não vamos reabrir o serviço de psiquiatria, todavia, todos os pacientes eu reitero aqui que ainda estão em atendimento terão o seu atendimento até o final dele”, concluiu o diretor técnico.
A Sesau foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento da matéria não houve retorno da pasta.
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